Argos 2015
na JediCon do Planetário da Gávea
201511292359O1 — 20.232 D.V.
“I know where I came from... but where did all you
zombies come from?”
(“All You Zombies”, Robert A. Heinlein)
“Você será um
principiante em viagens no tempo enquanto não voltar ao passado para transar e
engravidar uma antepassada sua.”
(Frase de
viajante temporal do romance Up the Line,
de Robert Silverberg)
Dia 1
(Sábado – data estelar: 20151128O7)
Manhã ensolarada de sábado neste fim de primavera carioca. Com uma participação em mesa-redonda agendada
na JediCon por Clinton Davison, presidente do Clube de Leitores de Ficção
Científica (CLFC), e eu, inadvertida e infelizmente, preso em casa por conta da
instalação de um fogão high-tech e um ar-condicionado novos, com direito a mudança
de tomada de 127 para 220 volts, instalação de disjuntor, dois eletricistas e
um técnico da Brastemp aboletados em nossa cozinha, grosso modo, faina careca das
08h00 às 17h00.
De qualquer forma, segundo relato do amigo Eduardo Torres, a
mesa-redonda transcorreu numa boa, embora tenha sido aberta às 12h30, em vez de
no horário previsto de 10h00, como combinado inicialmente. Os participantes foram Clinton Davison;
Carlos Orsi Martinho; Fábio Fernandes; Alexey Dodsworth; Ricardo França; João
Beraldo; Saulo Adami.
No meu lado do front, acabou dando na justa para chegar ao restaurante
Estação Gourmet (o nome do estabelecimento não é mais esse, mas esqueci de
registrar a nova designação) às 19h00.
Ao desembarcar do ônibus de integração do metrô na Estação Botafogo,
encontrei com o amigo Naelton Araujo, meu veterano no curso de Astronomia no
Observatório do Valongo e atual responsável pela área de divulgação científica
do Planetário da Gávea. Ele falou que,
infelizmente, não iria comparecer à JediCon no dia seguinte.
Chegando ao restaurante, encontrei em nossa mesa tradicional, os velhos
amigos Eduardo Torres e Max Mallmann.
Senti-me bastante feliz e emocionado com a notícia de que Max está
melhor e reagindo bem ao tratamento.
Bola para frente!
Vinda de uma exposição de artes em Botafogo, Cláudia chegou pouco
depois. Em seguida apareceu o Ricardo
França. Carlos Orsi Martinho chegou logo
após, escoltado por Luiz Felipe Vasques, na qualidade de guia nativo. Felipe posou com seu new look: cabelo curto e praticamente sem barba. Já Clinton Davison, seguinte na ordem de
chegada, materializou-se no salão trajado (fantasiado?) de carioca típico:
bermudas, camiseta e sandálias havaianas.
O último a chegar foi o amigo Daniel Russel Ribas, com look & aparência
normal, conquanto algo abatido.
Enquanto só estávamos eu, Max e Edu, esse último discorreu sobre as
falas dos participantes da mesa-redonda.
Comentou que Alexey apresentou o astrofísico Gustavo F. Porto de Mello,
presente na plateia. Como Naelton,
Gustavo também foi meu veterano na Astronomia.
Alexey homenageia Gustavo transformando-o em personagem de seu romance Dezoito de Escorpião. Tanto na FC quanto na vida real, Gustavo
descobriu que a anã amarela 18 Scorpii (HR 6060), distante cerca de quarenta
seis anos-luz do Sistema Solar, é a estrela mais semelhante ao nosso Sol que se
conhece. Mais detalhes sobre o romance
abaixo. Quanto à estrela em si, confira
em http://www.solstation.com/stars2/18sco.htm
Mais tarde, na presença dos demais, Eduardo também falou sobre a
participação de Saulo Adami, maior expert brasileiro sobre o Planeta dos Macacos e provavelmente um
dos maiores colecionadores mundiais de memorabilia desse universo ficcional. Mais uma vez defendi a tese execrada de que a
versão de Tim Burton (2001) é a mais consistente em termos de argumentação
científica, evolução dos primatas, além de ser a mais fiel ao romance homônimo
do autor francês Pierre Boulle, que deu origem ao U.F. Aproveitei para abordar certas nuances do
romance ausentes em quaisquer dos filmes e seriados televisivos. Alguém lembrou que os macacos do filme
original concorreram ao Oscar de maquiagem contra os australopitecos exibidos
na primeira parte do clássico 2001: Uma
Odisseia no Espaço. Conta a lenda
que os macacos do Planeta ganharam o
Oscar pelo fato de que o comitê julgador da Academia de Hollywood considerou os
primatas do filme de Kubrick autênticos e não meros atores fantasiados.
