segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Primavera dos Livros 2015

201512052359O7  —  20.238 D.V.

“Existe um limite para o número de tretas que um sujeito pode suportar.”
(Luiz Felipe Vasques)

Dia 1 (Sexta-feira – data estelar: 20151204O6)
Saí do trabalho mais cedo ontem à tarde para comparecer à Primavera dos Livros 2015, evento literário & cultural que começou anteontem (quinta-feira) e que se estenderá até amanhã (domingo) nos jardins do Palácio do Catete.
Fui de metrô da estação Estácio até a do Catete, colada ao palácio.  Leitura de bordo: livro de ficção científica que terei a honra de prefaciar.  Apesar da tarde nublada, prenunciando chuva, que acabou não caindo, as aleias dos jardins ocupadas pelos estandes das editoras participantes da Primavera encontram-se devidamente protegidas da chuva por coberturas de plástico improvisadas pelos organizadores do evento.
Às 16h30 chegava ao estande nº 24, ocupado pela Editora Draco e comandado pelo dinâmico e simpático Luiz Akira.
*     *     *

Chegando ao estande da Draco, deparei-me com Ana Lúcia Merege e com uma figura legendária da história incipiente da ficção científica brasileira, José dos Santos Fernandes, um dos primeiros amigos que fiz em 1987, quando ingressei para o Clube de Leitores de Ficção Científica (CLFC).  Já não via o Zé desde o lançamento da antologia comemorativa Vinte Voltas ao Redor do Sol em dezembro de 2005.  Aproveitamos a oportunidade para colocar o papo em dia.  Zé Fernandes me descreveu em pormenores hilários as aventuras de seu filho, Francisco, em suas viagens mundo afora para os destinos mais improváveis e inusitados, dentre os quais a estada numa cidadezinha russa no auge do inverno siberiano.  Com 23 anos, Francisco está cursando o quarto ano de Medicina e, segundo o Zé, pretende se tornar oncologista.  Ao longo de nosso papo, um par de gansos começou a entoar grasnidos histéricos que nos fez lembrar da guarnição de gansos que vigiava o forte romano durante a invasão de Breno, o Gaulês e que teria bradado o alerta de que os invasores estariam prestes a tomar a colina do Capitólio.
Pouco depois chegava meu amigo de infância, Celso Pinheiro Mesquita, que eu já não via desde meados de julho.  Conversamos bastante sobre viagens em geral e turismo enogastronômico em particular.  Aventamos a hipótese de viajar para as Serras Gaúchas durante os feriados momescos, para passarmos um carnaval enológico em grande estilo por lá.
Em seguida chegou o amigo Luiz Felipe Vasques, integrando-se ao nosso bate-papo.  Minha amiga do Vórtice Fantástico, Stella Rosemberg e seu marido Gabriel Kirin deram uma passada rápida pelo estande da Draco, mas não houve oportunidade de conversar com eles.

José dos Santos Fernandes, Celso Pinheiro Mesquita, Luiz Felipe Vasques.

GL-R, José Fernandes, Celso Mesquita.



Celso adquiriu um exemplar autografado de meu romance, Estranhos no Paraíso (Draco, 2015).  José Fernandes adquiriu, além desse livro, os três volumes da Space Opera, antologias organizadas para a Draco por Hugo Vera & Larissa Caruso.
Conversamos, eu, Celso, Felipe e Zé Fernandes até às 19h30 sobre organização de antologias, existência de civilizações extraterrestres, vida alienígena baseada em silício e jequitibás gigantes.  Quando comentei ter avistado um jequitibá-rosa gigantesco com mil anos de idade no Parque Estadual dos Três Picos, em Cachoeiras de Macacu, Zé contou ter visitado o jequitibá-rosa que é considerado a árvore mais antiga do Brasil, com mais de três mil anos de idade, no Parque Estadual Vassununga, no interior de São Paulo.  Através de pesquisas internéticas, confirmei que os dois exemplares são praticamente da mesma altura (o mais jovem, de Cachoeiras de Macacu é um metro mais alto), porém, o jovenzinho é mais robusto, com dois metros a mais de diâmetro.  De todo modo, preciso visitar esse parque paulista, pois lá existe uma autêntica floresta de jequitibás gigantes.[1]
Depois de autografar os livros de meus amigos e me despedir deles, tirei algumas fotos do estande em companhia da Ana, do Felipe e do Luiz Akira.  Por volta das 20h00, Felipe escoltou a Ana até a estação do Catete, pois ela ainda regressaria para Niterói.

