Lançamento de nós, ciborgues
201211132359P3 — 19.127 D.V.
Saí direto do trabalho debaixo de uma chuva fina e persistente para o
lançamento do livro Nós, Ciborgues
(Champagnat, 2012) de minha amiga e afilhada Fátima Regis, na livraria Blooks,
situada na galeria Unibanco Artplex, na Praia de Botafogo. Apesar de ter saído da Cidade Nova com
certeza antecedência, graças a um engarrafamento no caminho até a Lapa, cheguei
quase uma hora atrasado. Em compensação,
concluí a leitura do romance O Alienado
(Draco, 2012) do Cirilo S. Lemos durante a jornada.
Posando de marido orgulhoso, Sylvio Gonçalves fez as honras da casa de
filmadora em punho. Enquanto a esposa
autografava, Sylvio fotografava e filmava.
Aproveitei o evento para colocar o papo em dia com os amigos Marcelo
Couto e Carlos Patati, além de ter conversado durante praticamente todo o
evento com Luísa Gonçalves, a filha de sete anos de nossos afilhados.
* *
*
Fátima Regis, autora de Nós, Ciborgues.
Ao me dirigir à mesa de autógrafos reencontrei a cunhada da Fátima
(esposa de seu irmão) que eu já não via desde o casamento de nossos amigos,
dezoito ou vinte anos atrás. Aproveitei
para tirar fotos com a autora e bater papo com Luísa, precoce e inteligente em
seus sete anos como só a filha de Sylvio e Fátima pode ser.
Junto aos refrigerantes servidos por conta da Blooks, havia um Concha y
Toro Reservado Cabernet Sauvignon e um branco que, sem óculos, não logrei
identificar. No meio para o fim do
lançamento, Sylvio determinou a substituição do tinto padrão por um Casillero
del Diablo Syrah, escolha correta que caiu em meu palato e trato gustativo como
uma (l)uva, com perdão do trocadilho.
Marcelo Couto, Sylvio Gonçalves e GL-R.
Conversei com Sylvio e Marcelo sobre séries televisivas, com ênfase na
animação de ficção científica Futurama
e em minha recente paixão pela série criminal Dexter, sobre um serial
killer especializado em matar outros serial
killers...
Patati e a filhinha de seis anos Sofia chegaram um pouco mais
tarde. Não sei se ela e Luísa já se
conheciam, mas, pelo jeito que brincavam, pareciam velhas amigas. Ah, a infância...J
Nós, Ciborgues é a versão em
livro da tese de doutorado que Fátima defendeu em meados de 2002. Um texto acadêmico de ficção científica
extremamente interessante, com insights
significativos sobre a presença e a influência da tecnologia em nossos
corpos. Um trabalho com que travei
contato já por ocasião da defesa da tese mais de uma década atrás. Lastimo que tenha demorado tanto tempo para
ser publicado, no que se pese que o texto tornou-se ainda mais atual e mais
pertinente nestes dez anos.
De repente, Sofia apareceu aos prantos.
No início, imaginamos que ela houvesse se machucado nas corredias Blooks
adentro. Mas, não. Chorando, a pequena nos alertou que o lábio
inferior de Patati estava com um tremor, segundo ela, sintoma claro de hipoglicemia. Devidamente avisados, ao constatar que nosso
amigo de fato parecia meio zonzo, sentamos com ele naquele pufe circular da
livraria e lhe ministramos dois valentes copos de refrigerante não dietético. Medicação ingerida, Patati recobrou o vigor
em questão de instantes. Todos ficaram
impressionados e comovidos com a ação rápida e precisa de Sofia em defesa de
seu pai.
Contrariando nossas tradições, ao fim do lançamento não nos dirigimos
ao Estação Gourmet, mas sim a um restaurante bem mais próximo, situado numa
transversal à Praia de Botafogo, um estabelecimento simpático pelo qual eu já
havia passado diversas vezes, mas que nunca havia entrado. Além de Sylvio, Fátima e Luísa, foram comigo
ao restaurante Marcelo e dois amigos do casal: Luiz e um outro, fã de HQ, cujo
nome não me recordo.
Já acometido de certa pirose (maladia popularmente conhecida por
“azia”), em virtude da ingestão de cinco ou seis taças de vinho de estômago
vazio, uma vez aboletado no restaurante, limitei-me aos bolinhos de bacalhau
regados com coca-zero. Os outros
convivas também degustaram batatas fritas e salada. Durante boa parte da refeição, eu e Luiz nos
aliamos para enfrentar Luísa no jogo da forca.
Nem é preciso falar que fomos fragorosamente massacrados na maioria das
rodadas...
Quando enfim pagamos a conta e saímos do restaurante já passava da
meia-noite e a chuvinha fina ainda não havia passado.
Mais um lançamento relacionado à literatura fantástica que começou na
livraria Blooks, ponto tradicional para esse tipo de atividade
bibliorrecreativa, terminando num restaurante próximo, para alegria dos que
comungaram do momento de triunfo autoral dessa autora querida.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2012 (terça-feira).
Participantes:
Carlos
Eugênio Patati
Elisa
Ventura
Fátima Regis
Gerson
Lodi-Ribeiro
Luísa
Gonçalves
Luiz
Marcelo Carvalho
Couto
Sofia
Sylvio
Gonçalves
"Azia", "hipoglicemia", "etanol metabolizado"... Nós somos ciborgues, mas nem tanto ainda! :) Excelente crônica, Gerson!!!
ResponderExcluirValeu, Carlos!
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