terça-feira, 3 de setembro de 2019


Sábado na Bienal do Livro 2019

201908312359P7 — 21.603 D.V.

“Estou profundamente decepcionada com você.”
[Chloe Orsolon, durante o jantar, ao constatar minha paixão pelo vinho]


Neste sábado compareci à Bienal do Livro 2019, abrigada no Riocentro, lá no Recreio dos Bandeirantes, para autografar meus livros e papear com amigos e aficionados da literatura fantástica em geral e da ficção científica em particular.
Quando estava saindo de casa, por volta das 11h30, Luiz Felipe Vasques me ligou, perguntando se eu queria aderir a uma carona oferecida por seu amigo Daniel Braga.  Como carona até o longínquo e remoto recanto da região oeste (Far West?) onde se situa o Riocentro não é coisa que se recuse em sã consciência, topei na hora.  Apressei-me em tomar um táxi até o prédio do Felipe e lá aguardamos a chegada do Daniel.
Durante os oitenta minutos dessa jornada memorável do Leblon ao Recreio, não faltaram oportunidades para se falar de tudo um pouco.  Conversamos sobre a falta que fazem os agentes literários no mercado editorial brasileiro de literatura fantástica.  Daniel nos contou de seus esforços para ocupar esse nicho ecológico-literário até hoje vago no panorama da cultura nacional.  Também comentamos nossas experiências comuns com autores iniciantes que encaram seus textos como bebezinhos amados em vez de produtos em busca de um público para chamar de seu.  Falamos ainda de enredos de história alternativa, da série de animação de ficção científica da Netflix, Love, Death & Robots, da qual eu já havia ouvido falar, mas que ainda não assisti, e do site especializado em horror literário que Daniel mantém, o Canto do Gárgula (www.cantodogargula.com.br), estive lá e creio que vale a pena conferir.
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Chegamos à Bienal em torno das 14h00.  Como Felipe já havia comparecido na véspera, dia de abertura do evento, ensinou-se o caminho das pedras para a entrada dos autores credenciados.  Mesmo assim, após cruzarmos um Pavilhão 1 (Laranja) superlotado, decidimos seguir por fora, contornando dois outros pavilhões, até chegar ao 4 (Verde), onde se situa pouca parte das editoras dedicadas à literatura fantástica, dentre elas, a Draco, ora aquartelada no estande O-83.
À entrada do Pavilhão 4, encontramos Gabriel Guimarães, que saía com uma mala abarrotada de livros.  Atitude que nos fez recordar do legendário Dino Freitas.  Após uma conversa breve com o Gabriel, despedimo-nos e seguimos até o estande da Draco.  No O-83, encontramos não só nosso amigo Erick Sama Cardoso, o publisher da editora, mas também sua mãe, Isilda Morais, a Débora Marinho, amiga que já conhecíamos do certame 2018 da Primavera dos Livros, lá no Palácio do Catete, e nossa amiga, a autora e antologista Ana Lúcia Merege.  Neste ano, o estande da Draco está situado em frente a um outro, de esquina, com um saldão de livros por vinte reais: qualquer título, até mesmo hardcovers de mais de mil páginas e encadernação requintada.  Concorrência desleal.
No estande da Draco dois livros se destacavam como lançamentos oriundos de processos de crowdfunding pela Catarse: as antologias Cyberpunk: Registros recuperados de futuros proibidos, organizada por Cirilo S. Lemos & Erick Santos Cardoso; e Duendes: Contos sombrios de reinos invisíveis, organizada por Ana Lúcia Merege.

GL-R e Erick Sama Cardoso.

Isilda Morais, Erick e Débora Marinho.


Mal chegamos lá e nossa amiga Flávia Cortes passou pela Draco.  Apressada, pois estava atrasadíssima para um outro evento na Bienal.  Mesmo assim, arranjamos tempo para alguns poucos e breves comentários sobre nosso interesse comum no comportamento dos cetáceos.
Paulo Vinicius, do site especializado em literatura fantástica, Ficções Humanas (www.ficcoeshumanas.com.br/), apareceu pouco depois da Flávia partir.  Ocasião em que Daniel Braga também já havia se reunido conosco no estande da Draco.  Conversamos um bocado sobre os lançamentos fantásticos da editora Morro Branco, sobretudo os romances da Octavia E. Butler, mas também sobre as novidades de outros autores que ainda estão para sair.  Também falamos da Odisseia Fantástica de Porto Alegre que ocorreu na semana passada na capital gaúcha, bem como sobre as instâncias passadas daquela convenção.  Falamos um pouco do Prêmio Odisseia, certame inaugurado neste ano, bem como da conveniência e da ética de se cobrar inscrições dos concorrentes às diversas categorias.