Estande da Draco: Ana Lúcia Merege e Luiz Akira.


Travei contato com José Fontenele, fã de ficção científica que adquiriu um exemplar do Estranhos no Paraíso para resenhar num blogue de literatura.  Responsável pelo segmento de literatura fantástica do blogue, ele resolveu fugir um pouco da mesmice de Asimov, Bradbury, Clarke, Dick e Heinlein, dando chance também à ficção científica lusófona, no caso, aquela produzida este escriba que ora vos digita.
Também conversei durante bastante tempo com um mineiro, Ricardo Rodrigues, que acabou adquirindo um exemplar do Estranhos no Paraíso e um do Aventuras do Vampiro de Palmares (Draco, 2014).
Felipe me descreveu o enredo de um RPG de ficção científica em que consciências artificiais à la Skynet destroem a civilização global terrestre, mas a humanidade logra sobreviver no espaço solariano numa narrativa superficialmente semelhante à primeira fase daquela que concebi para o universo ficcional Taikodom.
Por volta das 20h00 passou uma banda carnavalesca em frente ao estande 24 com músicos tocando marchinhas com seus instrumentos, mulheres evoluindo de biquínis e homens dançando vestidos de mulher.  Eu e Felipe nos olhamos, indagando-nos onde é que foi parar o Natal.
Enfim, às 21h00, eu e Felipe ajudamos Luiz a fechar o estande da Draco e seguimos juntos para o exterior do Palácio do Catete.  Despedimo-nos dele na calçada e embarcamos na estação de metrô.  Saltei na estação Botafogo e tomei o ônibus de integração para casa.
Ao chegar em casa às 22h00, fui agradavelmente surpreendido pelo saboroso risoto de alho-poró com linguiça preparado pelas meninas, que guardaram um prato para mim.  Pitéu delicioso degustado em companhia de uma garrafa de Boscato Cabernet Franc 2013.  Fecho de ouro para um dia como poucos.

Dia 2 (Sábado – data estelar: 20151205O7)
Nesta tarde ensolarada de sábado, eu, Cláudia e meu sogro Carlos seguimos de táxi até o Palácio do Catete, para a segunda visita ao estande da Draco na Primavera dos Livros 2015.
Ao chegar lá, encontramos Ricardo França, Ana Lúcia Merege e Luiz Akira no estande nº 24.  Como eu próprio, França foi aluno de meu sogro na Engenharia Eletrônica da UFRJ no Fundão.  Os dois logo entabularam um bate-papo animado sobre os tempos, as aulas, os professores e as provas do Departamento de Eletrônica.

GL-R & Cláudia, Carlos Peres Quevedo, Ricardo França.



Enquanto Cláudia e seu pai exploravam outros estandes da Primavera, recebi a visita de Silas Ferreira, amigo e ex-chefe na Secretaria Municipal de Fazenda.  Morador do Catete desde sempre, Silas falou um pouco sobre a história desse bairro que abrigou por coisa de seis décadas a sede de governo do Brasil.  Também comentou que os jardins do palácio estão com uma nova iluminação noturna.  Ele torce para que essas luzes verdes que observa da janela de seu apartamento constituam iluminação permanente e não meramente natalina.

Silas Ferreira e GL-R.


