Primavera Literária 2019
201910042359O6 — 21.638 D.V.
“Tivemos a presença de dinossauros triássicos
(no CLFC desde os anos 1980), jurássicos (dos anos 1990) e cretáceos (dos anos
2000, a garotada paleorreptiliana). Os
lagartos mais jovens são Período Cenozoico (anos 2010)”
(Eduardo
Torres, sobre o lançamento carioca do romance Back in the USSR do Fábio
Fernandes, mas plenamente aplicável aos encontros fortuitos desta e doutras Primaveras
Literárias)
Dia 1 (Sexta-feira – data estelar: 20191004P6)
Dei partida nesta tarde ensolarada de sexta-feira ao meu certame
pessoal na Primavera Literária 2019. Como
de costume, o evento transcorre no jardim do Museu da República, antigo Palácio
do Catete. Esta é a sexta participação
da editora Draco na Primavera Literária Carioca e a sexta vez que marco presença
nessa feira literária.
* *
*
Hoje cheguei mais cedo ao trabalho, neste que foi o meu último dia, antes
das duas semanas de férias que desfrutarei até o próximo dia 21. A ideia de adiantar os serviços mais urgentes
não funcionou a contento, pois meu micro jurássico se recusou terminantemente a
ligar. Não sei se foi mau contato na
tomada (testei e não pareceu ser) ou se a fonte de alimentação pifou de vez (afinal,
a fonte é sempre a suspeita mais provável, uma espécie de mordomo dos micros
defeituosos), mas o fato é que tive que trabalhar na máquina do Marco Aurélio
e, como foi só por uma tarde, achei melhor não reconfigurá-la de acordo com as
minhas preferências.
Por volta das 15h45, saí do Rio Sul e caminhei até a Voluntários da Pátria,
onde tomei o metrô lotado até a estação Catete.
Conquanto essa superlotação no vagão em que embarquei, a viagem transcorreu
rápido e sem incidentes.
O estande Nº 52 da Draco é um dos mais distantes da entrada principal do
museu, que se dá pela Rua do Catete, junto ao acesso à estação de metrô homônima. Presentes no estande estavam minha amiga Ana
Lúcia Merege e a responsável pelo estande, Débora Marinho, nossa conhecida da
Primavera passada e da última Bienal do Rio.
Neste certame, o estande da Draco é geminado com o da Belas Letras, editora
que lançou a série de tiras humorísticas com as levadezas simpáticas e
divertidas de Alfredinho, uma espécie de Calvin tupinica. A responsável por esse estande coirmão é a
jovem niteroiense espirituosa, Kelly Costa.
A caminho para o estande da Draco, encontrei brevemente com Vitto
Graziano, publisher da Luva Editorial, que conheci há quatro meses durante a
FLIP 2019.
* *
*
Pouco depois chegava Luiz Felipe Vasques. Foi a primeira vez que nos encontramos desde
a eleição em que ele se sagrou presidente do Clube de Leitores de Ficção Científica,
com 82% dos votos válidos. Desde a fundação
do clube em 1985, esta foi a primeira eleição em que houve duas chapas
concorrentes, em vez da chapa única tradicional.
Dez ou quinze minutos mais tarde, Eduardo Torres se juntou a nós no
estande da Draco. Durante a hora
seguinte, nós três conversamos bastante sobre as possibilidades e estratégias de
transformar o CLFC em pessoa jurídica. Felipe
ficou de acionar uma amiga contadora que já se ofereceu como voluntária, tão logo
receba os papiros sagrados das mãos de Clinton Davisson, ex-presidente que acaba
de deixar o cargo após quatro mandatos consecutivos, período em que o antigo
hierarca galáctico aproveitou para recriar e consolidar o Prêmio Argos, além de
divulgar nossa agremiação acima e além do dever, inclusive, com sacrifícios pessoais
de monta.
Daniel Russell Ribas fez uma aparição meteórica no estande da Draco, pois
estava a caminho da reunião em um grupo de leitura lá em Copacabana. Meu amigo pareceu mais sereno do que em
certames passados. Porém, uma vez Ribas,
sempre Ribas.
Travamos contato com o jovem escritor e aficionado Matheus Bentes. Edu, Felipe, Matheus e eu conversamos sobre o
enredo do romance Aniquilação (Intrínseca, 2014)[1] e
suas continuações, do Jeff Vandermeer e do filme baseado nessa Trilogia Comando Sul. Daí, destrinchamos a narrativa de Solaris
do Stanislaw Lem, tanto o romance (José Olympio, 1972)[2] quanto
os dois filmes nele baseados: o do Andrei Tarkovski (1972) e o do Steven Soderbergh
(2002), ambos boas versões cinematográficas, cada um com suas virtudes e
defeitos, extensos demais para destrinchar aqui.
