Primavera dos Livros Carioca 2014
Dia 02.
201410312359P6 — 19.838 D.V.
“A Draco é
carioca?”
(Pergunta
campeã de audiência no estande da Draco).
Nesta sexta-feira saí direto de casa para o Palácio do Catete, a fim de
participar de mais um dia na Primavera dos Livros. Porque, como o Prefeito transferiu para hoje
o feriado do Dia do Funcionário Público, não precisei comparecer à SMF. Assim, sob um calor típico do verão carioca
(das delícias do aquecimento global antropogênico...), tomei um táxi que levou
seu tempo para chegar ao Palácio do Catete.
Chegando ao mítico Estande 51 da Draco, deparei-me com Dana Guedes e
Ana Lúcia Merege em plena atividade.
Notei a ausência do estande 50, ontem desocupado bem ao lado do nosso, espaço
que aproveitamos como mesa de autógrafos.
Pouco depois, chegou o casal Cirilo S. Lemos & Leandra Oliveira, que
ficará responsável pelo 51 ao longo do fim de semana. Cirilo é o autor do romance O Alienado (Draco, 2012), uma distopia
fantástico-onírica que funde elementos da ficção científica clássica com
críticas ao totalitarismo, como em 1984
e Nós, à temática do simulacro e da
realidade virtual, como em Matrix e 13º Andar — Uma narrativa contada em
três ou mais tempos, abordando as dificuldades de jovem problemático em se
encontrar e em definir a realidade, em mais de um nível. Além disso, publicou bela noveleta “Auto do
Extermínio” na antologia Dieselpunk,
que organizei para a Draco em 2011.[1]
Estande 51 da Draco: já sem o estande 50 da véspera.
Somente hoje descobri que Dana é a modelo da capa da antologia Meu Amor é um Sobrevivente (Draco,
2013). Atendendo ao pedido, ela posou
para uma foto ao lado da capa, tirando os óculos para acentuar a semelhança
óbvia.
Encontrei hoje na Primavera dos Livros meu amigo de longa data Marco
Bourguignon, antigo editor do prestigioso fanzine Scarium. Há tempos que não
nos víamos, pois Marco andou sumido por conta de um mestrado cursado em
Portugal, mas agora regressou para o Rio.
Ana Lúcia Merege, Dana Guedes e a Capa de Meu Amor é um Sobrevivente.
Cirilo Lemos & Leandra Oliveira, Ana Merege e GL-R.
Marco Bourguignon e GL-R.
Pouco depois, chegava Luiz Felipe Vasques, animado e eufórico como
sempre.
Quem passou por nosso estande com a esposa e a filhinha foi o autor de
fantasia infantojuvenil Marcelo Amaral, companheiro de outros certames.
Por volta das 17h00 caminhamos por cerca de duzentos metros nos jardins
do Palácio do Catete, regressando ao prédio principal, rumo ao auditório da
instituição, para assistir a palestra “Literatura Fantástica — da Odisseia a
Harry Potter”, ministrada pela Ana Lúcia Merege. Essa atividade devia ter sido originalmente
uma mesa-redonda, que Ana dividiria com o autor Felipe Castilho. No entanto, a organização da Primavera dos
Livros não providenciou a passagem aérea do Felipe em tempo hábil, impedindo-o
de comparecer. O mais curioso é que o
nome dele foi anunciado várias vezes, junto com o da Ana Merege, pelo sistema
de alto-falantes espalhado pelos jardins.
Mais um exemplo típico de esquizofrenia organizacional.J
Mesa-Redonda que Virou Palestra: Literatura Fantástica
da Odisseia a Harry Potter.
Enquanto esperava no auditório com climatização perfeita, bati um papo
com o Luiz Felipe e o Marcos Archanjo, membro antigo da comunidade carioca de
literatura fantástica. Archanjo
contou-nos que procurou os serviços da Prefeitura do Rio de Janeiro hoje e
bateu com a cara na porta, por causa da transferência meio de última hora do
feriado.
