Primavera Literária 2018
Dia 1 (Sexta-feira – data estelar: 20181019P6 — 21.288 D.V.)
“Precisamos
concordar em discordar.”
Nesta que é a septuagésima crônica pessoal da ficção científica que
escrevo para este blogue, falarei sobre minhas experiências na Primavera
Literária 2018.
Iniciei nesta tarde nublada de sexta-feira minha participação na
Primavera Literária 2018. Após uma
estada na Casa França-Brasil no ano passado, esta feira literária regressa aos belos
jardins do Palácio do Catete. Esta é a
quinta participação da editora Draco na Primavera Literária Carioca.
* *
*
Segui para o Palácio do Catete de ônibus. Pesquisando no aplicativo Mov it, descobri
que vários troncais passam na Rua do Catete.
Legal! Porém, na hora do vamos
ver, nada dos ônibus de uma dessas novas linhas passarem no ponto onde eu
esperava. Sem alternativa, recorri ao
bom e velho 409, torcendo para que o portão dos jardins do Palácio para a Praia
do Flamengo estivesse aberto. Estava! Leitura de bordo: romance de ficção
científica The Practice Effect
(Bantam-Spectra, 1984), do David Brin.
O estande Nº 57 da Draco é um dos mais próximos ao acesso pela Praia do
Flamengo. Acabei chegando lá às 16h00 em
ponto, horário combinado e que julguei que não conseguiria cumprir. Presentes no estande estavam minha amiga Ana
Lúcia Merege e a responsável pelo estande, Débora Marinho.
Pouco depois, Daniel Russell Ribas chegava ao estande da Draco. Com seu histrionismo habitual, Ribas
discorreu sobre seu pretenso talento para vendas de livros pelo método da
insistência infinita. Meia hora mais
tarde, partiria numa heroica caminhada a pé rumo ao Centro Cultural da Caixa
Econômica, na Rio Branco, para assistir uma palestra de Bráulio Tavares, embora
o céu escuro dessa tarde primaveril prenunciasse chuva forte, que de fato
cairia, insistente, no início da noite.
Quem chegou pouco antes da expedição autopunitiva do Ribas ao Centro da
Cidade, foi o Luiz Felipe Vasques que, à semelhança da Ana Merege, já estivera
na Primavera Literária na tarde de quinta-feira.
Débora Marinho faturando. Ana Lúcia Merege autografando.
Daniel Russell Ribas, Ana Merege, Luiz Felipe Vasques e GL-R.
Ana, Débora, Felipe e GL-R.
Hamilton Kabuna, Ana e Débora.
O assunto da tarde, como não poderia deixar de ser e como comumente
acontece nas Primaveras Literárias, até por conta da época do ano em que
ocorrem, foi a expectativa com o segundo turno das próximas eleições
presidenciais e para governador, com a polarização inédita petismo vs.
bolsonarismo. Vários amigos, conhecidos
e leitores externaram seus temores com a situação política do país após as
eleições. Aos poucos, nossos bate-papos
se deslocaram desse tópico estressante para a literatura fantástica, com ênfase
em worldbuilding, seara em que Felipe
tem investido nos últimos tempos. Citei
os livros de referência da Writer’s Digest Books que li sobre o assunto há
tempos: World-Building do Stephen L.
Gillett; Alien and Alien Societies do
Stanley Schmidt; e o The Writer’s Guide
to Creating a Science Fiction Universe de George Ochoa & Jeffrey
Osier. As três obras foram publicadas
dentro da coleção Science Fiction Writing
Series.
À noitinha chegou o amigo Hamilton Kabuna. Conversamos sobre os cursos transmidiáticos que
ele está ministrando sobre criação de universo ficcional e também sobre a
exacerbação do radicalismo político de direita e de esquerda. Sempre bem-humorado, Kabuna confessou estar
colecionando os posts descabelados de amigos e parentes nas redes sociais para,
mais tarde, se e quando a situação político-econômica degringolar, esfregar na
cara dos arrependidos e recalcitrantes que costumam fazer cara de paisagem,
fingindo não terem afirmado “nada daquilo”.
Falou que comprou até um pen-drive
novo para armazenar a besteirada toda.
Com a radicalização política atual, quem não tem fóruns e listas de
parentes ou amigos tomadas pelas fake-news
políticas? Será que depois das eleições
melhora? Creio que não tão cedo. Afinal de contas, essa polarização começou no
fim das eleições de 2014 e suas sementes já haviam sido plantadas um ano antes,
nas manifestações de junho de 2013.
