segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ana Carolina in Rio 2010

2010.08091350P2  — 18.294 D.V.


“A melhor capa da ficção científica brasileira!”
[Romeu Martins]




Ana Carolina, Rafael "Lupo Monteiro", Mariana "Belly" Gouvin

Deu-se na noite de sábado passado (07/08) mais uma das confraternizações semiperiódicas da ficção científica carioca, desta feita sob pretexto da breve estada da jovem escritora mineira Ana Carolina Silveira aqui no Rio, hospedada na casa da Ana Cris e do Estevão Ribeiro.

Ana Cris marcou o evento para às 19:00h no Espaço Gourmet, mas só consegui chegar lá cerca de uma hora mais tarde. Além das duas Anas, Cris e Carol, já estavam lá os amigos Max Mallmann e Rafael “Lupo” Monteiro.

Apresentações e cumprimentos, um dos primeiros comentários da noite foi a boa repercussão da capa da antologia de história alternativa que organizei com o Luís Filipe Silva para a Draco, a Vaporpunk, que será lançada na Fantasticon 2010, no fim do mês lá em Sampa. A divulgação da capa no meio da semana passada suscitou uma saraivada de comentários, em sua maioria favoráveis, não faltando formadores de opinião que, a exemplo de Romeu Martins e Tibor Moricz, afirmaram se tratar da melhor capa de livro da ficção científica brasileira até hoje. O importante é que a capa atraia atenção suficiente para fazer o leitor em potencial tirar o livro da estante ou stand para examiná-lo nas próprias mãos. Creio que a capa cumprirá esse objetivo.

Aliás, outro papo de início de noite foi descobrir quem iria à Fantasticon. Eu e Ana Cris e Carol confirmamos presença. Falarei sobre “Histórias Alternativas Lusófonas” no domingo, dia 29 de agosto, entre 11:00 e 12:00h. Eu e Ana colocamos pilha no Max para convencê-lo a comparecer.

Mineira de Viçosa, atualmente radicada em Belo Horizonte, Carol confirmou conhecer nosso amigo Flávio “Garfield” Medeiros pessoalmente.

Como o almoço de sábado aqui em casa havia sido tão lauto como de costume, limitei-me a porções de carpaccio e queijo gorgonzola, se bem que repeti o prato duas vezes.

Tomamos um Maximo Boschi Cabernet Sauvignon 2000 que, contrariando as expectativas pessimistas, estava não apenas íntegro e potável, mas saboroso, o que é de se admirar, em se tratando de um tinto gaúcho com uma década de armazenamento. Lembro que no ano passado ou retrasado, tomamos um Maximo Boschi Merlot 2001 ali e ele também estava excelente, de forma que a qualidade desse Cabernet não constituiu surpresa total. Nem é preciso dizer que persuadi minha afilhada a abandonar a tulipa de chope incontinenti em favor daquela gostosura. Tampouco precisa ser dito que aquela primeira garrafa se esvaiu em pouquíssimo tempo, obrigando-nos a pedir uma segunda, idêntica e tão boa quanto a primeira.

Tanto o atual presidente do Clube de Leitores de Ficção Científica, Eduardo Torres, quanto Mariana “Belly” Gouvin haviam confirmado presença. Fiz fé no Edu, pois quando fala que irá, não costuma faltar. Já na Belly não apostei minhas fichas, porque ela é meio furona, de vez em quando diz que vai, mas não dá as caras. No entanto, desta vez deu zebra: justo a Belly foi a próxima a chegar, bem a tempo de experimentar da segunda garrafa do Maximo Boschi. Edu em si só chegou por volta das 21:30h, só degustando uma última taça daquela segunda garrafa. Entusiasmado, resolveu pedir uma terceira em sua comanda. Infelizmente, o estoque de Maximo Boschi da casa se esgotara, forçando Mr. President a optar por um belo exemplar de tinto português da região do Douro.

Belly ficou orgulhosa e satisfeita com o exemplar autografado do Centésimo em Roma com que Max lhe presenteou. Ao longo da noitada, ela teve que defender com unhas e dentes a posse do romance contra as garras ávidas dos demais convivas.

Anunciei a aceitação da versão definitiva de minha monografia Vinho no Mundo Romano pelo Programa de Estudos Culturais e Sociais da Universidade Cândido Mendes e a consequente conclusão de meu MBA em Vinho & Cultura.