Ana Merege proferiu sua fala de maneira segura e profissional com o
auxílio de uma apresentação enxuta em PowerPoint. Nem mesmo um mau contato intermitente no
microfone logrou atrapalhá-la. Como o
subtítulo da palestra já indicava, Ana no brindou com apanhado histórico da
literatura fantástica, começando pelos contos de caçadas em torno das fogueiras
mesolíticas, passando pelas narrativas tribais que acabaram se tornando as
primeiras mitologias e pelas gestas medievais, as narrativas de viagens
extraordinárias, até desembarcar no horror gótico, na fantasia e na ficção
científica. Em seguida, ela delineou
brevemente os principais gêneros da literatura fantástica e suas subdivisões,
com ênfase óbvia para a fantasia, que é sua área de atuação. Por fim, falou um pouco de seus próprios
universos ficcionais, tanto dos trabalhos já escritos quanto daqueles ainda por
escrever. Show de bola.
Ana Lúcia Merege Palestrante: apesar do microfone e do piano
de cauda ao fundo, é literatura fantástica em ação!
Autora fala de sua obra.
GL-R, Marcos Archanjo e Luiz Felipe Vasques.
Na saída da palestra da Ana Merege, havia uma mesa com água gelada,
café e biscoitos para o público estacionar por um ou dois minutos e trocar
impressões sobre a apresentação.
Do auditório, voltamos para o Estande 51. Neste instante, por volta das 18h00, o céu enegreceu
de repente e desabou um temporal bem forte nos jardins do Palácio, não obstante
a previsão meteorológica haver garantido tempo firme e descartado categoricamente
a possibilidade de chuvas para hoje. Felizmente,
o caminho da edificação principal do Palácio até nosso estande é coberto por
toldos, de modo que não ficamos molhados.
Em meio à tormenta, encontramos o amigo Jorge Pereira.
De volta ao Estande 51, encontrei André S. Silva, autor da bela
noveleta “Xibalba Sonha com o Oeste”, que selecionei para a antologia Solarpunk (Draco, 2012), infelizmente
ausente do estande da editora neste certame.
Durante o pé-d’água, a chuva invadiu o Estande 49, nosso vizinho mais
próximo à direita, desde a remoção do 50, molhando vários livros do
acervo. No Estande 51, nossas meninas
superpoderosas Dana Guedes e Ana Merege fizeram o possível e o impossível para
proteger nossos livros, enquanto Cirilo, Luiz Felipe e eu segurávamos a estante,
que o vendaval ameaça derrubar sobre a mesa do estande. Felizmente, o clima caótico não durou
muito. A chuvarada amainou após cerca de
meia hora e pudemos retomar nossas atividades normais, embora eu desconfie que
muita gente tenha deixado de comparecer ao evento com receio que o temporal
voltasse.
Chuvarada na tarde de sexta-feira na Primavera dos Livros.
Luta heroica para salvar o acervo no Estande 51.
Na bonança que se seguiu à tempestade, eis que ressurge nosso bom amigo
Carlos Eugênio Patati. Bernardino
Freitas, mais conhecido como Dino, foi outro que apareceu após o temporal. Conversamos um bocado sobre a aquisição de
livros e hábitos de consumo. Jorge e
André aproveitaram a estiagem súbita para empreender uma retirada
estratégica. Pensei em fazer o mesmo,
mas acabei permanecendo por conta do papo animado sobre diversos cenários
históricos alternativos com Felipe, Dino e Patati. Como historiador que é, Dino nos falou sobre
as vicissitudes da elaboração de textos acadêmicos corretos e interessantes
também para o público leigo. Ele afirmou
que nesta sexta-feira veio à Primavera dos Livros apenas para fazer um
reconhecimento preliminar do terreno. Amanhã
será o dia da grande batalha, quando virá com uma mala para arrebentar a boca
do balão, comprando tudo o que vir pela frente.