Ana Lúcia Merege, Daniel "Gárgula" Braga  e Luiz Felipe Vasques.
Às mãos de Daniel, a antologia recém-lançada Duendes (Draco, 2019), organizada pela Ana.

Daniel, Felipe e GL-R.


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Embora ficção científica não seja bem a praia de Daniel Braga, ele adquiriu um exemplar de meu Octopusgarden (Draco, 2017), prêmio Argos 2018 na categoria Melhor Romance, para presentear um amigo.  Falei que ele talvez gostasse de meu romance fix-up de história alternativa Aventuras do Vampiro de Palmares (Draco, 2014), o qual, infelizmente, não se encontrava à venda no estande.  Daí, expliquei a temática do vampirismo científico no universo ficcional Três Brasis com o exemplo do romance clássico Fome de Viver (Record, 1984)[1], do Whitley Strieber, que inspirou o filme homônimo (1983), dirigido por Tony Scott e estrelado por Catherine Deneuve (no papel da predadora Miriam Blaylock); David Bowie (marido humano de Miriam, John Blaylock, imortalizado por uns poucos séculos); e Susan Sarandon (bióloga Sarah Roberts).
Outra amiga que passou de passagem pela Draco foi Renata da Conceição, do Vórtice Rio, grupo de análise e discussão literária especializado em literatura fantástica do qual participo.  Renata queria adquirir um segundo exemplar do Aventuras do Vampiro de Palmares para presente.  Como não tinha, combinei com ela que levarei um exemplar daqui de casa para ela comprar na próxima reunião do Vórtice.[2]
Nosso amigo André Orsolon compareceu ao estande da Draco acompanhado da esposa, Flávia, e da filha pré-adolescente Chloe.  André adquiriu exemplares dos meus romances A Guardiã da Memória (Draco, 2011), agraciado com o Argos 2012, e Octopusgarden, que fiz questão de autografar.  Mais tarde, justo no momento de lotação máxima do Pavilhão Verde, esse pai extremado partiria do nosso estande em genuína expedição autopunitiva, no encalço de uma edição especial do romance Drácula, do Bram Stoker, publicada pela Darkside, para sua rebenta.
Mais tarde, André voltaria, sobrevivente vitorioso em sua expedição se não inglória, ao menos pírrica, em companhia do amigo Victor Miranda, pai da jovem adolescente Maria Luíza, uma menina superleitora que percorre os diversos estandes e pavilhões da Bienal à caça de seus livros favoritos, munida de uma lista detalhada de títulos e autores.  Tive o prazer de conversar com ela na Draco e, portanto, posso atestar que Luíza realmente sabe do que está falando quando discorre sobre suas narrativas prediletas.  A Incrível Menina da Lista.  Victor adquiriu um exemplar do meu romance de ficção científica hard cum história alternativa, Estranhos no Paraíso (Draco, 2015).
Como todo bom avô babão que se preza, deliciei-me ao mostrar as fotos de meu neto Bernardo para o Erick, a Isilda e a Débora.  Ainda me assusto um pouco quando me dou conta de que ele fará dois anos daqui a dois meses.
Na seção nostalgia, meio órfãos com o término da décima segunda e última temporada do seriado humorístico de apologia a nós nerds, The Big Bang Theory, eu, Erick e Felipe rememoramos aos sorrisos, risadas e gargalhadas, de alguns dos episódios mais marcantes da série.
Outro integrante do Vórtice que pintou lá no estande da Draco foi nosso velho amigo Ricardo França.  Ele chegou lá em torno das 17h00.  Conversamos sobre o romance Altered Carbon (Del Rey, 2003)[3], do Richard K. Morgan, que inspirou a série homônima da Netflix.  Incentivei-o a retomar as aventuras do sensacional Takeshi Kovacs e, se possível, ler o romance, depois que ele se declarou desmotivado com o ritmo narrativo do primeiro episódio.
Conheci hoje Maurício Falcketti, um sujeito que, como eu, é apaixonado pela temática de dinossauros na ficção científica.  Daí eu lhe mostrei a antologia Dinossauros (Draco, 2016), que organizei para a editora com dezesseis contos de quinze autores.[4]  Conversamos um bocado sobre as diversas subtemáticas saurianas, inclusive, aquela em que os dinos evoluem até a racionalidade e erigem uma civilização tecnológica no Mesozoico.  Ainda sobre dinos inteligentes, contei-lhe da novela The Homecoming (Walker, 1989)[5], do Barry B. Longyear.  Maurício foi a segunda pessoa nesta tarde que elogiou Love, Death & Robots.  Preciso começar a assistir essa série urgentemente!

Erick, Felipe, fã e GL-R.

Erick, Ricardo França, GL-R e Felipe.


