“Como Escrever Ficção
Científica”:
Entrevista no EscritaCast
202204082359P6 – 22.554 D.V.
“Não ouçam o Gerson.
Esse livro merece pesar na estante.”
[Flávio Medeiros, sobre a edição impressa de Cenários
de História Alternativa]
“The Expanse foi de ficção científica hard a space
opera.”
[Luiz Felipe Vasques]
“Não é que ninguém é de ninguém. É que todo mundo é de todo mundo.”
[Minha tentativa de justificar Estranhos no Paraíso]
“Não existe temática surrada. Existe abordagem surrada.”
Fui convidado
três semanas atrás para uma entrevista com Newton Nitro e Carlos Rocha no
podcast EscritaCast, iniciativa também refletida no YouTube. O programa foi antecedido pela publicação ontem
de uma resenha bastante elogiosa de meu romance de ficção científica e história
alternativa Estranhos no Paraíso (Draco, 2015), publicado pelo Nitro em
seu site Nitrodungeon[1] e
divulgada furiosamente por mim nas redes sociais e WhatsApp da vida. Enfim, às 20h00 desta sexta-feira, a
entrevista em si foi ao ar e sua versão youtúbica já se encontra disponível.[2]
Como dever de
casa, assisti anteontem a entrevista que meu amigo Eduardo Massami Kasse gravou
para o EscritaCast há duas semanas. Sua entrevista
foi no EscritaCast # 14. A minha será a
# 15. Na semana que vem, Ana Lucia Merege
gravará a # 16. Na entrevista do Kasse,
senti o clima de descontração e intuí o que os dois anfitriões do podcast esperavam
de mim.
Chamada para o entrevista “Como Escrever Ficção Científica”.
* * *
A entrevista
se deu através de uma videochamada pelo bom e velho Skype, retransmitida com um
atraso de cerca de trinta segundos para o Youtube. Após uns dez ou quinze minutos de bate-papo offline,
entramos no ar. Embora houvesse aberto
uma segunda tela com a retransmissão para o YouTube, com intenção de acompanhar
o chat da plateia que assistiria a entrevista online, durante os oitenta e três
minutos da transmissão, a empolgação foi tanta que só houve tempo de conferir
os comentários da galera do chat após o término da entrevista.
Finda a transmissão,
eu, Nitro e Carlos ainda ficamos de papo offline por uma boa meia hora,
onde pudemos abordar algumas questões que não havíamos falado online e trocar
algumas figurinhas literárias de praxe.
* *
*
Após breves
palavras de apresentação, Nitro pediu que eu falasse de meu último trabalho, no
caso, o romance Octopusgarden (Draco, 2017), ambientado no universo
ficcional Tramas de Ahapooka. Aproveitei o ensejo para também citar de
passagem A Guardiã da Memória (Draco, 2011), outro romance ambientado
nesse mesmo U.F. Desta vez me preparei
direitinho e, a cada livro citado, exibi a capa durante uns pouco segundos,
para deixar os espectadores com água na boca, visto que as capas da Draco são lindas. Expliquei brevemente o planeta Ahapooka e o
que ele representa, antes de delinear a trama e o enredo de Octopusgarden. Não dá para comentar esse romance sem falar
um pouco dos dolfinos, golfinhos inteligentes cujos ancestrais foram promovidos
à racionalidade pela cultura humana de Tannhöuser, no Sistema Gigante de Olduvaii. Bastou que eu e Nitro falássemos em cetáceos racionais
e os membros da Confraria dos Golfinhos[3]
presentes na plateia, Ana Lucia Merege e Flávio Medeiros Jr. se manifestarem
com gáudio inaudito. Confessei as
homenagens prestadas ao autor norte-americano David Brin nesse romance, pela criação
do U.F. EarthClan, estabelecido em
sua antologia inicial[4]. Dentro dessa temática de promoção de animais à
racionalidade, Carlos Rocha lembrou do Galápagos (1985), do Kurt
Vonnegut e eu lembrei do precursor inicial dessa ideia, Olaf Stapledon, no romance
Last and First Men (1930)[5],
aproveitando para conceituar as estratégias de pantropia em oposição às de terraformização.