Quase na hora de ir embora, conversei brevemente com a graduanda Renata
da Conceição, que cogita especializar-se no estudo de ficção científica. Comentei com ela que a literatura de ficção
científica constitui uma área de estudos proveitosa há décadas tanto nos E.U.A.
quanto na Grã-Bretanha. Também falei que
aqui no Brasil já existem vários mestres e doutores com dissertações e teses
escritas sobre ficção científica.
Despedimo-nos da Dana Guedes, que regressará para Sampa amanhã de manhã
e saímos do Palácio por volta das 20h00, mas permanecemos por uma boa meia hora
conversando junto ao ponto de táxi em frente à instituição. Dali, Dino embarcou na estação de metrô do
Catete, enquanto eu, Felipe e Patati, caminhamos em busca de um táxi até o
Largo do Machado, onde, enfim, logramos fazer um motorista parar para nós. Seguimos de táxi pelo Rebouças, deixamos o
Patati no Humaitá e prosseguimos até o Jardim Botânico. Durante essa viagem de regresso, conversamos
sobre Noel Rosa, Madame Satã, as pesquisas recentes de Patati sobre revistas em
quadrinhos publicadas no Brasil, e sobre um colecionador e roteirista, Oswaldo
Lopes Jr., falecido no mês passado.
GL-R, Cirilo Lemos, Ana Lúcia Merege e André S. Silva.
GL-R e Jorge Pereira.
Dia 03.
201411012359P7 — 19.839 D.V.
Outubro já acabou, mas a Primavera dos Livros prossegue firme e forte
fim de semana adentro. Neste sábado,
pensei em seguir direto da aula de italiano para o Palácio do Catete, mas o
peso dos livros me convenceu a dar uma passada em casa para desová-los. Aproveitei para almoçar um misto quente no
pão árabe que a Cláudia me preparou.
Segui de táxi para o Catete neste que será meu último dia de
participação nesta feira de livros dedicada às editoras pequenas e médias.
Já no caminho pelos jardins até o Estande 51 da Draco, encontrei Carlos
Patati, que ontem comprara meu romance, Aventuras
do Vampiro de Palmares (Draco, 2014) e hoje pretendia adquirir seu exemplar
da antologia Super-Heróis (Draco,
2013), que organizei em parceria com o Luiz Felipe Vasques.
Ao chegar ao estande com a numeração mais sugestiva e icônica da
presente Primavera dos Livros, tanto para os bebuns de plantão (51?
Uma boa ideia!) quanto para os apreciadores de ficção científica e
os cultores das teorias de conspiração de cunho ufológico, deparei-me com o
casal Cirilo & Leandra, gerentes de vendas interinos & extraordinários
da editora para o fim de semana. Ana
Merege também estava lá para dar uma mão.
Pouco depois, apareceu Flávia Corte, autora de literatura fantástica
infantojuvenil de fina estirpe. Falei um
pouco sobre o universo ficcional do romance de história alternativa que estou
lançando este ano. Minha boa amiga não
só adquiriu seu exemplar do Vampiro
como trouxe amigos consigo para fazer o mesmo!J Comentei com ela que haveria uma mesa-redonda
hoje às 17h00 sobre literatura policial brasileira e foi o que bastou para que
começássemos a conversar sobre os romances do Rubem Fonseca, que ambos
apreciamos bastante.
GL-R, o Vampiro e Flávia Cortes.
Charles Echauer, GL-R e Flávia Cortes.
Coisa de meia hora mais tarde, apareceu um casal simpático de amigos do
Luiz Felipe Vasques: Márcia Neves & Fernando Roig. Enquanto aguardávamos a chegada de nosso
amigo comum, eu e Patati encetamos um bate-papo animado com os dois. Descobrimos que o casal possui dois
canzarrões mal-humorados, até amáveis com seus donos, mas invariavelmente
furiosos com todos os demais. Envergonhada,
Márcia nos confessou já ter concluído um romance, posteriormente apagado
durante uma reformatação incauta de disco rígido sem a prévia execução de um backup.