Também discutimos amiúde as chances e nossas opiniões pessoais sobre os
trabalhos finalistas nas diversas categorias do Argos. Felipe e Clinton divulgaram que a antologia Super-Heróis (Draco, 2013), que eu e o
primeiro organizamos, foi bem votada, embora tenha sido considerada obviamente inelegível,
pela data de lançamento. Neste caso em
particular, creio que o fator principal de indução ao erro tenha sido a lista
do Anuário Brasileiro de Literatura
Fantástica que o próprio CLFC divulgou por e-mail, pois a lista relacionava
nossa antologia como tendo sido publicada em 2014.
O ponto alto do papo dessa noite foi sem dúvida nosso colóquio informal
sobre narrativas de viagens no tempo. Como
apaixonado e estudioso do assunto, Eduardo Torres discorreu longamente sobre o
romance de Robert Silverberg Up the Line
(Ballantine, 1969), onde o protagonista revela seu cotidiano, peripécias e
traquinagens como agente de uma empresa de turismo temporal. Edu lamentou que nunca se tenha cogitado
produzir um filme de ficção científica inspirado nesse romance. Quando chegamos ao tópico dos loops temporais
fechados, lembramo-nos com prazer dos enredos memoráveis do conto “12:01 PM” do
Richard A. Lupoff[1]
e de sua versão televisiva, bem como de seu análogo nacional, o conto “Estes 15
Minutos” de Carlos Orsi Martinho.[2] Em virtude do risco elevado de spoilers, não detalharei essas duas
narrativas, embora as recomende com o máximo empenho. Não resisti a tecer elogios ao romance de
Audrey Niffenegger, A Mulher do Viajante no
Tempo (Objetiva, 2009), também com versão cinematográfica (cujo título,
algo piegas, em português é Te Amarei para
Sempre) e, em minha opinião a narrativa mais pungente do drama pessoal e
existencial de um viajante temporal.
Claro que não poderíamos deixar de comentar e babar sobre o magnífico
conto clássico “All You Zombies”, de Robert A. Heinlein, a narrativa curta mais
intrincada e bem urdida da história do gênero.
Ainda mais que a bela versão cinematográfica desse conto, O Predestinado (2014), foi lançada na TV
a cabo brasileira poucos meses atrás.
No quesito imortais que convivem conosco e contemplam a passagem da
história humana desde o início dos tempos até o presente, comparamos
favoravelmente a narrativa do romance Zigurate
(Rocco, 2003), de Max Mallmann, com a do filme Hancock (Columbia, 2008).
Ribas indagou sobre a perspectiva de lançamento da antologia Dinossauros, que organizei para a Draco
em 2014. Adiantei que o Erick havia
comentado comigo durante a Bienal do Livro: a publicação da edição impressa
está prevista para 2016.
Quando estávamos prestes a pedir a conta, desabou uma chuvarada violenta
e meteorologicamente imprevista, pois os sites de previsão indicaram chances
nulas de ocorrência de chuva na cidade. Mesmo
assim, após certa dificuldade, Cláudia logrou obter um táxi pelo aplicativo do
celular e conseguimos voltar para casa secos e incólumes.
Ricardo França, Carlos Orsi, Edu Torres, Clinton Davison,
Daniel Ribas, Felipe Vasques, Max Mallmann e GL-R.
Carlos Orsi (Martinho), Eduardo Torres e Clinton Davison.
GL-R & Cláudia Quevedo Lodi.
Dia 2
(Domingo – data estelar: 20151129O1)
Acordamos cedo para caminhar no Jardim Botânico. Ao regressar do passeio, depois de uma hora
de lei na ergométrica, com a leitura de mais capítulo de Psychology Gone Wrong: The Dark Side of Science and Therapy
(BrownWalker Press, 2015), de Tomasz Witkowski & Maciej Zatonski, tomei
banho, me vesti e segui de ônibus da integração do metrô até o Planetário da
Gávea.
Junto ao portão de entrada, após certa hesitação funcional do pessoal
responsável pela identificação, consegui minha pulseira de participante,
evitando assim a fila quilométrica que já serpenteava calçada do planetário
abaixo às 11h20. A obtenção do crachá
ficaria para mais tarde.
Ao subir a rampa do estabelecimento para o segundo piso, encontrei
Carlos Orsi Martinho e Ricardo França.
Ficamos conversando por cerca de meia hora sobre idiomas e linguística. Distávamos a cerca de dez metros da sala de
imprensa, onde Clinton Davison e Jorge Luiz Calife concediam entrevistas a dois
sites de divulgação.
