2ª Odisseia Fantástica de Porto Alegre 2013
DIA 1
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“A literatura
infantojuvenil sempre foi discriminada no Brasil. No entanto, as pessoas se esquecem de que, se
não fosse pela literatura infantojuvenil, não haveria mercado editorial no
país.” [Regina Zilberman]
“A literatura
infantojuvenil brasileira julga ter problemas” [GL-R]
Cheguei hoje às 09h40 no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre para
participar da Segunda Odisseia de Literatura Fantástica, evento anual criado em
2012 pela trinca Cesar Alcázar, Christopher Kastensmidt e Duda Falcão, agora
reforçada pelo apoio de Nikelen Witter e Christian David. O evento se desenrolará no Memorial do Rio
Grande do Sul, um belo prédio histórico situado no centro de Porto Alegre. Foi a primeira vez que viajei tirando as
passagens aéreas de graça pelo sistema de milhagem.
* *
*
Deixei o Rio no voo 1550 da Gol que decolou às 07:25h do Aeroporto
Internacional Galeão Tom Jobim com pontualidade genuinamente britânica. Durante a espera para o embarque e também
durante a viagem de cem minutos de duração engrenei na leitura da antologia The Sex is Out of This World — Essays on the
Carnal Side of Science Fiction (McFarland, 2012), organizada por Sherry
Ginn & Michael G. Cornelius.
Segui de táxi do aeroporto até o Lido Hotel. A viagem foi bem mais demorada do que no ano
passado, quando cheguei à capital gaúcha num sábado. Como havia quartos disponíveis, o pessoal da
recepção me deixou fazer o check-in mais cedo e daí, às 10h30 eu já ingressava
no quarto 407, surpreendendo a arrumadeira simpática que finalizava a
preparação do aposento.
Testei o WiFi do hotel e liguei brevemente o celular para passar
informações de chegada para casa. Em
seguida, revisei o fragmento do romance Aventuras
do Vampiro de Palmares (Draco, no prelo) que lerei amanhã em minha sessão
de leitura crítica. Concluí que o texto
selecionado é longo demais e resolvi ler apenas metade.
Daí segui para o Memorial do Rio Grande do Sul, sede da II Odisseia de
Literatura Fantástica. Já à porta do
prédio histórico, encontrei os amigos Flávio Medeiros e Martha Argel. Flávio falou que o Chris Kastensmidt queria
me convidar para participar de um PodCast de divulgação científica da UFRGS,
junto com ele próprio (Flávio) e Roberto de Sousa Causo. O grande problema é que não sabia exatamente
a data-hora em que se daria a gravação. Papeamos
no sopé da escadaria do Memorial por cerca de meia hora, até que decidimos
ingressar no prédio. Uma vez lá dentro,
percorri os estandes das diversas editoras.
Neste processo, deparei-me com os amigos Daniel Dutra e Simone
Saueressig. Martha Argel aproveitou a
oportunidade para apurar com a Simone quantos beijos se dá num cumprimento
entre amigos em Porto Alegre. A resposta
da Simone não foi conclusiva, uma vez que dependia do estado civil daqueles que
trocam cumprimentos. Flavio, Martha e eu
trocamos confidências sobre vícios em jogatinas internéticas, como Freecell e Spider, além das tergiversações facebookianas. Neste estado confessional, acabei falando
sobre minha antiga dependência do jogo de estratégia Sid Meier’s Civilization, que me levaram a desperdiçar milhares de
horas em frente ao monitor do micro em disputas frenéticas que se estendiam
madrugada adentro, levando-me a passar duas ou mais noites em claro. Isto para não falar que logrei disseminar
esse vício no seio da família e entre vários amigos... Hoje me considero curado, mas, ah, que
saudade! Aproveitei o ensejo para
adquirir a antologia Contos de Horror —
Histórias para Não Ler à Noite (Farol Literário, 2011), organizado pela
Martha Argel e pela Rosana Rios. Também
encontrei os amigos Ana Cristina Rodrigues, Estevão Ribeiro, Alicia Azevedo e
Henrique de Lima nos expositores da Llyr e da Ornitorrinco, respectivamente.