Em seguida,
Nitro apresentou brevemente meus principais trabalhos publicados pela Draco. Então, comentou a trama, o enredo e as
rupturas de paradigmas que encontrou na leitura do Estranhos no Paraíso. Carlos falou que o primeiro contato com meus
escritos foi com o conto “Coleira do Amor”, publicado na antologia Imaginários
1 (Draco, 2009), organizada por Tibor Moricz, Eric Novello &
Saint-Clair Stockler.[6] Também elogiou minha noveleta “No Amor e na
Guerra”, ambientado no U.F. Guerra Eterna e publicado na antologia Space Opera 1 (Draco,
2011), organizada por Hugo Vera & Larissa Caruso, citando especificamente
os natibélicos – meus humanos preparados geneticamente para a guerra – o que
nos fez lembrar o romance do John Scalzi, A Guerra do Velho (2005).[7]
À cada romance
que eu citava, Nitro acessava a página da Draco para mostrá-lo aos
espectadores. Ao fim dos primeiros
quinze minutos da entrevista, exibiu meu verbete na Wikipédia. Aproveitei o ensejo para mencionar minhas crônicas
de ficção científica e meu tijolão não ficcional, Cenários de História Alternativa
(Amazon, 2019), onde procuro destrinchar esse subgênero da FC, exemplificando através
livros e contos que já li, com ênfase na história alternativa lusófona. Daí, falamos um pouco sobre histórias alternativas
em geral. Citamos o romance clássico de
Segunda Guerra Mundial Alternativa, O Homem do Castelo Alto, do Philip K.
Dick e a série de Apple, For All Mankind, que propõe a conquista da Lua pelos
soviéticos em vez dos norte-americanos.
* *
*
Ainda no quesito
histórias alternativas, Nitro me pediu dicas para escrever nesse subgênero. Sugeri estudar direitinho o período histórico
que se abordará na futura narrativa e, se possível, montar uma cronologia histórica
alternativa. Aproveitei para conceituar os
diferentes tipos de H.A.: história da divergência; passados alternativos; e presentes
alternativos. Além de citar o futuro
alternativo, Wasteland of Flint (2003)[8],
do Thomas Harlan.
Também mencionei
alguns pecadilhos a serem evitados por autores de H.A.: emprego de mais de um
ponto de divergência numa mesma linha histórica alternativa e a utilização de
figuras históricas do nosso presente ou passado próximo como personagens em
narrativas alternativas em que o ponto de divergência eclodiu séculos ou milênios
antes da época em que a ação se passa. Em seguida, falamos um pouco de steampunk
como história alternativa. Nessa mesma
toada, acabei mencionando da obra Too Many Magicians (1966)[9]
do Randall Garrett. Na plateia, Gílson Cunha
e Flávio Medeiros consideraram a magia científica de Garrett como roubalheira.
Das várias
formas de roubalheira, talvez por mera coincidência, talvez por destino, acabamos
caindo no U.F. The Expanse. Nitro e eu concordamos que a protomolécula destruiu
a plausibilidade do argumento ficcional.
* *
*
Eram decorridos
quarenta e dois minutos de entrevista quando, já à vontade, confessei como
comecei a ler e escrever ficção científica. Relembrando as coleções de FC da Hemus e da Expressão
& Cultura, falei de minhas experiências em reescrever fins diferentes para
os romances dos meus autores favoritos.
Mencionei brevemente
minha experiência como coeditor do fanzine Hiperespaço: The Next Generation
e contribuidor nos fanzines Somnium e
Megalon. Daí, falei das minhas experiências
como sócio da editora Ano-Luz, com ênfase na organização das antologias Phantastica
Brasiliana (2000) e Como Era Gostosa a Minha Alienígena! (2002).
