terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Lançamento da IMAGINÁRIOS na Cultura do Market Place




Compareci no sábado passado às 16:00h na livraria Cultura do shopping Market Place em São Paulo para o lançamento da antologia Imaginários, organizada por Tibor Moricz, Eric Novello e Saint-Clair Stockler.

A Imaginários está organizada da forma seguinte:

Volume 1: “Coleira de Amor” (Gerson Lodi-Ribeiro); “Eu, a Sogra” (Giulia Moon); “Veio... novamente” (Jorge Luiz Calife); “A Encruzilhada” (Ana Lúcia Merege); “Por Toda a Eternidade” (Carlos Orsi); “Twist in my Sobriety” (Flávio Medeiros); “Um Toque do Real: Óleo sobre a Tela” (Roberto de Sousa Causo); “Alma” (Osíris Reis); “Contingência, ou Tô Pouco Ligando” (Martha Argel); “Tensão Superficial” (Davi M. Gonzáles); e “Planeta Incorruptível” (Richard Diegues).


Erick Santos e eu com as Imaginários.

Volume 2: “Se Acordar Antes de Morrer” (João Barreiros); “Às Vezes Eu os Vejo” (Saint-Clair Stockler); “Flor do Trovão” (Jorge Candeias); “O Toque Invisível” (Alexandre Heredia); “O Cheiro do Suor” (Eric Novello); “A Rosa Negra” (Sacha Ramos); “A Casa de um Homem” (Luís Filipe Silva); “Eu Te Amo, Papai” (Tibor Moricz); e “Uma Questão de Língua” (André Carneiro).

Cheguei ao Market Place às 14:00h e faminto, pois me recusei a tomar o café da manhã do Novotel Jaguará Convention Center, pelo módico preço de R$ 26,00 cobrado a parte da diária. Por isto, a primeira coisa que fiz foi rumar para a praça de alimentação mais próxima e me dirigir ao fast-food mexicano para me locupletar com um combo de burritos de pernil e fajitas. Coincidência ou não, essa refeição de lamber os beiços, incluindo as duas latas de diet-coke, custou os mesmos R$ 25,89, que paguei com prazer e um sentimento de vingança contra o Jaguará.

Da praça de alimentação segui até a filial da livraria Cultura, onde já havia lançado a Taikodom: Crônicas no primeiro semestre. Aproveitei o tempo livre para fuçar as estantes de ficção científica, horror e fantasia nacionais da livraria, sem comprar nada. Então passei as estantes de livros estrangeiros desses gêneros, com resultado idêntico. Saciado, passei no caixa e escalei um vendedor experiente para tentar encontrar o romance Os Dias da Peste, do Fábio Fernandes, recém-lançado pela Tarja Editorial. Após dez minutos de buscas infrutíferas, os últimos dos quais na presença do próprio Richard Diegues, um dos sócios da editora, eis que o livro enfim aparece não no setor de literatura fantástica, mas sim no de literatura brasileira.

Mal recebi o romance do Fábio e me deparo com Erick Santos, que acabava de chegar com a esposa Janaína. Subimos para o 2º piso da megastore e estacionamos junto à porta do auditório, ponto de encontro tácito dos autores e editores que participariam da mesa-redonda. Amigos e parentes do Erick apareceram para prestigiar o lançamento que, afinal de contas, representava o início das atividades da Editora Draco.

Ficamos papeando sobre enredos de ficção, filmes e sotaques enquanto aguardávamos a abertura das portas do auditório. Janaína nos deu a boa nova de que a Draco já fechou a distribuição de seus no Rio com a Livraria da Travessa.

Às 16:00h enfim ingressamos no auditório que, ao contrário de nossas expectativas, ainda não estava climatizado.

Ali reencontrei Antônio Luiz Costa, Martha Argel e Renata, esposa de meu amigo Carlos Orsi Martinho, que se encontra presentemente na Antártida, na base Comandante Ferraz, a convite da Marinha Brasileira. Ela já havia comprado o livro e não poderia ficar para assistir a mesa-redonda e só apareceu para me dar um abraço e pegar meu autógrafo.