Bate-papo no Memorial com os amigos e grandes autores,
André Cordenonsi, Martha Argel e Simone Saueressig.
Do Memorial, eu, Estevão e André Cordenonsi seguimos a pé até um
mercado municipal para tomar um café especial.
Porto Alegre permanece com tempo nublado inofensivo; bem diverso da
frente fria anunciada nas previsões climáticas dos telejornais de ontem à noite. Na cafeteria, zoamos e fomos zoados pela
balconista e pelas garçonetes por causa de nossos sotaques e hábitos
alimentares alienígenas. Faminto pela
falta do desjejum e do almoço, consumi um café Mooca, uma soda limonada com
essência de Curaçao Blue e um frappé de café; gulodice que causou espécie aos
dois amigos.
Estevão Ribeiro e Cesar Alcázar no Memorial.
De volta ao Memorial, encontrei o casal Alicia Azevedo e Henrique de Lima
à porta. Conversamos um bocado sobre a
origem do nome da editora deles. Pouco
depois apareciam os amigos Max Mallmann e Marcelo Galvão. Conversamos sobre séries televisivas de
ficção científica de nossas infâncias, passando pela descoberta recente de DVDs
do National Kid à venda em bancas de
jornal do Centro do Rio, até Ultraman,
Ultraseven e Changeman. Eu e Galvão confessamos
nossos vícios adolescentes na série de livros Perry Rhodan, inicialmente publicada no Brasil pela Ediouro e que
atingiu centenas de números nas décadas de 1970 e 1980.
Estande da Ornitorrinco com Henrique de Lima & Alícia Azevedo.
No Memorial, adquiri três antologias no estande da Ornitorrinco:
1) Bestiário —
Outras Criaturas (2013), organizada por Ana Cristina Rodrigues e Ana Lúcia
Merege;
2) Erótica Steampunk
(2013), organizada por Tatiana Ruiz; e
3) Estranhas
Invenções (2012), organizada por Ademir Pascale.
Em frente ao estande da Ornitorrinco, travei contato com Edgard
Refinetti, Roberto de Souza Causo e Sílvio Alexandre. Este último confirmou que a Fantasticon 2013
se dará num único fim de semana, em 21 e 22 de setembro próximo. Sílvio me perguntou se eu lançaria algo na
Fantasticon deste ano e eu falei que devo lançar o romance fix-up de história
alternativa Aventuras do Vampiro de
Palmares, pela Draco.
Por volta das 19h00 o público presente no Memorial dirigiu-se ao
auditório principal da instituição para assistir a palestra de abertura da II
Odisseia, proferida por Regina Zilberman.
Participação instrutiva onde aprendi um bocado sobre literatura
infantojuvenil em geral e sobre a trilogia de fantasia de Philip Pullman em
particular.
Finda a palestra de abertura, seguimos para um restaurante próximo ao
Memorial, onde a organização do evento já havia fechado um pacote camarada para
os participantes da Odisseia. Optei pelo
prato de carne, tomei quatro taças de Boscato Cabernet Sauvignon e ainda
degustei uma sobremesa por menos de R$ 100,00.
No bate-papo do jantar conversamos sobre vinhos em geral e ficção
científica em particular, com ênfase em autores novos que estão despontando no
mercado norte-americano, oriundos de paises do Extremo Oriente, como China e
Vietnã.
Jantar no Bistrô com Marcelo Galvão; Flávio Medeiros, Ana Cristina Rodrigues,
Max Mallmann, Rober Pinheiro, Bruno Schlatter & Ana Carolina Silveira.
Jantar no Bistrô: Rober Pinheiro, GL-R e Bruno Schlatter.
Flávio Medeiros nos brindou com narrativas escabrosas dos seus plantões num pronto-socorro de Belo Horizonte (com destaque para a moradora de rua que praticou sexo com um cachorro e decidiu capar o animal para escapar do engate post coitum com o canino, dando entrada no hospital dois dias mais tarde, com o pênis apodrecido do animal enterrado na vagina.