Ao comentar
meu trabalho como antologista, Nitro indagou o que eu valorizava ao analisar as
submissões a uma antologia. Expliquei
que, para além da necessidade óbvia da qualidade do texto, a narrativa deve
obrigatoriamente se adequar à temática proposta. Ainda no quesito antologias, falamos um
pouquinho sobre Solarpunk, subgênero da ficção científica com viés otimista
inventado por brasileiros, quando da organização da antologia Solarpunk: Histórias
Ecológicas Fantásticas em um Mundo Sustentável (Draco, 2002), mais tarde
republicada em inglês no EUA (2018) e em italiano (2021).
* *
*
Aos cinquenta
e sete minutos de entrevista, Nitro nos pediu que voltássemos à narrativa de Estranhos
no Paraíso. Elogiou a bissexualidade
bem resolvida da tripulação da nave estelar Pioneira, que conduz a primeira
expedição tripulada humana até Delta Pavonis, com o propósito precípuo de
estabelecer o primeiro contato com as inteligências nativas do segundo planeta,
os pavonianos, comparando com os relacionamentos sexoafetivos travadões da
literatura de FC anglo-saxã. Da plateia,
Flávio reclamou que faltaram os golfinhos nas orgias a bordo da Pioneira. Ele está certo, é claro. Mas, enfim, não se pode ter tudo. Advoguei que só um autor desleixado, enredado
em teias emaranhadas de clichês, imaginaria que o controle da missão de uma expedição
estelar de longo curso – cuja duração se medirá em décadas, mesmo quando excluídos
os períodos de hibernação – seria idiota a ponto de selecionar tripulantes que não
se ajustassem perfeitamente uns aos outros do ponto de vista psicológico e,
portanto, sexual. Daí, a ruptura de paradigma
é justamente a inexistência de vilões e personagens que surtam a bordo, transformando-se
no meio da narrativa em monstros homicidas.
Também comentei que se trata de um futuro mais ou menos remoto (2400 ec) em que toda a humanidade fala português.
Nesse ponto, Carlos
me perguntou o que eu acho legal num conto, como antologista. Respondi que tanto como leitor, autor ou
antologista, aprecio trabalhos criativos, inovativos e originais. Em termos de originalidade, advoguei que não existe
temática surrada, mas sim abordagem surrada.
Também defendi a necessidade de se conhecer minimamente uma temática ou
assunto ao se resolver escrever sobre ele.
Em termos do emprego de elementos de brasilidade em enredos de história alternativa,
citei as narrativas de Antonio Luiz da Costa em sua linha histórica alternativa
Outros 500.[10]
Voltando à
baila dos astecas no espaço, citei as narrativas alternativas de Chris Roberson
em seu U.F. Celestial Empire, onde
astecas se opõem à expansão espacial chinesa sistema solar afora. A diferença entre os enredos de Roberson e
Harlan é que para esse último, os astecas são os protagonistas, ao passo que Roberson
os emprega como antagonistas.
* *
*
Decorridos quase
setenta minutos de entrevista, Carlos me pediu para falar um pouco sobre minhas
experiências com o U.F. Taikodom©.
Após confessar
meu vício debilitante, pero apaixonante, no jogo Sid Meier’s Civilization
e seus sucessores que me consumiram na primeira metade da década de 1990, falei
do meu envolvimento com a Hoplon Infotainment, primeiramente como criador da especificação
do universo ficcional Taikodom©
e, mais tarde, como consultor e produtor de material ficcional, sob a forma de ficção
curta, novelas e romances.[11]
Falei menos
sobre o Taikodom como jogo em si do que sobre seu universo ficcional
multissegmentado em romances, coletâneas, graphic novels etc. Quando comentei sobre o romance e a trilogia
que escrevi no U.F. Taikodom©
e que nunca foram publicados, Nitro me questionou sobre onde essas narrativas foram
parar. Respondi que permanecem sob meu
domínio. Ainda sobre o assunto dos
universos compartilhados, citei o Intempol©,
criado por Octavio Aragão na noveleta “Eu Matei Paolo Rossi”, publicado originalmente
na antologia Outras Copas, Outros Mundos (Ano-Luz, 1998), organizada por
Marcello Simão Branco. Dois anos mais tarde,
Octavio publicaria a antologia Intempol pela mesma editora.