Ao anoitecer, com Ana Merege já se preparando para ir embora, fomos eu,
ela e Felipe tomar um café na cafeteria instalada no prédio histórico do
Palácio do Catete. Embora tivesse
lotada, conseguimos descolar uma mesa ali.
Ao longo do caminho, passamos pelo estande da editora que vendia os
romances de Fábio Kabral, jovem autor de afrofuturismo com quem eu e Ana travamos
um contato breve na Casa Fantástica, durante a FLIP 2018.
Como não havia almoçado, comi dois pães de queijo, devidamente
lubrificados por um cappuccino. O papo voltou ao tema do worldbuilding e daí, conversamos sobre autoconsistência de
universos ficcionais em geral e das franquias Star Wars e Star Trek em
particular,[1]
o que nos levou a um breve comentário elogioso à série The Orville, um misto de pastiche e homenagem à Jornada nas Estrelas, bem melhor do que
a recente Star Trek: Discovery. Felipe me perguntou sobre as repercussões
internacionais da publicação da Solarpunk
(World Weavers, 2018) no EUA. Respondi
que as críticas têm sido majoritariamente positivas, embora alguns resenhistas
norte-americanos cheguem a confessar que perderam certas nuances de uma
narrativa ou outra.
De volta ao estande da Draco, retomamos o bate-papo com a Débora e o
Kabuna, que permanecera lá para fazer companhia à nossa gerente de vendas. Conversamos sobre romances gigantescos,
prolixos ou não, citando, favoravelmente ou não, algumas obras-primas de J.R.R.
Tolkien, Stephen King e George R.R. Martin.
Durante esse papo desabou a já tradicional chuvarada dos jardins do
Palácio do Catete, que costuma acometer pelo menos um dos dias de toda
Primavera Literária que se preza. Impulsionada
por rajadas de vento frio, a chuva ameaçou molhar os livros do estande, mas
Débora rapidamente os protegeu, mudando-os de lugar e cobrindo-os com capas de plástico.
Ao fim da jornada, eu, Felipe e Débora seguimos juntos até a estação de
metrô do Catete, onde ela embarcou em direção à estação Uruguai e nós em
direção a do Jardim Oceânico. Saltei
três estações mais tarde, em Botafogo, onde tomei o ônibus da integração para
casa. Leitura de bordo: The Practice Effect.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2018
(sexta-feira).
Dia 2 (Sábado – data estelar: 20181020P7 — 21.289 D.V.)
“Não concordo
com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até a morte teu direito de
dizê-las.”
(Voltaire)
Hoje acordei tarde e me atrapalhei com meus horários, mas juro que
teria conseguido chegar aos jardins do Palácio do Catete às 14h00, conforme o
combinado, se o portão que dá para a Praia do Flamengo estivesse aberto, como
ontem.
Como não rolou, tive que contornar todo o imenso terreno do Palácio,
até a entrada principal, lá pela Rua do Catete.
Mesmo assim, só me atrasei uns cinco ou dez minutos. Dentro da pontualidade carioca, portanto.
* *
*
O Vórtice, clube de leitura em literatura fantástica do qual participo
desde 2015, decidiu realizar sua reunião mensal nos jardins do Palácio e não no
Centro Cultural da Caixa Econômica Federal, como de hábito. Assim, pude comparecer ao evento.
O livro discutido neste mês de outubro foi o romance de fantasia Hex (Darkside, 2018), do autor holandês Thomas
Olde Hevelt, com tradução de Fábio Fernandes.
Mergulhando em outras leituras irresistíveis, não consegui sequer
comprar o romance. Contudo, empolgado
pela discussão de hoje, ao regressar ao lar doce lar, entrei no site da Amazon
Brasil e já me redimi de parte do meu lapso.
O perdão final ser-me-á concedido após a conclusão da leitura.
Estiveram presentes à reunião, Ricardo França, Flora Pinheiro e Diego
de Sousa, trio que encontrei junto ao portão principal do Museu do Catete. Mayra Braga chegou logo depois e dali
caminhamos até os jardins propriamente ditos, onde nos acomodamos num banco à
sombra, pois a tarde estava ensolarada.
De nós cinco, apenas as meninas haviam lido o romance.