Quase no apagar das luzes, o casal Henrique de Lima & Alicia
Azevedo pintaram no restaurante, quando o estabelecimento já estava prestes a
cerrar as portas. Vários membros
corajosos de nossa comitiva seguiram dali para um pub próximo. Combalidos, eu, Marcelo Galvão, Bruno Schlatter
e Ana Carolina Silveira declinamos da proposta e seguimos para nossos
respectivos hotéis.
Lido Hotel, Porto Alegre, 12 de abril de 2013
(sexta-feira).
DIA 2
201304131945P7 — 19.272 D.V.
“Onde é que
está essa porra dessa frente fria que não dá as caras?”
[Fã paulistano na II
Odisseia Fantástica]
“Vocês três
gravarão o podcast definitivo para desbancar todos os podcasts.”
[Vaticínio de
Christopher Kastensmidt]
“O gaúcho não
sonha em se separar do Brasil; ele sonha em anexar o Brasil.”
[Max Mallmann]
Acordei às 07h20 e desci direto para o café da manhã no restaurante do
Lido. Nada de surpreendente, mas um
desjejum honesto com café preto, pão de queijo e iogurte de morango. Daí, retornei ao 407 para tomar banho, fazer
barba e dar uma última conferida no texto que apresentaria em minha sessão de
leitura crítica. Caminhei cinco minutos
a pé até o Memorial, lá encontrando os amigos Flávio Medeiros e Marcelo
Galvão. Já dentro do prédio, reencontrei
os amigos Kyanja Lee, Georgette Silen e Jacques Barcia, recém-chegado de uma
excursão turística à Serra Gaúcha com a esposa.
Nossa primeira parada foi no estande da Ornitorrinco, tomei emprestado
uma cópia da antologia Bestiário — Outras
Criaturas com Alícia para receber autógrafos dos autores presentes ao
lançamento.
Em seguida, adquiri um exemplar da coletânea A Eva Mecânica e Outras Histórias de Ginoides (Literata, 2013), de
Daniel Dutra, autografado pelo próprio autor.
O prefácio dessa coletânea foi um dos três que escrevi este ano.
Às 10h30 assisti a fala dos cinco organizadores no auditório. De fato, Christopher, Cesar e Duda fizeram
bem em convidar Nikelen e Christian para reforçar o time, pois a Odisseia
cresceu um bocado do ano passado para cá.
Há mais estandes de venda de livros, mais editoras, mais público e mais
eventos. A Odisseia de Literatura
Fantástica firmou-se como um evento de vulto, genuína Fantasticon do Sul.
Mestres Organizadores da 2ª Odisseia: Christopher Kastensmidt;
Nikelen Witter; Cesar Alcázar; Christian David; e Duda Falcão.
Finda a fala dos organizadores, sem levantar da poltrona, assisti a mesa-redonda “O Jardim do Vizinho é Mais Verdinho?”, moderada pelo fã e estudioso de ficção científica Edgard Refinetti, com a participação dos autores Flávio Medeiros e Jacques Barcia, e da editora Gabriela Nascimento. A discussão girou em torno da comparação da qualidade literária dos autores brasileiros de literatura fantástica em comparação com o que se faz lá fora em nossos gêneros bem-amados. Falou-se das diferenças de estilo entre autores estrangeiros e brasileiros, da técnica narrativa superior dos estrangeiros e da maior capacidade dos brasileiros de estruturar personagens consistentes. Também abordou as perspectivas de inserção de trabalhos e autores brasileiros no mercado internacional (entenda-se, “anglo-saxão”) e na problemática da tradução. Para mim esta foi a mesa-redonda mais interessante da Odisseia 2013.
"O Jardim do Vizinho é Mais Verdinho?": mesa-redonda com Jacques
Barcia; Flávio Medeiros; Edgard Refinetti; e Gabriela Nascimento.
Quando a mesa-redonda terminou, levantei para dar um abraço no amigo Erick Sama, da Editora Draco, que acabara de montar seu estande num cantinho do andar térreo do Memorial. Ele trouxe uma mala robusta cheia de livros para vender, mas, com um catálogo de mais de cinquenta obras, só havia uns poucos exemplares de cada título. Meus romances Xochiquetzal, uma Princesa Asteca entre os Incas e a Guardiã da Memória marcaram presença, bem como as antologias Erótica Fantástica 1, Vaporpunk e Dieselpunk.