Reparem nas "naves do desespero ao fundo".
* *
*
Ao fim da entrevista,
Nitro me pediu para transmitir conselhos às novas gerações de escritores. Em poucas palavras, recomendei-lhes que
lessem bastante e procurassem dominar minimamente os subgêneros em que
decidirem escrever.
No papo offline
que rolou após o fim da entrevista, Newton e Carlos falaram que estão baseados
em Minas Gerais e que são amigos de longa data do Flávio Medeiros Jr. Newton Nitro estudou, inclusive, no mesmo colégio
que o Flávio, embora cinco ou seis séries abaixo.
Também conversamos
sobre nossas motivações como escritores e, sobretudo, como contadores de histórias.
Impressão nº
1: Sinto-me como se eu também já conhecesse esses dois sujeitos há tempos.
Impressão nº
2: Pode ser que eu esteja enganado, mas, parafraseando o fim do clássico Casablanca,
tenho a impressão de que essa entrevista será o começo de duas grandes
amizades.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 08 de abril de 2022 (sexta-feira).
Participantes:
Alexander Meireles
(Fantasticursos).
Ana Lúcia
Merege.
Carlos Rocha
(EscritaCast).
Celso Pinheiro
Mesquita.
Cláudia Quevedo
Lodi.
Daisy Lodi Ribeiro.
Eduardo Massami
Kasse.
Eduardo Torres.
Fabrício Suarez.
Flávio Medeiros.
Gerson Lodi-Ribeiro.
Gílson Luís
Cunha (Café Neutrino).
Hidemberg Alves
da Frota.
Lilian Abrahão.
Lucas Rosalem.
Luiz Felipe Vasques.
Newton Nitro
(EscritaCast).
Sid Castro.
[1]. https://newtonrocha.wordpress.com/2022/04/07/estranhos-no-paraiso-gerson-lodi-ribeiro-uma-opera-espacial-imprevisivel-com-muita-aventura-misterios-e-sensualidade-nitroleituras-resenha-ficcaocientifica-literaturabrasileira/?fbclid=IwAR3WSqwz4QoGN2na0x5szSkYyJA9DlYIHD9tMrmfQxU6kI6jT1D32aM56S8. Uma consequência inusitada da divulgação dessa
resenha se deu no grupo História Alternativa do Facebook, onde um participante
comentou que, embora tenha se sentido interessado pelo enredo, não compraria o
romance por causa da “postura dos personagens”.
Instado a justificar seus motivos, argumentou que não apreciava um futuro
hipotético em que a maioria dos seres humanos seriam bissexuais e sedimentou
sua posição com as justificativas que já tem mais de sessenta anos e que sexo e
ficção cientifica não deveriam se misturar.
Aliás, uma linha de raciocínio predominante entre os leitores e membros masculinos
do fandom de FC&F na primeira metade do século XX.
[2]. https://www.youtube.com/watch?v=MxEMWbEEHcQ
À época da conclusão desta crônica já estava com mais de duzentas visualizações.
[3]. Também conhecida
como Centro de Estudos de Sexualidade Cetácea, a confraria constitui uma sociedade
secreta fundada e estabelecida durante o lauto banquete num restaurante em
Porto Alegre, onde comemorei meu vigésimo milésimo dia de vida. Obviamente, a natureza e os propósitos reais
dessa sociedade não serão revelados aqui, exceto para assegurar o leitor
eventual que não se tratam de planos para a dominação mundial. Temos outras perfídias em mente...