Eis que de repente avisto o histriônico herói das letras fantásticas
cariocas, Daniel Russell Ribas e, num momento de fraqueza, acenei para ele. Embora prestes a partir novamente para o
Centro Cultural da Caixa (desta feita de metrô, porque, afinal, não ameaçava
chuva), agora para assistir um filme, não se furtou a integrar-se brevemente ao
debate sobre o Hex, uma vez que não
só havia lido o romance, como ainda travara contato com o autor, quando da
visita desse ao Brasil. Soubemos que
Hevelt reescreveu seu romance, ambientando-o na Costa Leste dos EUA e mudando
radicalmente o clímax da narrativa.
Originalmente, a trama se passava numa cidadezinha holandesa.
Pouco após a partida agitada de Ribas, chega Renata Aquino, que também
não havia lido o romance. Daí,
caminhamos do tal banquinho, onde não cabiam todos mesmo, até o gramado dos
jardins, onde nos instalamos sobre as cangas levadas pelas meninas. Minutos mais tarde, chegava Stella Rosemberg.
A protagonista dessa narrativa de fantasia (ou horror) criativa e
original é a bruxa Catherine, que assombra a mesma cidadezinha da (agora) Nova
Inglaterra há mais de três séculos.
Embora todos os residentes saibam da realidade dessa assombração (há até
um aplicativo de celular para localizar a bruxa, que se materializa e
desmaterializa a seu bel-prazer nos sítios mais diversos da cidadezinha,
inclusive, dentro das residências dos habitantes), eles mantêm sigilo em
relação ao mundo exterior. O debate
centrou-se na questão de se Catherine era de fato “do mal” ou apenas uma vítima
da maldade humana. A ré foi acusada pela
promotora Flora e amparada pela defensora pública de entidades sobrenaturais,
Mayra. Enquanto o representante da
Sociedade Protetora dos Animais, Diego, não dava a mínima para os malefícios
que a entidade praticava contra seres humanos, mas se arrepiava contra os
maus-tratos contra cachorros, pavões e outros bichos.
A reunião se mantinha de vento em popa até às 15h55, quando, não sem
certo pesar, obriguei-me a partir rumo ao estande da Draco.
Vórtice discutindo Hex: Renata Aquino, Flora Pinheiro,
Stella Rosemberg, Mayra Braga, ??, Ricardo França e Diego de Sousa.
Vórtice discutindo Hex: Diego, GL-R e Renata.
Museu da República ao fundo.
* *
*
Cheguei ao estande nº 57 às 16h00, lá encontrando Débora e Luiz
Felipe. Ao contrário de ontem, a feira
de livros estava bombando. O fita de
concreto que percorre os jardins em seu comprimento maior estava inteiramente
repleta de transeuntes, leitores, carrinhos de bebê, crianças correndo de um
lado para outro, e demais obstáculos ao deslocamento célere deste autor já um
bocado atrasado.
Mal cheguei à Draco, apareceram meu amigo de longa data, Ronaldo
Fernandes, a esposa Simone e a filhinha Letícia que, aos cinco anos e meio me
pareceu enorme. A última vez que eu a
vira foi na entrega do Prêmio Argos em 2016, quase dois anos atrás.
Enquanto Simone e Letícia foram passear pelos jardins do Palácio e
pelos outros estandes da Primavera Literária, Ronaldo ficou conversando comigo
e Felipe por mais de uma hora. Falamos
sobre política & eleições; ficção científica em geral e sobre a série The Expanse de James S.A. Corey (este é,
na verdade, o pseudônimo de dois autores: Daniel Abraham & Ty Franck) em
particular. Ronaldo já leu os seis
romances já escritos da série projetada de nove. Embora eu tenha os seis livros em formato e-book,
por enquanto, só conheço esse universo ficcional pelas três temporadas da série
que assisti no Netflix. Falamos também
um bocado sobre os esforços para a reconstrução do Museu Nacional, pois Ronaldo
é um dos hierarcas do departamento de herpetologia da instituição e tem se
esforçando bastante nessa lida inicial de coligir recursos necessários para a
reconstrução propriamente dita.
Contei-lhe sobre minhas perspectivas de aposentadoria e minha
transferência da sede da Secretária Municipal de Fazenda para o posto de
atendimento do Rio Sul. O bate-papo com
esse velho amigo estava tão animado que nem dei atenção ao que se passava à
nossa volta no estande da Draco, embora estivéssemos os três dentro dele, junto
com a Débora. Felizmente, Felipe supriu
minha deficiência momentânea com bravura inaudita. Ronaldo adquiriu um exemplar da minha
coletânea Histórias de Ficção Científica
de Carla Cristina Pereira (Draco, 2012).