Lançamento de Bestiário — Novas Criaturas com Jacques
Barcia e as Três Anas: Carolina; Cristina; e Lúcia.
Quando eu estava na mesa de autógrafos da Bestiário II — antologia que, à semelhança da anterior, foi organizada por Ana Cristina Rodrigues e Ana Lúcia Merege — chegou a equipe do PodCast da UFRGS, Fronteiras da Ciência. Gravamos nossas participações no programa num cantinho do próprio andar térreo do Memorial. Nossos entrevistadores foram Aline Villavicencio e o físico Marco Aurélio Idiart, que confessou apreciar antes literatura policial do que ficção científica. Falamos sobre universos ficcionais, nossas carreiras, autores favoritos, fontes de inspiração, definições de FC hard, space opera e história alternativa. Um bate-papo bem legal que deverá estar no ar dentro em breve aqui (http://www.ufrgs.br/frontdaciencia/).
PodCast "Fronteiras da Ciência" Flávio Medeiros, GL-R e Roberto de Sousa Causo.
Concluída a gravação, saí para almoçar no mesmo bistrô próximo ao Memorial em que havíamos jantado ontem, com os amigos Flávio Medeiros, Max Mallmann, Hugo Vera, Larissa Caruso, Marcelo Galvão e Andrea Apocrypha. Desta vez sentamos do lado de fora. Após breve visita ao toalete, Flávio descobriu Simone Saueressig no salão do restaurante e a pescou para nossa mesa. Comi um talharim com frango desfiado ao molho de queijo, regado por uma taça de Boscato. Durante o almoço, por duas ou três vezes passaram caravanas de jovens em frente ao bistrô, rumando para o Memorial. Torcemos horrores para que ingressassem no recinto, porém, até onde eu sei, nenhum dos rebanhos numerosos se atreveu a galgar as escadarias da instituição. Falamos de ficção científica em geral e FCB em particular; de nossas profissões & atividades extraliterárias; do mercado imobiliário em geral e da vida nas grandes cidades. Para não perder o hábito, falamos sempre bem dos presentes e mal dos ausentes.
Almoço no Bistrô: Flávio, GL-R; Max, Andréia, Galvão, Larissa e Huguinho.
De volta ao Memorial, mais um bate-papo rápido com o Erick Sama no estande da Draco e, a caminho do auditório para assistir nova mesa-redonda, adquiri um exemplar da Crônicas de Espada e Magia (Argonautas, 2013) das mãos da Ana Cristina Rodrigues, uma das participantes da antologia. Além da Ana Cris, o livrão conta com mestres internacionais como George R.R. Martin; Michael Moorcock, Robert E. Howard; e Fritz Leiber, além dos bambas nacionais, Carlos Orsi Martinho; Max Mallmann; e Roberto de Sousa Causo. O volume maciço foi organizado por Cesar Alcázar e já foi cognominada MMM (Mallmann-Martin-Moorcock); poderia ter sido 4M, se o Martinho não houvesse assinado apenas como “Carlos Orsi”.
Às 15h00 começou a mesa-redonda “Space Opera Brasileira”, moderada por
Roberto Causo, com a participação de Mustafá Ali Kanso, Hugo Vera e Larissa
Caruso. Após as definições de praxe do
subgênero e de um breve histórico do gênero na literatura anglo-saxã e de um
apanhado mais breve ainda do que se escreveu de space opera no Brasil em priscas
eras, Causo passou a palavra ao Hugo e à Larissa, para que a dupla falasse do
Projeto Space Opera, triantologia de contos brasileiros no subgênero, que
lançou seu primeiro volume em 2011 e o segundo no ano passado. Em seguida, Causo tentou que Kanso falasse um
pouco de suas próprias incursões space operísticas, porém, em minha opinião,
apesar do esforço hercúleo, foi apenas parcialmente bem-sucedido nessa missão.
Space Opera Brasileira: mesa-redonda com Roberto Causo,
Mustafá Ali Kanso, Hugo Vera e Larissa Caruso.