[4]. Sundiver
(1980); Startide Rising (1983); e Uplift War (1987). Os dois últimos foram lançados em Portugal na
coleção Europa-América FC, sob os títulos Maré Alta Estelar e Guerra
da Elevação, respectivamente.
[5]. Nanorresenha extraída
do meu bunker de dados: Last and First Men – Em seu clássico da ficção
científica, Stapledon narra a evolução cultural e biológica das diversas
espécies humanas (dezoito no total), na Terra, em Vênus e Netuno, ao longo de
dois bilhões de anos. Instrutivo e
inspirador de muitos temas dos romances de FC que vieram depois. Maçante, por narrar uma história
essencialmente sem personagens, sob forma de um compêndio histórico. Em muitos aspectos conservador e
ultrapassado.
[6]. Meu conto abre
essa antologia, primeiro livro publicado pela Draco!😊
[7]. Outra
nanorresenha do bunker: A Guerra do Velho (Aleph, 2016) – Viúvo sênior
ingressa nas Forças de Defesa Colonial ao completar 75 anos, abdicando da
cidadania terrestre, ao se tornar um recruta e receber um corpo jovem repleto
de aperfeiçoamentos genéticos, para ajudá-lo a combater as potências alienígenas
que ameaçam a diáspora humana na periferia galáctica. Scalzi estabelece um diálogo profícuo com
Heinlein (Tropas Estelares); Haldeman (Forever War) e Simak (“The
Civilization Game”), mas comete alguns pecadilhos e incide em diversos clichês
do gênero. No todo, um enredo
instigante, divertido e original com personagens extremamente bem construídos.
[8]. Bunker outra
vez: Wasteland of Flint – Em futuro alternativo, onde navegadores
japoneses descobriram a América em 1200 ec
e começaram a comerciar aço e cavalos com os pré-astecas, o Império Asteca
resistiu à tentativa de invasão dos Europeus e tornou-se a maior potência
mundial ao longo do terceiro milênio.
Por volta de 2400, a humanidade é governada pelas aristocracias Mexica e
Nipônica, comandadas respectivamente pelo Huey-Tlatoani nas Américas e o Mikado
na Ásia. Só que a diáspora interestelar
humana periferia galáctica afora, alimentada em grande parte por colonos de
planetas habitados por etnias derrotadas pelos astecas em Anáhuac (nossa Velha
Terra) corre o risco de obliteração completa quando arqueólogos humanos
descobrem artefatos e nanomáquinas deixados por uma supercivilização extinta em
Ephesus III, planeta marcianiforme de sistema estelar além das vastas
fronteiras do Império Humano.
[9]. E mais outra: Too
Many Magicians – romance de história Alternativa em que método científico é
substituído por técnicas de magia aplicada. Império Anglo-Francês dos descendentes diretos
de Ricardo Coração de Leão é a primeira potência mundial. Neste background, um detetive investiga
assassinato num enredo policial bastante enxuto.
[10]. Essas
narrativas são destrinchadas em detalhes em meu livro Cenários de História Alternativa
(Amazon, 2019).
[11]. Quase toda a ficção
curta que escrevi nesse universo ficcional foi reunida na coletânea Taikodom:
Crônicas (Devir, 2009), a citar:
“The Point of K(No)w Return” (noveleta);
“Despertar do Físico”
(conto erótico inédito, no sentido de não ter sido previamente publicado no
site da Hoplon);
“Morituri te
Salutant!” (noveleta inédita);
“Guia Tertius do
Taikodom para o Turista Independente” (novela inédita);
“Escambos com Nativos”
(conto);
“Segunda Ressurreição”
(noveleta); e
“Confronto com
Quimera” (novela).
Essa edição incluiu
uma linha do tempo do universo ficcional e ilustrações coloridas ao fim do
volume. Capa de Ivan Jerônimo e orelha
de Roctavio de Castro.
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