Um amigo que esteve no estande, mas com quem não tive tempo de
conversar foi o Felipe Vina. Mal
consegui cumprimentá-lo. Mais ou menos
na mesma hora em que ele partia, chegaram o Flávio Lúcio Abal e Ricardo França,
esse último, enfim emerso da reunião do Vórtice.
De volta ao estande da Draco: GL-R, Ronaldo Fernandes e Luiz Felipe Vasques.
* * *
Felipe, Abal e eu conversávamos animadamente sobre... Adivinhem só?
Isto mesmo: política & eleições, quando chegaram André Orsolon, a
esposa Flávia e a filha de dez anos, Chloe.
André chegou reclamando que não havia trazido bolsas, pois haviam combinado
que não comprariam livro algum e, já nos dois primeiros estandes, as meninas
haviam se locupletado com quatro volumes.
Colérico, esbravejou:
— Eu não vou carregar nada!
No entanto, a bravata se dissolveu no estande da Draco, pois compraram
vários livros ali e, quando as meninas saíram para outros estandes, André
permaneceu conosco, lépido e fagueiro, com uma sacola a tiracolo. A tarde era uma criança e aquela sacola seria
a primeira de muitas... J
Estávamos no bate-papo mais animado da Primavera Literária 2018, quando
Felipe chegou com um exemplar do livro Bibliotecas
do Mundo Antigo (Vestígio, 2018), de Lionel Casson. Achei muito interessante e, quando ele falou
que estava por vinte e dois reais, e a meros dois estandes de distância, saltei
por cima do estande da Draco e corri até lá.
Só que, entre o nosso estande e meu objetivo, havia outro estande, onde
tropecei num capa-dura lindíssimo: Bartolomeu
Lourenço de Gusmão: o Padre Inventor (Andrea Jakobsson, 2011). André e Abal, que seguiam na minha cola,
também arregalaram os olhos gulosos em direção compêndio. O safado do gerente do estande afirmou que só
restava um exemplar para venda. Bradei:
— É meu!
— Amanhã posso trazer mais uns dois ou três. — O vendedor ofereceu, com
simpatia capitalista.
— Rapazes, o livro está na minha mão.
Peguei primeiro. — Argumentei. — Além disso, sou mais velho, alquebrado
e não posso vir amanhã!
Vencida essa disputa de pênaltis renhida, num abuso flagrante de poder
econômico, abri logo a carteira e paguei o livraço pela bagatela de sessenta
reais, antes que qualquer aventureiro arrebatasse o compêndio das minhas mãos
ávidas.
De volta ao estande da Draco, exultante com minhas aquisições,
deparei-me com o amigo Adílson Júnior, acompanhado da namorada e da filha. A menina estabelecia uma lista de desejos
literários, para depois revisitar os estandes e concretizar suas compras. Estratégia inteligente bolada pelo Adílson,
que, aliás, agora faz parte do nosso clube de leitura em literatura fantástica,
o Vórtice Rio. Conversamos por uns bons
quinze minutos sobre literatura fantástica e eleições, os dois temas mais
quentes e corriqueiros desta Primavera Literária.
Outro amigo da velha guarda da ficção científica carioca que encontrei
no estande da Draco foi o Ygor Silva, acompanhado pelo filhinho, cuja baby-sitter era nada mais, nada menos do
que a jovem Letícia, a filhinha do Ronaldo Fernandes.
Um amigo bibliófilo e bibliófago que também apareceu lá na Draco foi o
Dino Freitas. Com o Dino, conversei
muito mais sobre enologia do que sobre literatura fantástica. Uma vez mais rememoramos a excelência do
Trapiche Malbec 2015 que servi durante o lançamento do meu História do Vinho no Mundo Romano: Vita Vinum Est! (Mauad X, 2016),
que lancei lá na Blooks em fins de outubro de 2016 — exatos dois anos atrás.
* *
*
Um velho amigo da Secretaria Municipal de Fazenda que encontrei no
estande da Draco foi o Nelson Meirelles.