Dali, após reunirmos forças com João Marcelo Beraldo, Jorge Pereira,
Eduardo Torres e seu filho Iuri (já da altura do pai aos treze anos), e Lorena
França, filha do Ricardo, ingressamos na Cúpula Carl Sagan, onde se realizaria
a cerimônia de entrega do Prêmio Argos 2015.
Pouco antes de entrar, obtive meu crachá de convidado.
Dentro da cúpula, encontramos os amigos Ana Cristina Rodrigues, Octavio
Aragão, Fábio Fernandes e Max Mallmann; esse último, acompanhado pela esposa, a
escritora e poeta Adriana Lunardi. Antes
do início da cerimônia, Octavio me contou sobre sua crise de vesícula que o
deixou internado na UTI por alguns dias, culminando na extirpação do órgão
insidioso e no consequente restabelecimento, ainda em curso, de nosso amigo.
Eduardo Torres, Iuri Torres e Jorge Pereira.
Octavio Aragão, Ricardo França e Iuri,
Adriana Lunardi, Ana Cristina Rodrigues e Max Mallmann.
Concepção artística do Troféu Argos projetado
no telão da Cúpula Carl Sagan.
Por volta das 13h00, diante de uma platéia de cerca de cem pessoas, na
qualidade de presidente do CLFC, Clinton deu início aos trabalhos da cerimônia
de entrega das premiações. Após um
discurso breve em que abordou um pouco da história e do propósito do clube em
geral e do Argos em particular, ele me convocou ao palco para a entrega do
Argos Especial para Jorge Luiz Calife.
Falei da importância do Argos Especial como reconhecimento ao
homenageado pelo conjunto da obra e por sua importância para a literatura
fantástica nacional. Citei os três
romances da trilogia que constitui a obra magna, pela qual Calife é mais
conhecido: Padrão de Contato (Nova
Fronteira, 1985); Horizonte de Eventos
(idem, 1986); e Linha Terminal (GRD,
1991), lembrando ainda que o autor é considerado o decano da ficção científica
hard nacional.[3] Em seu discurso de agradecimento, Calife
manifestou sua alegria por ter sido agraciado com o Argos Especial.
Fala inicial de Mr. President Bill Clinton Davison.
Cerimônia do Argos 2015 na JediCon,
Cúpula Carl Sagan do Planetário da Gávea.
Argos Especial 2015.
Discurso de agradecimento de Jorge Luiz Calife.
Clinton retomou a palavra e explicou à plateia que a cerimônia de
premiação do Argos foi inspirada no Oscar, atribuído pela Academia de Ciências
Cinematográficas de Hollywood.
Inclusive, o vencedor de cada uma das três categorias é mantido em
sigilo absoluto até o anúncio proferido pelo sócio sênior convidado/convocado
para a tarefa.
Em seguida, o presidente convocou o sócio Eduardo Torres, que exerceu a
presidência do CLFC no biênio 2009-2011, para a entrega do Argos 2015 na
categoria estreante Melhor Antologia.
Eduardo procedeu à leitura dos trabalhos finalistas, projetados na tela
côncava da cúpula. Em seguida, recebeu
das mãos do presidente o envelope selado com o nome da antologia
vencedora. Aberto o mesmo, Eduardo
anunciou Vaporpunk: Novos Documentos de
uma Pitoresca Época Steampunk (Draco, 2014), organizada por Fábio Fernandes
e Romeu Martins. Fábio Fernandes desceu
ao palco para receber o troféu do Argos.
Emocionado, Fábio proferiu seu discurso de agradecimento na presença de
seus pais e também de seu filho.
Eduardo Torres entrega o Argos 2015, Categoria Melhor Antologia.
Coantologista Fábio Fernandes recebe o Argos 2015 por
Vaporpunk: Novos Documentos de uma Pitoresca Época Steampunk.
Discurso de agradecimento de Fábio Fernandes.
Dando prosseguimento à cerimônia, Clinton convocou o escritor e
professor Octavio Aragão ao palco para, como vencedor do Argos 2014 na
categoria Ficção Curta, proceder à entrega da premiação dessa categoria neste
ano. Como Eduardo antes ele, Octavio leu
os títulos dos contos e noveletas concorrentes e os nomes de seus autores. Em seguida, abriu o envelope e anunciou o
vencedor: “Clitoridectomia” (Draco, e-book,
2014), de Carlos Orsi Martinho. O autor
desceu ao palco para seu discurso de agradecimento, comentando que era sua
segunda vitória nesta categoria do Argos.