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Como ninguém é de ferro para resistir às tentações literárias, empreendi minha própria incursão ao estande do saldão e adquiri pela bagatela de vinte reais a coletânea portentosa George R.R. Martin: RRetrospectiva da Obra (Leya, 2017), que procura reunir em suas singelas mil e cem páginas, encadernadas em capa dura acolchoada, toda a ficção curta jamais produzida pelo autor da saga Canção de Gelo e Fogo.  Simplesmente de babar na gravata!
Outra figura legendária que apareceu no estande da Draco foi Marcelo Rodrigo “Mushi” Pereira, que nos brindou com a distribuição gratuita de seus fanzines, como faz invariavelmente, sempre que nos encontramos em feiras de livros ou convenções literárias.  Esta é a minha vez que me deparo com o Mushi e sua esposa no Rio de Janeiro.
Quando estávamos quase deixando o estande da Draco para jantar, eis que aparece Adilson Júnior, outro integrante do Vórtice.  Ele trouxe seu próprio exemplar do Octopusgarden, adquirido na Cultura, para que eu o autografasse.  Devemos nos rever no próximo sábado, ocasião em que destrincharemos a tradução brasileira do romance The Forever War[6], do Joe Haldeman.
Ao me despedir da Débora e da Isilda, aproveitei o ensejo para adquirir três exemplares da antologia Dinossauros com fins de revenda.  Afinal, a primeira tiragem se esgotou antes que eu pudesse fazê-lo.  Urge aproveitar essa segunda leva.
Já estávamos fora do Pavilhão 4 e caminhando para a saída do Riocentro a fim de sair para jantar, eu, Erick, Felipe, Ricardo França, André Orsolon e família, quando França recebe uma mensagem da filha — que também estava na Bienal, mas se desgarrara do pai — e então deserta do nosso grupo de aventureiros.
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Defronte ao hotel Mercure junto à saída Salvador Allende do Riocentro, pedimos e aguardamos os UBER que nos conduziriam até o restaurante Empório Santa Therezinha, na vizinhança da rua em que meu filho Erich reside.  Após cerca de meia hora de espera, com direito à defecção de vários motoristas, enfim os veículos aparecem e nos levam até o Empório.  Quando o UBER que conduzia eu, Erick e Felipe finalmente nos desova no estacionamento do restaurante e nós adentramos no estabelecimento, deparamo-nos com a família Orsolon, que ainda não havia embarcado em seu próprio UBER quando partimos do Riocentro.  Eles nos aguardavam numa mesa redonda para seis pessoas.
Uma vez acomodados, minha primeira preocupação foi escolher um vinho BBB (bom-bonito-e-barato) para acompanhar nossos pratos.  Depois de visitar a enoteca do restaurante, acabei regressando de mãos vazias ao salão principal: o que era bom no acervo da enoteca não era barato e o que tinha preço razoável estava longe de ser bom.  No entanto, uma vez no salão, bati com os olhos numa promoção dos rótulos da vinícola chilena Ventisquero: a segunda garrafa de qualquer rótulo seria vendida pela metade do preço da primeira.  Confirmei este fato com o garçom e daí selecionei o Red Blend 2018, que agradou a mim, ao Erick e ao Felipe, embora a notícia de que iríamos degustar esse tinto tenha desagradado sobremodo a Chloe, que se declarou decepcionada conosco.  Quando lhe pedi uma explicação, ela elevou sua vozinha em crítica acerba, afirmando que o álcool faz muito mal à saúde.
Enquanto André & Flávia optaram por sanduíches caprichados, a Chloe por uma massa à bolonhesa e o Felipe ainda analisava as possibilidades gastronômicas do cardápio, eu e Erick partimos esfaimados para a seleção de queijos e frios do estabelecimento.  Uma vez lá, escolhemos porções de queijo (grana padano e gorgonzola) e frios (rosbife, presunto de Parma, e salames hamburguês e milanês), além de uma pasta de bacalhau que nos pareceu apetitosa e acabou se revelando a pedida mais saborosa do jantar.
Nossos papos durante esse ágape dos deuses girou em torno dos temas mais diversos.  Daqueles que ainda me recordo, destaco os seguintes: pais idosos e suas sequelas físicas e perdas cognitivas; a apologia tecida pelo casal Orsolon em relação a uma pizzaria mítica que ambos alegaram existir num shopping na rua de trás àquele trecho da Avenida das Américas (precisamos checar as evidências concretas dessas alegações do casal com a maior brevidade possível!); a excelência dos tintos da casta Primitivo que André vem experimentando ultimamente; a noção extremamente pertinente de um repórter da Folha de São Paulo, segundo o qual, após as eleições de 2018, nosso país estaria sendo governado “pelos últimos alunos da turma”; a série Chernobyl da Netflix, elogiada pelo Erick e que a minha caçula Ursulla já vem insistindo há tempos para que eu assista; percentuais dos isótopos de urânio nas bombas atômicas e reatores nucleares; diferença entre fissão e fusão nucleares.  Tudo isto adoçado pela marra ocasional e divertida da Chloe e a admoestação do André por eu ter declarado que era só um metido a entender de vinhos.
Erick precisou nos deixar mais cedo para ajudar sua mãe e a Débora a fechar o estande da Draco lá no Riocentro.  Porém, mal nos despedimos e já adentrava no estabelecimento nosso amigo Flávio Lúcio Abal.  O papo animado reacendeu e, por muito pouco, não partíamos para uma segunda rodada de comes-e-bebes.  Para bem de nossa saúde hepática, com o beneplácito tácito da Chloe, resistimos à tentação das tentações.
Por volta das 23h30 eu e Felipe pedimos nosso UBER.  Desta vez, o veículo apareceu rápido.  Cinquenta minutos mais tarde, eu desembarcava na calçada do meu prédio.
Mais uma excursão exaustiva, pero memorável à Bienal do Livro que ocorre no extremo posto da Cidade Maravilhosa, em relação à nossa posição geográfica atual.  Agora, é pensar na Primavera Literária, evento que, como no ano passado, decorrerá nos jardins do Palácio do Catete, no bairro epônimo.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2019 (sábado).