No fim dessa mesa-redonda, Cesar Alcázar me convocou e conduziu a uma sala multiuso no segundo andar do edifício, onde se desenrolou o Vozes: Autores Nacionais Leem Trechos de Suas Obras. Junto com a jovem autora carioca de fantasia, Luciane Rangel, participei do Vozes 3, que rolou de 16h00 às 17h00. Li trechos selecionados de meu próximo romance, Aventuras do Vampiro de Palmares, focando mais na estrutura da linha histórica alternativa em si, com ênfase no confronto entre o Real Contratador dos Diamantes, João Fernandes de Oliveira e o Capitão Diabo das Geraes, do que no dito vampiro. Em seguida, Luciane leu um trecho de seu romance infantojuvenil sobre doze jovens associados aos doze signos do zodíaco, encarregados de proteger a humanidade contra as incursões de monstros extradimensionais. Findas as leituras, respondemos as perguntas da plateia pequena (cerca de quinze pessoas), mas interessada. Falei sobre a gênese desse universo ficcional dos Três Brasis e apresentei brevemente o conceito de linha histórica alternativa. Respondi questões do Max Mallmann, Sílvio Alexandre, do fã Leonardo de Albuquerque e da moderadora de nossa mesa, Olívia Barros.
Vozes 3: Luciane Rangel, GL-R e Olívia Barros.
Permaneci na sala após minha participação para assistir o Vozes 4, com a participação de Max Mallmann e André Z. Cordenonsi. Max Mallmann leu um trecho de seu magnífico Centésimo em Roma (Rocco, 2010), justo a passagem em que Nero enfim se suicida para evitar que o protagonista, Desiderius Dolens o capturasse. Já André leu um conto completo ambientado no mesmo universo ficcional de seu romance, Duncan Garibaldi. Uma surpresa agradável desse U.F. é que, ao contrário do que eu pensava, não se trata de mais elfos, fadas, duendes e anões chupados em modo automático de tudo o que já se escreveu desde Tolkien na literatura anglo-saxã, mas sim da exploração dos mitos e folclores lusitanos. Findas as leituras, fiz três perguntas ao Max e uma ao André. De volta ao térreo, comprei meu exemplar autografado do Duncan Garibaldi e a Ordem dos Bandeirantes (Underworld, 2012).
Vozes 4: André Cordenonsi, Max Mallmann e Olívia Barros.
Daniel Dutra reclamou que não conseguiu adquirir um exemplar da minha coletânea Histórias de Ficção Científica de Carla Cristina Pereira (Draco, 2012). Se duvidar, meu único livro da editora que o Erick Sama não trouxe para vender na Odisseia 2013. Contudo, pelo bate-papo que tive com o Erick após o término do Vozes 4, após que a editora não pôde reclamar: vendeu bem mais da metade dos livros que levou para o evento, voltou para Sampa com a mala quase vazia!
Encerradas as atividades formais da 2ª Odisseia de Literatura
Fantástica, partimos para a comemoração.
Antes, porém, eu e Hugo Vera demos uma mão ao Erick para conduzir o
remanescente dos livros da Draco até o Lido Hotel. Lá chegando, meus amigos fizeram seu check-in
e subiram para o quarto. Enquanto os aguardava,
adiantei um pouco esta crônica. Do
hotel, seguimos de táxi até a churrascaria Galpão Crioulo, a mesma em que, ano
passado, havíamos comemorado o encerramento da 1ª Odisseia. Há muito tempo não comia tanto e não bebia
tanto quanto neste sábado. Erick
sentou-se ao meu lado direito e o casal Bruno Schlatter e Ana Carolina da
Silveira à minha frente. As carnes, como
da vez anterior, estavam saborosas. O
vinho escolhido foi nosso velho conhecido, o Boscato Reserva Merlot, uma das
melhores — senão a melhor — relação custo-benefício do país. Já o show de danças e músicas folclóricas
desta vez decepcionou, pois, ao contrário do ano passado, não logramos escalar
um participante da Odisseia para subir ao palco e arriscar a vida enfrentando
chicotes e boleadeiras, como Rober Pinheiro fez da última vez. Não obstante o lobby fracassado que levamos
avante em prol do Hugo Vera, acabou que não escalaram ninguém das duas mesas
que ocupávamos e, quando dei por mim, o show já havia acabado.