Pouco depois do Matheus deixar o estande da Draco, quem apareceu por
ali foi o Pedro Ribeiro, amigo que eu já não via há um bom tempo. Velha-guarda da comunidade de ficção científica
carioca, Pedro frequentava aquelas reuniões do CLFC-RJ que se davam no
playground do Cid Miranda ou no salão de festas do prédio do Rubenildo Python
de Barros na segunda metade da década de 1980.
Conversamos um bocado sobre múltiplos cenários históricos alternativos
com pontos de divergência situados na República ou no Império Romanos, com destaque
para a conquista de Roma pelas hostes mercenárias do general cartaginês Aníbal
Barca e o êxito do imperador Juliano o Apóstata em suprimir o Cristianismo. Pedro também discorreu sobre o percurso
tortuoso de um punhado de tópicos caros à escola filosófica de Atenas até se
aninharem no mundo islâmico medieval.
Quando Edu Torres debandou, eu, Felipe, Ana Merege e Pedro aproveitamos
o ensejo de acompanhá-lo até a entrada da Rua do Catete para fazer uma boquinha
na cafeteria junto ao museu. O papo na
mesinha da cafeteria girou em torno das reuniões antigas da ala carioca do CLFC.
Na volta para o estande da Draco, ouvi uma sucessão de gritos lancinantes,
emitidos por um pavão histérico à procura de suas fêmeas em meio à multidão de bípedes
humanos. Pelo caminho, deparei-me com
exemplares da antologia Fractais Tropicais (SESI-SP, 2018), no estande daquela
editora. Organizada pelo Nelson de Oliveira,
essa antologia foi agraciada com o Argos 2019 na categoria Melhor Coletânea ou
Antologia. O livro estava sendo vendido
por R$ 56,00. Segundo a funcionária do
estande, o preço cheio era de setenta reais (R$ 69,90), desconto de vinte por
cento, portanto.
Em seguida, parei no estande da Aleph, que está com títulos excelentes
(a maioria dos quais, infelizmente, relançamentos com capas novas e mais bonitas
do que as das edições anteriores) e bons descontos. Nesse estande, reencontrei Felipe, que havia saído
para acompanhar a Ana Merege até a estação de metrô do Catete e o Ribas, que
voltou desalentado de sua reunião lá em Copa: o evento deixou de ocorrer, pois
os organizadores esqueceram as chaves para abrir as portas do local.
De volta ao estande da Draco, eu, Felipe e Ribas conversamos um bocado
com a Débora e a Kelly sobre o movimento da Primavera. Essa parece ter sido uma sexta-feira atípica. Ao contrário do que aconteceu nos certames
anteriores, neste ano, a quinta-feira (dia da abertura) bombou mais do que a
sexta. Por outro lado, o movimento hoje
começou a aumentar à medida que anoitecia.
Também conversamos com as meninas sobre o Rock in Rio 2019 e as encarnações
passadas desse festival. Quando eu e Felipe
contamos que estivemos no legendário primeiro Rock in Rio em 1985 (separados,
pois à época ainda não nos conhecíamos), elas se conscientizaram do quão triássicos
nós realmente somos.
Ribas regressou à Primavera em companhia de um amigo, Wagner Guimarães,
que coordena um grupo de leitura de autores hispano-americanos. Bati um papo com o Wagner, sujeito estoico
que conquistou de imediato minha admiração profunda por sua resistência heroica,
serena e surpreendentemente bem-sucedida ao assédio quase irresistível do Ribas
ao longo de quase meia hora, na tentativa de persuadi-lo a adquirir um exemplar
da antologia Kaiju: Monstros Gigantes (Draco, 2015), que Ribas coorganizou
com o Felipe e que foi agraciada com o Argos 2016 na categoria Melhor Coletânea
ou Antologia.[3]
* *
*
Estande da Draco: Débora Marinho, Ana Lúcia Merege.
Eduardo Torres e Ana Lúcia Merege.
Luiz Felipe Vasques ("Mr. President!"), Edu Torres, Ana Merege.
Por volta das 20h20, eu e Felipe ajudamos a Débora e a Kelly a fechar os
estandes geminados da Draco e da Belas Letras e caminhamos com elas até a estação
do Catete, junto à entrada principal do Museu da República. Embarcamos rumo ao Jardim Oceânico e elas
rumo à estação Uruguai.