O indefectível Luiz Felipe Vasques apareceu por volta das 15h00 para bater papo e dar uma força para os amigos draconianos.
Outro amigo que eu não via há muito, muito tempo e que apareceu na Primavera dos Livros foi Nuno Caminada, acompanhado pela esposa Christiane e o filho de cinco anos, Daniel.  Nuno prestou-nos grande auxílio quando eu e Phillip Antoniadis preparamos nosso projeto de pesquisa ao fim do curso de Astronomia em 1991.  Conversamos um bocado sobre ficção científica, nossas carreiras (ele também está trabalhando para a Prefeitura), amigos em comum e a vida em geral.  Nuno e Christiane não mudaram nada desde a última vez que nos vimos, exceto pelo fato de que agora são pais do ativo e esperto Daniel.  Combinamos marcar um jantar para as próximas semanas, provavelmente, no início de 2016.

GL-R e Nuno Caminada.


Outro casal que deu o ar de sua graça no estande da Draco foi Osmarco Valladão & Lila Montezuma.  Por ocasião da Bienal do Livro não consegui encontrá-los, embora eles tenham comparecido duas vezes ao estande da editora.  Desta vez pudemos colocar os papos em dia.  Falamos sobre escrever ficção científica hard e ficção científica soft; e sobre romances, filmes e séries do gênero.  Osmarco elogiou muitíssimo a série Black Mirror, que também parece ter siderado os garotos do Vórtice Fantástico.  Preciso dar uma conferida na Netflix!

Luiz Felipe, Osmarco Valladão, Lila Montezuma, Ricardo França.


Cirilo S. Lemos e seu primo Diego Miranda apareceram lá no estande às 16h00, horário de pico para as vendas da Draco.  Quando o pequeno estande se viu sitiado por mais de quinze clientes em potencial, França, Felipe e Cirilo passaram literalmente para o outro lado do guichê a fim de dar uma mãozinha para o sempre bem-humorado Luiz Akira.  Diego contou que também trabalha na Globo e, mais, lá no Projac.

Estande da Draco bombando!

Luiz Akira: Ninja em ação.

Luiz Felipe, Cirilo Lemos, Ana Merege, GL-R, Osmarco & Lila, Ricardo França.


Cláudia e seu pai aproveitaram o ensejo para visitar o Museu da República (instalado no prédio principal do palácio em si) e se integrar numa sessão vespertina de serestas que se desenrolava nos bancos dos jardins do palácio.  Por volta das 18h00 convidei os dois para tomar algo na cafeteria dos jardins.  No caminho rumo à cafeteria, encontramos Nuno e sua família.

Cláudia e Carlos Quevedo. Ao fundo, primeira
central elétrica instalada no Brasil.


Após a parada na cafeteria, passei no estande nº 24 para me despedir dos amigos.  Encontrei o amigo Daniel Russell Ribas em plenos jardins e aproveitei o ensejo para autografar seu exemplar de Estranhos no Paraíso.  Aliás, Daniel logrou adquirir o último exemplar do romance disponível no estande.
Às 19h10 tomamos um táxi para casa.  Após uma breve parada técnica para selecionar os vinhos que levaríamos conosco para a festinha de Natal do pessoal do curso de italiano, seguimos a pé até o Heliponto da Lagoa, onde nosso amigo e anfitrião Luis Munhoz, a namorada Monique e os demais amici do curso já nos aguardavam para o evento animado que se prolongou, desta vez praticamente em petit committee, até às 02h20.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 05 de dezembro de 2015 (sábado).



Participantes:
Ana Lúcia Merege
Carlos Peres Quevedo
Celso Pinheiro Mesquita
Christiane Caminada
Cirilo S. Lemos
Cláudia Quevedo Lodi
Daniel Caminada
Daniel Russell Ribas
Diego Miranda
Gabriel Kirin
Gerson Lodi-Ribeiro
José dos Santos Fernandes
José Fontenele
Lila Montezuma
Luiz Akira
Luiz Felipe Vasques
Nuno Caminada
Osmarco Valladão
Ricardo França
Ricardo Rodrigues
Silas Ferreira
Stella Rosemberg
Tomaz Adour





[1].  Parque Estadual de Vassununga: http://www.ambiente.sp.gov.br/parque-vassununga/

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