E foi justamente o Nelson que me falou que havia avistado exemplares da
antologia Fractais Tropicais (SESI-SP,
2018), organizada por outro Nelson: o antologista Nelson de Oliveira. Nem sabia que essa antologia já havia sido
lançada, mas que o Nelson Meirelles identificou o exemplar no estande da SESI,
informando, inclusive, que meu conto, “Coleira do Amor”, estava relacionado na
Segunda Onda. Depois fui lá conferir:
não é que a capa e o acabamento ficaram supimpas mesmo.
Lá pelas 19h00, eu, Felipe, Abal, André, Flávia e a jovem e espevitada
Chloe partimos em direção à cafeteria para aplacar nossas fomes. O estabelecimento estava tão cheio quanto
ontem, mas, também como ontem, logramos conquistar uma mesa, bravamente
defendida pelas meninas, enquanto nós quatro assediávamos o guichê no encalço
de nossos pedidos. A conversa nessa mesa
duramente conquistada foi a mais divertida desta Primavera. Conversamos de tudo um pouco. As implicâncias entre André e Chloe foram
impagáveis. André e Flávia esmiuçaram as
atividades dos clubes literários que eles frequentam: declarações hilárias
inacreditáveis, do tipo, autora de literatura vampírica declara que as
narrativas mais profundas que assimilou antes de escrever seus próprios textos
foram os romances de Anne Rice. Senti uma
pontada súbita de saudades da palestra de minha boa amiga Martha Argel, a maior
especialista brasileira em narrativas vampíricas, ministrada na Casa Fantástica
da FLIP 2018. Bola quicando na pequena
área, Felipe não resistiu em citar as boçalidades literárias de certo autor
marqueteiro que se imagina capaz de escrever literatura fantástica.
Quando já estava quase na hora de lacrar os estandes, retornamos à
Draco, para ajudar a Débora a fechar a casa.
Aproveitei o ensejo para presentear nossa gerente com um exemplar
autografado da antologia Como Era Gostosa
a Minha Alienígena! (Ano-Luz, 2002) e para comprar dois exemplares do meu
romance curto de história alternativa, Xochiquetzal:
uma Princesa Asteca entre os Incas (Draco, 2009), usando meu desconto de
autor. Felipe comprou um terceiro
exemplar, que autografei para ele.
Aliás, também autografei o exemplar do A Guardiã da Memória (Draco, 2011) da Débora. Enquanto o estande da Draco era fechado, na
qualidade de astrofísico, fui convocado para dirimir uma grave questão de
caráter planetológico: Chloe insistia que a Lua estava na fase crescente enquanto
a mãe Flávia afirmava que era Lua Cheia.
Como nosso satélite natural estava quase no plenilúnio, salomonicamente,
concedi a maior parte da razão à mãe em detrimento da filha, que ficou
resmungando que eu não era astrônomo coisíssima alguma. Criança adorável. J
Saímos todos juntos — eu, Felipe, Abal, André & Família, e Débora
rumo à estação de metrô do Catete.
Débora desgarrou para uma comprinha rápida num mercado em frente ao
Palácio, enquanto nós embarcávamos numa composição rumo ao Jardim Oceânico,
conversando sobre política & eleições, como sempre. Até a Chloe participou do debate. Saltei na estação de Botafogo e peguei o
ônibus da integração para o Jardim Botânico.
Leitura de bordo: o bom e velho The
Practice Effect, do David Brin.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2018
(sábado).
Participantes:
Adílson
Júnior
Ana Lúcia
Merege
André Orsolon
Chloe Orsolon
Daniel Russell Ribas
Débora
Marinho
Diego de
Sousa
Dino Freitas
Felipe Vina
Flávia
Teresa Almeida
Flávio Lúcio Abal
Flora Pinheiro
Gerson
Lodi-Ribeiro
Hamilton Kabuna
Letícia
Fernandes
Luiz Felipe
Vasques
Mayra Braga
Nelson
Meirelles
Ricardo
França
Renata
Aquino
Ronaldo
Fernandes
Simone Masruha Ribeiro
Stella Rosemberg
Ygor Silva
[1]. Na hora não lembrei o título
de um artigo extremamente interessante que li recentemente e desejei comentar, sobre
a autoconsistência e, sobretudo, sobre a falta dela, nas franquias Star Trek e Star Wars: “Hokey Religions: Star
Wars and Star Trek in the Age of
Reboots” do Gerry Canavan (in Extrapolation,
volume 58, No. 2-3, Summer/Winter 2017).
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