Despedi-me do Felipe na estação Botafogo, onde saltei para pegar o ônibus
da integração para casa. Durante essa
viagem de regresso, iniciei a leitura da novela The Great Big Beautiful Tomorrow
(PM Press, 2011), do Cory Doctorow. Até agora,
muito boa mesmo!
Amanhã tem mais.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 04 de outubro de 2019
(sexta-feira).
201910052359O7 — 21.639 D.V.
“Não sei se
vocês também têm esta impressão, mas creio que estamos sendo governados pelos
piores alunos da turma.”
Dia 2 (Sábado – data estelar: 20191005P7)
Saí de casa por volta das 13h20 no velho e fiel busão 409, pois ele me
deixaria direto na Praia do Flamengo. Leitura
de bordo: The Great Big Beautiful Tomorrow.
A primeira burrada da tarde se deveu a ter me empolgado demasiado com a
leitura da novela referida, a ponto, de repente, me assustar ao julgar ter
perdido o ponto e acabar saltando umas cinco ou seis quadras antes da parada em
frente ao jardim do Museu da República. No
entanto, como fazia uma tarde bela e ensolarada e a caminhada se deu à sombra
dos prédios da Praia do Flamengo, levei a burrada da boa em vez de lamentar a
experiência agradável.
A segunda burrada foi mais grave, por exibir o caráter torpe e senil da
reincidência: não atinei que os portões da entrada do museu que dão para a
praia estariam fechados no fim de semana, embora já houvesse cometido esse mesmíssimo
erro crasso no ano passado. Se errar é
humano, persistir no erro é a mais pura e rematada burrice. Como castigo, precisei caminhar pela longa Rua
Silveira Martins, via lateral que ladeia o jardim do museu, até alcançar a entrada
principal, único acesso nos fins de semana e feriados, em plena Rua do Catete.
Algum tempo mais tarde, aderi ao abaixo-assinado que passou pelo
estande da Draco, capitaneado pela funcionária de um estande próximo, solicitando
a abertura desses mesmos portões durante os fins de semana das Primaveras Literárias. Felipe e Débora Marinho também assinaram. Só que acabei esquecendo de conferir se o
manifesto surtiu efeito ou não.
* * *
Cheguei enfim ao estande da Draco mais puto da vida do que esbaforido. Cumprimentei a Débora e a Kelly, e lhes descrevi
minha asneira imperdoável. Meu humor só melhorou
com a chegada dos amigos Luiz Felipe Vasques e Ricardo França no estande da Draco
coisa de dez minutos depois.
Cinco ou dez minutos mais tarde, travei contato pessoal com um amigo
que só conhecia do Facebook e doutras redes sociais[4]:
Ricardo Labuto Gondim, que passou pelo estande da Draco acompanhado por sua
esposa. Não houve tempo para conversar
muito, pois eles estavam algo apressados e nós três estávamos preocupados com nossa
reunião do Vórtice Rio que estava prestes a começar.
Aliás, por falar em quórum para tal reunião, Adílson Júnior e Renata Aquino
apareceram pouco depois. Só que não ao
mesmo tempo. Renata e o namorado
apareceram primeiro. Aproveitei o ensejo
para lhe dar meu exemplar do romance gráfico Cangaço Overdrive, que seria
analisado na reunião. Daí lembrei do
exemplar da antiquíssima antologia Phantastica Brasiliana (Ano-Luz,
2000), que organizei com meu amigo Carlos Orsi Martinho. Cláudia está fazendo oficina de encadernação e
me pediu um livro qualquer para encadernar em capa dura. Eu lhe cedi um exemplar dessa antologia e ela
o transformou num hardcover. Como tenho
esperanças de que ela produza um outro, só que com capa e lombada impressas em
letras douradas (conhecimento que ela só adquiriu na aula passada), resolvi doar
esse primeiro hardcover. Como o França já
possuía um exemplar e o Felipe não, presenteei esse último com o livro.
* *
*
Antes do Adilson aparecer no estande da Draco, Renata se desgarrou com
o namorado para visitar outros estandes.