Participantes:
Adilson Júnior.
Ana Lúcia Merege.
André Orsolon.
Chloe Orsolon.
Daniel Braga (Canto do Gárgula).
Débora Marinho.
Erick Sama Cardoso.
Flávia Cortes.
Flávia Orsolon.
Flávio Lúcio Abal.
Gabriel Guimarães.
Gerson Lodi-Ribeiro.
Isilda Moraes.
Luiz Felipe Vasques.
Marcelo Rodrigo Pereira (Mushi).
Maria Luiza Miranda.
Maurício Falcketti.
Paulo Vinicius (Ficções Humanas).
Renata da Conceição Aquino
Ricardo França.
Victor Miranda.



[1].  Nanorresenha extraída do meu bunker de dados sobre literatura fantástica: Fome de Viver (The Hunger, 1981) – Bióloga especializada em longevidade se depara com humanoide imortal que se alimenta dos fluidos vitais humanos e mimetiza perfeitamente a humanidade para melhor predá-la.
[2].  Aliás, por conta da Bienal e doutros eventos & motivos, resolvemos adiar nossa reunião de agosto para o dia 07 de setembro.  Sábado que vem.
[3].  Nanorresenha do bunker de dados: Altered Carbon (2002) – No século XXV a humanidade se espalhou num raio de 200 anos-luz do Sistema Solar, diáspora monitorada pelo olhar vigilante das Nações Unidas.  Apesar das diferenças de raça, classe e religião ainda existirem, avanços tecnológicos redefiniram o próprio conceito de vida.  Para quem pode bancar o procedimento, a consciência humana é armazenada numa unidade cortical instalada na base do cérebro e facilmente reencarnada num corpo novo, tornando a morte nada mais que uma piscadela numa tela de computador.  Nesse cenário futurista, após uma morte particularmente dolorosa, ex-comando diplomático do Protetorado Humano, Takeshi Kovacs reencarna na Terra do século XXV, a soldo de um dos maiores bilionários do Sistema Solar, para investigar a morte anterior desse contratante.  Os problemas de Kovacs começam quando o download de sua personalidade se faz no corpo de um tira injustamente condenado a duzentos anos de virtualidade (pena máxima) por corrupção e tem que enfrentar a hostilidade da ex-namorada do sujeito, a policial responsável pela investigação do homicídio ou suicídio de seu contratante.
[4].  Inclusive, minhas noveletas “Garota-Dinossaura e os Especistas” e “Os Emissários de Nêmesis”.  Esta última noveleta, em sua segunda publicação profissional, após a publicação original na antologia Dinossauria Tropicalia (GRD, 1994), organizada por Roberto de Sousa Causo, e a primeira republicação, na minha coletânea O Vampiro de Nova Holanda (Editorial Caminho, 1998).
[5].  Outra nano do bunker: The Homecoming (1989) – Dinossauros inteligentes regressam à Terra depois de setenta milhões de anos de exploração galáctica e a descobrem ocupada pela humanidade.  Um oficial da Força Aérea é enviado como emissário do governo dos EUA para contatar os pretensos alienígenas.
[6].  The Forever War (1974) – Clássico da FC militar.  Resposta perfeita ao romance de Robert A. Heinlein Tropas Estelares.  Saga de William Mandella, recruta da Força Espacial na guerra interestelar contra os Tauranos e seus problemas de adaptação social aos modos voláteis de uma sociedade terrestre em que, por causa da dilatação temporal, passam-se décadas ou séculos enquanto apenas meses decorreram para os combatentes.  Obra-prima da literatura militar e da ficção científica.

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