Aliás, ainda na sessão de anúncios públicos e correlatos, comentei sobre o concurso público para Fiscal de Rendas do Município do Rio de Janeiro, com edital publicado, início das provas em 24 de setembro próximo e salário inicial de R$ 11.400,00. O tema causou algum frisson na mesa, mas não muito.

As duas grandes discussões da noite foram, pela ordem, nossas escolhas de candidato na próxima eleição presidencial e o mal causado pelas religiões.

Com a iconoclastia típica da juventude, Belly e Carol insistiram em afirmar que vão votar no pândego do Plínio Arruda — atitude que me lembrou uma brincadeira com a campanha presidencial norte-americana de duas ou três eleições atrás: “Cthulhu for President: Why vote for a lesser evil?” (o site ainda está no ar: www.cthulhu.org). Houve gente boa em nossa mesa que, suspeito, pretende votar na Dilma, mas tem vergonha de admitir... Repeti que fui obrigado a trocar a Marina Silva pelo José Serra por pura falta de melhor opção, quando descobri que a candidata do PV é criacionista.




A questão do criacionismo da Marina e de boa parte da bancada evangélica do Congresso trouxe à baila o segundo grande tema da noite, as tragédias que a religião organizada proporciona para as sociedades modernas. Edu e Belly trocaram ideias a respeito na extremidade oposta da mesa, enquanto o recém-chegado Estevão Ribeiro nos mostrava o pôster safadinho Bola-Gata que elaborou para o caderno esportivo do jornal onde trabalha. Aliás, o papo do Edu com a Belly deve ter sido cabeça, pois culminou em doses de whisky e na adoção dela como afilhada de Mr. President, o que faz dela a “Primeira Afilhada” da FC Carioca.

Max (versão Mirror, Mirror), Ana Cris, Gerson, Carol & Lupo.

Houve uma hora em que as três meninas se asilaram no banheiro feminino e lá permaneceram de ti-ti-ti por coisa de vinte minutos, para gáudio par ala masculina da mesa, que passou a tecer considerações de caráter sociológico sobre o comportamento gregário das fêmeas da espécie em toaletes de restaurantes, cinemas e shoppings.

Claro que a indefectível rodada de Cointreau não podia faltar à guisa de saideira. Como Belly e Carol se mostraram curiosas, orientei-as habilmente a experimentar do cálice da Ana Cris.

Quando enfim fomos obrigados a deixar o estabelecimento por volta de uma da matina, pois os garçons já haviam virado as cadeiras sobre as outras mesas e demonstravam certa impaciência, por assim dizer, pelo fato de sermos os últimos clientes, Eduardo se despediu de nós e rumou para casa a pé, uma vez que mora a dois ou três quarteirões de distância. Todos os demais se dirigiram aos bares do início da Voluntários da Pátria para retomar de onde haviam parado. Acompanhei-os até lá, pois não havia táxi em frente ao Espaço Gourmet. Como Belly estava meio alegrinha, resolvi testar seu coeficiente etílico, simulando uma tentativa de lhe surrupiar seu Centésimo em Roma. Pelo visto, ela estava inteiramente sóbria, pois ameaçou me bater e a reação não me pareceu em absoluto simulada.


Pós-saideira (cadeiras viradas ao fundo)

Uma vez na V.P. logrei agarrar um táxi e regressar ao lar já em pleno domingo do Dia dos Pais.

Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 09 de agosto de 2010 (segunda-feira).

Participantes:
Ana Carolina Silveira
Ana Cristina Rodrigues
Eduardo Torres
Estevão Ribeiro
Gerson Lodi-Ribeiro
Mariana Gouvin
Max Mallmann
Rafael “Lupo” Monteiro

5 comentários:

  1. Formador de opinião? Mas bah, obrigado ;-)

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  2. Depois eu que estava alegrinha.. eu nunca disse que ia votar no Plinio.... eu disse q ia votar na Dilma a despeito de minha antipatia pela pessoa, mas baseado na minha experiencia com serviços federais, pré e pós governo PT...
    e eu nao sou exatamente furona.. as coisas só me impedem de sair.. rs
    Um beijo para todos e foiii muiito bom..
    e sim eu tenho um padrinho e ele é o Mr. President... ahaha

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  3. Gérson, quem falou que ia votar no Plínio fui eu e a Carol.

    A noite foi muito boa, temos que marcar outra logo. :-)

    Um abraço!

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  4. O pior de tudo é beber demais e confundir quem disse que ia votar em quem... Mea maxima culpa!

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