Fernando afirmou que a tese de doutorado da esposa quase foi para o
beleléu da mesma forma, mas que, nesse caso, ele sempre se preocupou em fazer
cópias de segurança para ela. Aturdido
com tamanha temeridade, não resisti ao comentário:
— Puxa, nunca salvar seus escritos...
Você deve ser do tipo de pessoa que adora viver perigosamente, né?
Ao que Patati enfatizou:
— Perigosamente só, não. No fio
da navalha!
Fernando Roig & Márcia Neves, Luiz Felipe Vasques e Carlos Patati.
Assim que o Felipe chegou, Patati coletou o autógrafo dele na Super-Heróis e se retirou. Eu e meu coantologista escoltamos o casal do
Estande 51 até uma tenda-lanchonete próxima em busca de água mineral ou outros
bebes, pois estávamos já em vias de desidratação. Porém, sem-vergonhas que só nós, acabamos
caindo de boca uns doces portugueses maravilhosos que eram vendidos no local, o
que só aumentou a nossa sede. No meu
caso, degustei um caracol, doce de
massa folheada com farta cobertura de chocolate e recheio de brigadeiro. Saboroso, mas um tanto enjoativo no fim, por
causa do excesso de doçura. Imagino que,
se houvesse sido confeccionado com chocolate amargo, teria ficado perfeito.
Dessa tenda de comidas, regressamos brevemente até o Estande 51, onde
encontramos o velho amigo Roberval Barcellos.
Autografei um Vampiro e uma Erótica Fantástica 1 para ele.
Do estande, eu, Cirilo e Roberval, seguimos até o auditório para
assistir a mesa-redonda “Nacionalidade e Novidade Editorial nos Novos Romances
Policiais”. Além do autor consagrado do
gênero, Luiz Alfredo Garcia-Roza e do jovem talento Raphael Montes, participou
dessa mesa Cirilo S. Lemos, como uma espécie de estranho no ninho, um
representante dos gêneros fantásticos inserido num debate sobre literatura
policial. Se bem que, quando paramos
para pensar, é tudo literatura de gênero.
Raphael abriu a mesa falando um pouco da sua carreira e do drama de não
poder situar seus protagonistas em sua vizinhança imediata, pois Garcia-Roza já
o havia feito com policial Espinosa[2]. O próprio Garcia-Roza falou sobre a estrutura
do romance policial e as motivações do personagem criminoso. Cirilo falou das questões comuns entre as
literaturas policial e fantástica. Os
três participantes da mesa-redonda abordaram, en passant e cada qual ao seu modo, a questão dos elementos de
brasilidade nos gêneros literários em que militam — questão, aliás, que já
havia surgido durante a sessão de perguntas da plateia ao fim da palestra da
Ana Merege ontem à tarde. Durante a
sessão de perguntas dessa mesa-redonda, a plateia se concentrou mais em crimes
da vida real do que na literatura policial em si.
Mesa-Redonda: Raphael Montes.
Mesa-Redonda: Cirilo Lemos e Luiz Alfredo Garcia-Roza.
Mesa-Redonda: "Nacionalidade e Novidade Editorial
nos Novos Romances Policiais.
De maneira geral, foi uma mesa-redonda de alto nível, equilibrada e
instigante. O único problema é que me
senti o tempo todo como se estivesse vivendo numa linha histórica
alternativa. Uma variante histórica em
que Rubem Fonseca jamais escreveu um romance policial. Pois, por incrível que pareça, falou-se
durante mais de uma hora sobre literatura policial brasileira sem se citar uma
única vez o nome desse autor, em minha modesta opinião, o melhor autor nacional
do gênero. Cada vez mais surpreso, de
vez em quando, eu me perguntava: Será que sou só eu que considero O Caso Morel; Bufo & Spallanzani; Agosto;
e A Grande Arte, como romances
policiais? Será a definição de romance
policial muito mais castiça e stricto
sensu nesta linha histórica alternativa misteriosa em que este incauto veio
parar? Ou será que, nessa LHA, Rubem
Fonseca prosseguiu com sua carreira na Polícia Civil? Quem sabe, não chegou até delegado, como o
Espinosa do Garcia-Roza?