Quando ele finalmente se reuniu a nós, esperamos por ela mais algum
tempo e daí caminhamos até a lanchonete situada próximo à gruta artificial do
jardim. Embora não houvesse mesas ali,
acomodamo-nos em bancos perto de um palco onde dentro em pouco rolaria uma
palestra literária. Ainda esperamos um
pouco pela Renata. Como ela não apareceu,
começamos assim mesmo. De repente, ela
se sentiu desmotivada por ainda não ter lido o romance gráfico. Aliás, apenas o França e o Adilson haviam
lido o trabalho escolhido em sua totalidade e só o Adílson lembrava do que
havia lido, de forma que, a nosso pedido, ele nos apresentou um resumão básico da
trama.
Lá pelas tantas, Felipe partiu em nova missão, agora para resgatar dois
amigos que não conseguiam chegar até o sítio onde estávamos. Em seu regresso com os amigos a tiracolo, descobrimos
que não eram outros se não Flávio Lúcio Abal e Gabriel Filipe Cruz.
A chegada desses dois amigos foi decisiva para enterrar de vez nossas pretensões
derradeiras de continuar com aquela reunião natimorta. Um funeral e tanto, pois engrenamos rápido num
bate-papo do tipo Sessão da Tarde tremendamente animado. Primeiro, Felipe se lembrou de um pequeno clássico
da comédia inteligente, O Rato que Ruge (1959), dirigido por Jack Arnold
e estrelado pelo sensacional Peter Sellers em três papéis diferentes. Só que tudo não passou de um ardil para falar
da sua continuação menos famosa e sem o Sellers, O Rato na Lua (1963), dirigido
por Richard Lester, em que o pequenino grão-ducado de Grand Fenwick participa
da corrida espacial junto com os Estados Unidos e a União Soviética. Cada uma dessas três nações envia sua própria
nave espacial para a Lua, com consequências hilárias imagináveis. Desses dois filmes, só assisti ao primeiro (muitas
vezes, na supracitada Sessão da Tarde). Lógico
que o papo culminou com nossa análise comparativa bem-humorada do filme Os
Primeiros Homens na Lua (1964), dirigido por Nathan Jura, baseado no romance
homônimo[5] (Francisco
Alves, 1985) do H.G. Wells. A curiosidade
é que, como tanto a narrativa do romance quanto a do filme se passam no século
XIX, mas a trama do romance é contemporânea e a do filme não, os roteiristas Nigel
Kneale e Jan Read inventaram uma solução engenhosa para contar a história do
jeito certo e essa solução ficou bem legal.
Findo esse bate-papo, eu, França e Adilson regressamos com certo vagar
ao estande da Draco. Ao longo desse
percurso, Adilson discorreu sobre as qualidades dos contos pseudofantásticos da
coletânea As Coisas que se Perdem no Fogo (Intrínseca, 2017), da autora
argentina Mariana Enriquez, nossa próxima missão no Vórtice Rio.
* *
*
Um dos pontos altos desta tarde de sábado foi sem dúvida reencontrar
meu velho e grande amigo Ronaldo Fernandes, acompanhado pela esposa Simone e
pela filhinha de seis anos Letícia, que se escondeu atrás do pai por timidez,
enquanto a mãe socorria um garotinho que tomou um tombo no gramado defronte ao
estande da Draco.
Ronaldo me indagou se eu já havia sido o romance O Problema dos Três
Corpos (Suma de Letras, 2016), do autor chinês Cixin Liu. Sincronicidade incrível! Pois é justamente o romance que comecei a ler
meros dois dias atrás. Já passei da metade
e, por enquanto, estou adorando. Entusiasmado,
mas também preocupado em não perpetrar spoilers, Ronaldo me pediu para
que conversássemos assim que eu acabar a leitura. O pior de tudo (ou, de repente, o melhor!) é
que estou sentindo que vou emendar a leitura desse romance com suas duas continuações,
uma vez que já as adquiri: A Floresta Sombria e O Fim da Morte. Vamos que vamos!
Outro grande papo foi aquele que eu e França tivemos sobre os
professores da Eletrônica que compartilhamos em nossos cursos na Escola de
Engenharia da UFRJ. Lembramos de
personalidades icônicas como Jomar (Sistemas Lineares I e II); Olympio (Organização
de Computadores I e II); Mauros; Moreirão (Amplificadores Operacionais); Petraglia
(Teoria de Circuitos I e II); Quevedo (Teoria Eletromagnética I e II); Roosevelt
(Sistemas de Controle); Taboada (Telefonia); Watanabe (Eletrônica de Potência),
dentre outros.
Outros amigos que não esperávamos, mas que acabaram aparecendo na
Primavera foram o trio da Família Orsolon: André, Flávia e a precoce e esperta infanta
Chloe, que hoje à tardinha se mostrou excepcionalmente calma e bem comportada
pelos padrões dessa enfant terrible, é claro.