A primeira premiação deu-se no Argos 2013, com o conto “No Vácuo Você
Pode Ouvir o Espaço Gritar”.
Octavio Aragão entrega o Argos 2015, categoria Melhor Ficção Curta.
Carlos Orsi recebe o Argos 2015 por "Clitoridectomia".
Finalmente, Clinton convocou ao palco Ana Cristina Rodrigues, que
exerceu a presidência do CLFC no biênio 2007-2009, para a entrega do Argos 2015
na categoria Melhor Romance. Ana leu os
títulos e autores dos trabalhos finalistas e, uma vez aberto o envelope,
anunciou como vencedor Dezoito de
Escorpião (Novo Século, 2014), de Alexey Dodsworth.[4] O autor desceu ao palco para proferir seu
discurso de agradecimento e revelou estar prestes a publicar outro romance de
ficção científica em 2016, O Esplendor,
agora pela editora Draco.
Ana Cristina Rodrigues entrega o Argos 2015, categoria Melhor Romance.
Alexey Dodsworth recebe o Argos 2015 por Dezoito de Escorpião.
Encerrada a parte formal da cerimônia, reunimos os vencedores das três
categorias e o detentor do Argos Especial no palco da cúpula para uma sessão de
fotografias, que se prolongou até que os organizadores da JediCon nos
convidaram gentilmente a evacuar o recinto de modo a facultar a entrada do
público para a próxima atração.
Vencedores do Argos 2015: Alexey, Carlos Orsi, Calife e Fábio Fernandes
Agraciados & Mr. President.
Reunimo-nos junto à entrada da Carl Sagan para combinar um almoça de
confraternização entre aqueles que iriam permanecer no evento, bem como para se
despedir daqueles que não iriam.
Infelizmente, ainda convalescente, Octavio Aragão não pôde almoçar
conosco. Fábio Fernandes se despediu de
nós ali mesmo, pois iria almoçar com a família, que comparecera para
prestigiá-lo (e congratulá-lo!) na cerimônia do Argos. Jorge Luiz Calife desapareceu sem que
pudéssemos contactá-lo.
Enquanto procurávamos alguns retardatários, dei um pulo ao estande de
vendas do CLFC para convidar João Beraldo e Alexey Dodsworth para o
almoço. Encontrei o fã Alberto Oliveira
no justo instante em que coletava um autógrafo do exemplar do romance Império de Diamante (Draco, 2015), do
Beraldo. Eu e Alberto acompanhamos
Beraldo até a Sala de Imprensa, na esperança de que ele pudesse deixar seus
livros ali durante o almoço, ideia vetada in
abruptu pela Assessora de Imprensa do planetário. Dali seguimos até a Sala de Cosplay, no
terceiro piso do planetário: nova negativa.
Enfim, numa terceira sala, logramos armazenar os dezoito exemplares e,
mesmo assim, a título de favor pessoal prestado pela responsável pela guarda de
objetos.
Quando eu, Beraldo e Alberto — após nadar contra a maré humana naquele
genuíno mar de fãs a paisana ou fantasiados de stormtroopers, Princesas Leias, Yodas, Darth Vaders, Luke
Skywalkers e demais Cavaleiros Jedis — retornamos ao piso térreo, o povo já
havia partido para o restaurante combinado.
Felizmente, sabíamos o rumo que haviam tomado e os reencontramos pelo
meio do caminho em plena Marquês de São Vicente. Dali seguimos os dezesseis até a Praça Santos
Dumont. A ideia inicial era almoçar no
Bar e Restaurante Hipódromo (uma vez que seria inconcebível encontrar lugar
para dezesseis pessoas às 14h30 de sábado no Braseiro da Gávea). No entanto, o próprio Hipódromo também estava
lotado. Ante as circunstâncias adversas,
empreendemos retirada estratégica até o Garota da Gávea, onde enfim obtivemos
uma mesa capaz de abrigar nossa tribo.
Sentei em frente ao Edu Torres, com Clinton à minha esquerda e Max
Mallmann à minha direita. Ao longo do
repasto, conversei basicamente com esses três e também com o Martinho, a Ana
Cris e o Beraldo, com quem dividi uma mais do que generosa picanha na chapa com
arroz à piemontesa, ainda guarnecida por uma porção de batatas fritas e uma
farofa de ovo muito gostosa. Nosso prato
foi o último da mesa a chegar, mas, definitivamente, não perdemos por esperar. Reguei esse ágape com três taças de um tinto
português não identificado, mas bastante potável, e quatro garrafinhas de água
com gás.