Além do bate-papo animado com Erick, Bruno, Carol e Flávio Medeiros,
travei contato com Artur Vecchi, antigo amigo virtual das lides da
Intempol. Nascido carioca, Artur
naturalizou-se gaúcho ao desposar uma nativa.
Conversamos um bocado sobre os desenvolvimentos originais e atuais do
universo ficcional intempoliano.
Artur Vecchi e GL-R na Galpão Crioulo.
Erick Sama e GL-R felizes e algumas poucas garrafas acima...
Hugo Vera, GL-R e Flávio Medeiros. Huguinho, último bastião da sobriedade.
Enfim, como tudo que é bom dura pouco, nosso jantar apoteótico chegou ao seu fim e nós quitamos a conta parruda em função das muitas garrafas de vinho e regressamos ao hotel. Como, eu não sei... :-)
Lido Hotel, Porto Alegre, 13 de abril de 2013 (sábado).
DIA 3
201304142359P1 — 19.273 D.V.
Acordei cerca de 08h45 com o telefonema do Erick convidando-me para o
café da manhã no restaurante do Lido. Ao
falar com ele, percebi que estava gripado e quase sem voz. Desjejum iniciado, após a segunda xícara de
café preto, comecei a me sentir razoavelmente humano outra vez. Depois de alguns pães de queijo, a voz já
estava normal a ponto de eu conseguir descrever uma ou duas cenas de ação da
trilogia que estou escrevendo no mesmo universo ficcional do romance A Guardiã da Memória.
Então olhei para o relógio e percebi que já era 09h40. Pequeno detalhe: meu voo decolaria dentro em
setenta minutos do Salgado Filho. Propus
me despedir do Erick e do Hugo, visto que o voo deles para Sampa só partiria
por volta do meio-dia, mas acabamos combinando seguir junto para o
aeroporto. Felizmente, neste domingo
ensolarado o trânsito estava ótimo em Porto Alegre e só levamos quinze minutos
do Lido até o setor de embarque do aeroporto.
Antes de me despedir dos meus bons amigos, mostrei-lhes o exemplar da
antologia de ensaios The Sex is Out of
This World que constituiria minha leitura na viagem de volta para o
Rio. Na chegada, ao contrário de Porto
Alegre, a cidade estava chuvosa e friorenta, ocasião perfeita para me recobrar
da ressaca e me preparar para o início da semana.
Enfim, mais uma Odisseia Fantástica concluída com êxito. Os cinco organizadores, Chris, Duda, Cesar,
Nikelen e David estão de parabéns!
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 14 de abril de 2013
(domingo).
Participantes:
Adriano
Siqueira
Alicia Azevedo
Ana Carolina
Silveira
Ana Cristina
Rodrigues
Ana Lucia
Merege
Andre Zanki
Cordenonsi
Andréa “Apocrypha”
Alves
Artur Vecchi
Bruno
Schlatter
Camila
Fernandes
Celly Borges
Cesar Alcázar
Christian David
Christopher
Kastensmidt
Daniel Dutra
Douglas
Quintas Reis
Duda Falcão
Edgard “Garappa”
Refinetti
Eric Novello
Erick Sama
Estevão
Ribeiro
Everson
Probst
Flávio
Medeiros
Felipe
Castilho
Fernanda Lima
Kastensmidt
Gabriela
Nascimento
Georgette
Silen
Giulia Moon
Henrique de Lima
Hugo Vera
Humberto (Martha
Argel)
Jacques
Barcia
Kyanja Lee
Larissa
Caruso
Leo Carrion
Luciane
Rangel
Marcelo D.
Amado
Marcelo
Galvão
Marcelo
Paschoalin
Martha Argel
Max Mallmann
Mustafá Ali Kanso
Nikelen Witter
Regina
Zilberman
Rober
Pinheiro
Roberto de
Sousa Causo
Rosana Rios
Sílvio
Alexandre
Simone
Mateus
Simone O.
Marques
Simone
Saueressig
Walter
Tierno