Divertimo-nos à beça com nossas recordações de Rock in Rio’s passados e
André nos brindou com relatos fresquinhos do Rock in Rio 2019, onde ele e Flávia
estiveram ontem e onde também estarão amanhã.
Santa disposição, Batman! André
Orsolon revelou-nos seus planos malignos para armazenar livros à socapa nos gavetões
de sua cama de casal. O gênio do mal só não
sabia que a esposa havia regressado de mais um raid literário em estandes
remotos da Primavera e estava justo às suas costas. Do pouco que entendi, nosso herói será severa
e devidamente disciplinado quando o casal chegar em casa.
* *
*
Ricardo Labuto Gondim, Ricardo França, Luiz Felipe Vasques.
Adílson Júnior, GL-R, Ricardo França.
Espera no metrô: Chloe, Flávia & André Orsolon,
Flávio Lúcio Abal, França, Felipe.
Antes de partir da Primavera Literária, presenteei Débora Marinho com
um exemplar autografado do meu romance de ficção científica Octopusgarden
(Draco, 2017) e o Luiz Felipe com um exemplar da última antologia que organizei,
Dinossauros (Draco, 2016).
Mais uma vez só partimos do jardim do Museu da República quando a Draco
fechou seu estande. Eu, Felipe, França,
Abal e a Família Orsolon caminhamos dali até a estação do Catete, onde
embarcamos no sentido Jardim Oceânico.
* *
*
Saltei do metrô na estação Botafogo, como na noite de ontem, embarquei
no ônibus da integração para casa. Leitura
de bordo (como não podia deixar de ser!): O Problema dos Três Corpos, do
Cixin Liu, que abri no tablet.
Mais um certame literário encerrado com êxito e sem baixas ou sequelas
graves.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 05 de outubro de 2019
(sábado).
Participantes:
Adílson Júnior.
Ana Lúcia
Merege.
André Orsolon.
Chloe Orsolon.
Daniel Russell Ribas.
Débora Marinho.
Eduardo Torres.
Flávia
Teresa Almeida.
Flávio Lúcio
Abal.
Gabriel Filipe
Cruz.
Gerson
Lodi-Ribeiro.
Kelly Costa.
Letícia
Fernandes.
Luiz Felipe
Vasques.
Matheus Bentes.
Pedro Ribeiro.
Renata da
Conceição Aquino.
Ricardo França.
Ricardo
Labuto Gondim.
Ronaldo Fernandes.
Simone Masruha
Ribeiro.
Vitto Graziano.
Wagner Guimarães.
[1]. Nanorresenha extraída
do meu bunker de dados: Aniquilação (2014) – Primeiro romance da
trilogia Comando Sul. Narrativa de mais uma expedição encetada à
Área X, para estudar o fenômeno anômalo que se abateu sobre uma região extensa
(aparentemente do sul dos EUA), provocando mutações maciças na fauna e na
flora, e resistindo a todos os métodos de análise que a ciência de nossa espécie
aplicou ao longo das décadas. Dentro
desse cenário, bióloga da décima segunda (ou enésima quarta) expedição começa
enfim a desvendar parte do mistério que se abateu sobre a Área X. Tradução de Bráulio Tavares. Os outros dois romances da trilogia são Autoridade
(2015) e Aceitação (2016), mesma editora e tradutor.
[2]. Outra
nanorresenha: Solaris (1971) – Grande clássico do gênero. Narrativa instigante,
repleta de implicações filosóficas profundas.
Forma de vida inteligente que recobre toda a superfície planetária de
Solaris empreende experiências científicas com os especialistas humanos enviados
para estudá-la.
[3]. A título de
registro, cumpre salientar que, desde o estabelecimento dessa categoria, apenas
antologias receberam o Argos, embora vez por outra uma coletânea desponte como
finalista.
[4]. Acho que o Ricardo
Gondim esteve presente na entrega do Argos 2016, que se deu no campus da
Universidade Veiga de Almeida, lá no Maracanã, só que não tenho certeza. De qualquer forma, se era de fato ele, não tivemos
oportunidade de conversar.
[5]. Não chega a
ser propriamente uma nanorresenha, talvez, quem sabe, uma femtorresenha: Os
Primeiros Homens na Lua (1901) – Clássico da ficção científica e FC
Clássica: uma das primeiras narrativas de Primeiro Contato da humanidade com
uma civilização alienígena.
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