Almoço: Carlos Orsi, Jorge Pereira, Ana Cristina,
Miguel Rodriges e Max Mallmann.
Almoço: Clinton Davison, João Beraldo e Eduardo Torres.
Almoço: Alberto Oliveira, Ricardo França e Lorena França.
Almoço: nossa mesa. Em primeiro plano, Alexey Dodsworth e amigos.
Durante o almoço, eu, Eduardo, Beraldo e Clinton conversamos sobre as
perspectivas de se obter um CNPJ para o CLFC.
No quesito alcoólico, falei e ouvi mais de cerveja do que de vinho. Os papos entrecruzados sobre as polêmicas
recentes na lista de discussão do CLFC me levaram a apresentar um breve
histórico sobre a criação da dita lista.
Clinton revelou que a página do CLFC no Facebook já goza de mais de sete
mil assinantes, por certo uma maioria deveras silenciosa, pois são (bem) menos
de cem pessoas que normalmente se manifestam ali. Para diversão dos presentes, eu e Martinho
relembramos vários episódios pitorescos ocorridos em convenções que
freqüentamos na década de 1990 da capital paulista.
Almoço: Carlos Orsi trajado a caráter.
Fechamos a conta da mesa e deixamos o Garota da Gávea por volta das
15h40. A maioria da tribo regressou à
JediCon. Martinho precisava tomar um
táxi para o Galeão. Como senti que o
evento em si já havia dado para o gasto, decidi acompanhá-lo até o ponto de
táxi informal que costuma funcionar no posto de combustível no quarteirão da
minha casa. Assim, sob o céu escuro e
trovões que prenunciavam dilúvio iminente, caminhamos pela rua Jardim Botânico
e, previsivelmente a posteriori, fomos surpreendidos por uma forte tempestade
de verão mais ou menos à altura do portão principal do arboreto do Jardim
Botânico. Como diz o velho ditado, “o
que não tem remédio, remediado está”, até porque, depois que você já está
encharcado, a chuva já não desperta mais temor ou desconforto. Uma vez no posto de abastecimento, paramos um
táxi que se dispôs a levar meu amigo até o aeroporto. Ao chegar em casa, um banho morno mais tarde
e eu já estava pronto para outra.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 29 de novembro de 2015 (domingo).
Participantes:
Adriana
Lunardi
Alberto
Oliveira
Alexey
Dodsworth
Ana Cristina
Rodrigues
Carlos Orsi
Martinho
Cláudia Quevedo Lodi
Clinton Davison
Daniel Russell Ribas
Eduardo
Torres
Fábio
Fernandes
Gerson
Lodi-Ribeiro
Iuri Torres
João Marcelo
Beraldo
Jorge
Pereira
Lorena
França
Luiz Felipe
Vasques
Max Mallmann
Miguel
Rodrigues
Octavio
Aragão
Ricardo França
[1]. Presente na antologia The Time Travel Megapack (Wildside
Press, 2013), organizada por John Bettancourt.
[2]. Presente na coletânea Tempos de Fúria (Draco, 2015).
[3]. Calife já havia sido agraciado com o Argos
2002, na categoria Melhor Livro, pela coletânea Sereias do Espaço (Record, 2001).
[4]. O enredo complexo e instigante de Dezoito de Escorpião gira em torno de uma
sociedade secreta estabelecida há mais de meio milênio que desenvolve
supertecnologias e as mantêm ocultas do grosso da humanidade para tentar
manipular o desenvolvimento de nossa espécie.
A partir de meados do século XX, essa sociedade secreta translada
paramutantes humanos para mundo biótico orbitante em torno de 18 Scorpii, para
onde já havia levado tribos indígenas ameaçadas de extinção na América do Sul. Os protagonistas mutantes Arthur, Martin e
Laura constituem um trio no mundo biótico de 18 Scorpii perturbando
involuntariamente os planos da organização secreta em relação ao destino da
humanidade. Dodsworth elabora uma
pletora de ideias pertinentes e originais que, em minha opinião, poderiam ser
mais bem aproveitadas se a temática da paranormalidade não fosse tão exacerbada
no enredo do romance. Mesmo não sendo
perfeito, Dezoito de Escorpião é
original e notável. Portanto, mais do
que merecedor do galardão de Melhor Romance do prêmio Argos 2015.
Olá amigo... só pra corrigir pra não deixar duvidas... sou UM dos responsáveis pela divulgação científica no Planetário... temos vários divulgadores, eu sou apenas mais um... muito bom te ver sempre...
ResponderExcluirValeu, Naelton.
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