Fim de ano da llyr
na
casa da Leitura
201212152359P6 — 19.153 D.V.
Noutro evento em petit committee,
compareci hoje à tarde na Casa da Leitura em Laranjeiras para o evento de fim
de ano da editora Llyr.
Apesar da plateia reduzida, talvez em virtude do sábado chuvoso, o
evento — um misto de mesa-redonda e bate-papo — mostrou-se produtivo e
divertido.
* *
*
Ainda sob efeito dos excessos literários, etílicos e gastronômicos —
não necessariamente nesta ordem — da noite passada aqui em casa, por ocasião da
vinda do Flávio Medeiros ao Rio, almocei um risotinho de frango caseiro e parti
para a empreitada da Llyr no bairro carioca das Laranjeiras.
Levei uma mochila carregada de livros.
Pois, mesmo sem muita esperança de concretizar vendas, por insistência
de minha amiga, Ana Cristina Rodrigues, levei oito exemplares da antologia Como Era Gostosa a Minha Alienígena!
(Ano-Luz, 2002) e da coletânea Histórias
de Ficção Científica da Carla Cristina Pereira (Draco, 2012). Minha perspectiva se revelou realista. Ninguém se interessou pelos livrinhos.
Fui escalado para participar de uma mesa-redonda com os autores Estevão
Ribeiro e Marcelo Amaral, com moderação da Ana Cris. Como essa atividade estava prevista para
começar às 16h00, cheguei coisa de meia hora antes, pegando o fim da oficina
literária ministrada pela Ana para uma plateia seleta e interessada. Os conselhos, sugestões e perguntas de
costume pipocaram animadas sobre editais, preparo de originais, revisões, leitores
betas e leituras críticas, expectativas, publicação paga e cuidados na relação
de amor-ódio entre autores e editores.
Pelo teor e pertinências das perguntas da plateia, fiquei com a
impressão de que havia mais de um autor iniciante do outro lado da mesa-redonda. No quesito exemplos práticos, ao falar de
autores que se metem na diagramação ou na confecção da capa, Ana citou o caso
do próprio Marcelo Amaral, autor do romance de fantasia infantojuvenil Palladinum: Pesadelo Perpétuo (Llyr,
2011), como contraexemplo. Marcelo não
só elaborou a capa e as ilustrações internas do romance, como ainda insistiu em
alterar a diagramação, pelo que entendi, com resultados positivos.
Estevão Ribeiro, Ana Cristina Rodrigues e Marcelo Amaral:
relação de amor-ódio entre autores e editores.
Ao longo da tarde, Ana Cris se dividiu entre os eventos da Llyr na Casa
da Leitura e o acompanhamento online via tablet
do processo seletivo de uma premiação literária que ela está coordenando na
Fundação Biblioteca Nacional. É que, não
obstante os compromissos firmados, um dos jurados da categoria romance divulgou
a lista de finalistas no Facebook.
No intervalo entre uma atividade e a outra, rolou umas torradas com
coca-cola trazidas pelo Estevão de uma padaria próxima, com direito a chocotone
à guisa de sobremesa.
A segunda parte do evento consistiu na mesa-redonda em si, presidida por
nossa augusta editora Ana Cris, que falou dos projetos da Llyr para 2013,
confirmando a publicação, dentre outros livros, do meu romance de ficção
científica hard Quando Deus Morreu,
que ela crê possuir uma pegada juvenil.
Espero que esteja certa. Em minha
defesa, declaro que o protagonista é um adolescente, Eduardo Torres, e a trama
não possui, ao que eu me lembre cenas de sexo explícito.J
Em seguida, Ana passou a palavra ao Marcelo que falou sobre um segundo
romance no universo ficcional Palladinum.
Na minha vez de falar, antes de abordar meus planos, atividades e
lançamentos para 2013, falei um pouco do que fiz neste ano, com ênfase à
organização de quatro antologias com submissões abertas (maratona exaustiva que
me levou a analisar mais de quinhentos textos originais no total), na concretização
do sonho de lançar minha coletânea Histórias
de Ficção Científica de Carla Cristina Pereira (Draco, 2012) e da antologia
Erótica Fantástica 1 (idem), além da
conclusão do primeiro romance de uma trilogia que estou escrevendo no universo
ficcional Ahapooka (A Guardiã da Memória). Ao falar da coletânea carliana, tive que
explicar o porquê de ter criado a persona feminina. Neste ponto, Ana Cris puxou pela memória,
lembrando as paixões que Carla despertou ao longo dos anos. Daí, falei dos meus planos para 2013, com
ênfase aos lançamentos de Quando Deus
Morreu pela Llyr e As Aventuras do
Vampiro de Palmares pela Draco. Não
cheguei a falar de minha pretensão de concluir o segundo romance da trilogia Mundo-Sem-Volta, até porque não sei se
conseguirei fazê-lo.
Por último falou Estevão Ribeiro, cujos planos para o ano vindouro
foram os mais extensos ou, pelo menos, os mais detalhados, com ênfase na
graphic novel verniana Da Terra à Lua,
para a qual escrevi o prefácio; da série Pequenos
Heróis e de mais um volume das HQs de Os
Passarinhos.
Marcelo Amaral, GL-R, Estevão & Ana Cris.
Findas nossas falas, abrimos para as perguntas da plateia que versaram,
em sua maioria, sobre a aceitação de originais pelas editoras.
Após o evento na Casa da Leitura, o pessoal estava programando sair
para comer alguma coisa e prosseguir com o bate-papo num ambiente menos
formal. No início, planejei ir, mas
depois, julguei melhor regressar à base para recarregar as baterias.
Neste fim de semana de atividades intensas na seara da ficção
científica carioca, quase não houve tempo para escrever crônicas sobre as
experiências vividas.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 2012 (sábado).
Participantes:
Ana Cristina
Rodrigues
Estevão
Ribeiro
Gerson
Lodi-Ribeiro
Marcelo
Amaral