Finda a mesa-redonda, troquei impressões com Dino Freitas e outros
presentes na plateia. Como eu, eles
também se sentiram intrigados com o fato de Rubem Fonseca não ter sido citado.
Aliás, neste sábado na Primavera dos Livros, Dino Freitas foi apelidado
“O Homem da Mala Vermelha”, pois, cumprindo sua promessa, compareceu ao Palácio
do Catete armado de mala e bagagem, seriamente disposto a levar o maior número
possível de livros de volta para o aconchego do lar. Só eu autografei dois livros para ele em
plena mesa-redonda: a Super-Heróis e
minha coletânea As Melhores Histórias de
Ficção Científica de Carla Cristina Pereira (Draco, 2012). Mais tarde, de volta ao estande, passei um
exemplar da antologia Como Era Gostosa a
Minha Alienígena! (Ano-Luz, 2002) às mãos ávidas do Dino.
No caminho de volta para o Estande 51, encontramos com Ricardo
França. Uma vez lá, elogiei para a
Leandra Oliveira o desempenho de Cirilo Lemos na mesa-redonda. Ela não pôde assistir a participação do
marido, pois havia permanecido no estande para tomar conta do negócio. No próprio estande, encontrei Ana Cristina
Rodrigues, ainda convalescente da rinite alérgica que a impediu de comparecer
na quinta e na sexta. Batemos um papo de
cerca de dez ou quinze minutos.
Dino Freitas, Ricardo França, Cirilo Lemos, Roberval Barcellos e GL-R.
Cansado após três dias de certame na Primavera dos Livros nos quais
investi em média seis horas diárias, pouco após a partida da Ana Cris,
despedi-me dos amigos e me dirigi ao portão do Palácio, manobra de retirada em
que fui acompanhado por Roberval Barcellos e Ricardo França. Na saída, encontrei brevemente com o amigo
Max Mallmann que acabava de chegar.
Roberval, França e eu descemos juntos para a estação de metrô do
Catete, só parando de papear quando tivemos que nos separar para embarcar em
sentidos diferentes.
Resumo da ópera: gostei muito de rever os amigos e comparecer ao
Estande 51 da Draco durante estes três últimos dias. Espero poder participar de eventos
semelhantes num futuro próximo.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 1º de novembro de 2014
(sábado).
Participantes:
Ana Cristina
Rodrigues.
Ana Lúcia
Merege.
André S.
Silva.
Carlos
Eugênio Patati.
Charles
Echauer.
Cirilo
Lemos.
Dana Guedes.
Dino
Freitas.
Fernando
Roig.
Flávia
Cortes.
Gerson
Lodi-Ribeiro.
Jorge
Pereira.
Leandra
Oliveira.
Luiz Alfredo Garcia-Roza.
Luiz Felipe
Vasques.
Marcelo
Amaral.
Márcia
Neves.
Marco
Bourguignon.
Marcos
Archanjo.
Max
Mallmann.
Raphael Montes.
Renata da
Conceição.
Ricardo
França.
Roberval
Barcellos.
[1]. “Auto do Extermínio” está
prestes a ser publicada em inglês (com tradução de Christopher Kastensmidt)
numa antologia dieselpunk.
[2]. Espinosa é apresentado ao
leitor como inspetor da Polícia Civil, no romance O Silêncio da Chuva (Companhia das Letras, 1996). Nos outros três romances do autor que li, Achados e Perdidos (idem, 1998); Vento Sudoeste (idem, 1999); e Uma Janela em Copacabana (idem, 2001), o
personagem já aparece como delegado. A
maior parte das narrativas envolvendo o Espinosa se passa no bairro carioca de
Copacabana.