No horário marcado, já com o ar-condicionado funcionando a pleno vapor e a lotação do auditório pela metade, Erick convidou os dois organizadores presentes, Tibor Moricz e Eric Novello (o terceiro organizador, o carioca Saint-Clair Stockler não compareceu), a subirem ao palco. Ao contrário do planejado inicialmente via e-mail, não subimos aos poucos, divididos em três grupos de três, mas os nove de uma vez, na seguinte ordem, da esquerda para a direita: Tibor Moricz; Eric Novello; Alexandre Heredia; Ana Lucia Merege; Richard Diegues; Gerson Lodi-Ribeiro; Martha Argel e Giulia Moon. O nono participante, Davi M. Gonzáles, não subiu ao palco, preferindo permanecer incógnito na plateia.


Erick propôs três perguntas bastante genéricas para os oito participantes da mesa-redonda versando, grosso modo, sobre: 1) estado da arte da literatura fantástica no Brasil; 2) oportunidades e dificuldades proporcionadas pela internet; e 3) influências de outras mídias na literatura. Começamos a responder a primeira pergunta da esquerda para a direita, iniciando com Tibor e terminando com a Giulia Moon. A segunda pergunta seguiu o percurso oposto e a última começou pelo meio, com Richard Diegues, seguiu para a esquerda até a Giulia e então retomou com a Ana Merege e seguiu para a direita até o Tibor. A dinâmica da mesa funcionou bem, nenhum dos participantes dominou demasiadamente o microfone e, de forma geral, rolou uma química legal entre nós oito. Os mais antigos e experientes rememoraram um pouco da história do gênero fantástico no Brasil, desde os tempos dos fanzines, das trocas de correspondência postal e dos primeiros clubes de fãs. Discutimos as diferenças e as semelhanças das formas narrativas das diferentes mídias e abordamos nossas experiências com a internet. A plateia mostrou-se ativa o tempo inteiro. Martha Argel lembrou das comunidades de fãs das antigas BBS. Giulia falou de sua inserção na literatura vampírica e de como ela e a Martha se conheceram. Ana Merege destacou a importância da literatura em geral sobre a literatura de gênero. Já eu destaquei justamente a literatura de gênero, apresentando um pequeno resumo de sua evolução recente no país. Tibor e Eric falaram um pouco sobre a organização da antologia em si. Sílvio Alexandre e Antônio Luiz fizeram pequenas intervenções pontuais ao longo do evento. Infelizmente, não houve tempo para as perguntas da plateia.




Aliás, lá pela hora da chegada do Sílvio, direto do outro lançamento da tarde, uma antologia de contos organizada pelo Roberto Causo para a Terracota, percebi que o auditório estava inteiramente repleto. De fato, ao que parece, nosso evento foi um sucesso de público. A Cultura realmente bombou!

Descemos do auditório para o andar térreo da livraria, onde se deu a sessão de autógrafos. A Draco providenciou crachás para os autores a fim de facilitar a vida dos fãs. Como só havia quatro poltronas, deixamos os assentos para a Martha, a Giulia e a Ana Lúcia. O vinho servido no coquetel patrocinado pela Cultura foi o branco Salton Volpi Chardonnay, que caiu como uma luva para a ocasião. Aliás, só se serviu vinho e água, nada de refrigerantes e muito menos salgadinhos ou canapés, atitude que considerei correta, praxe a ser copiada em próximos lançamentos. O bate-papo seguiu animado durante a sessão de autógrafos. Conversei principalmente com o Antônio Luiz, Tibor, Erick, Sílvio, Richard e o Douglas Comito, que compareceu no lançamento. Quase todos os livros que autografei foi para fãs que eu não conhecia, o que considerei um sinal excelente. Provavelmente tratavam-se de amigos e parentes dos autores paulistanos ou do editor Erick Santos.


Giulia, Martha e Ana Lúcia

Eu, Tibor, Richard e Erick trocamos experiências sobre o trabalho árduo e inglório de organizar antologias e editar livros. Foi uma espécie de sessão catártica de confidências, do tipo o outro lado do balcão, uma vez que nós quatro também somos autores de literatura fantástica, porém, como organizadores e editores já fomos obrigados a enfrentar os egos de nossos companheiros de vocação. Mais uma vez respondi à triste questão do motivo da Ano-Luz não ter dado certo.

Também na porta da Cultura, Erick finalmente distribuiu nossos exemplares da antologia e os autores ainda presentes aproveitaram para trocar autógrafos uns com os outros. Não duvido nada se alguns de nós acabaram levando para casa os livros trocados.

Após as despedidas, o casal Erick & Janaína deram carona para mim e para a Ana Lúcia Merege. Primeiro deixaríamos a Ana no Aeroporto de Congonhas e então seguiríamos para o Terminal Rodoviário Tietê. Durante a viagem para o aeroporto, descobri que a escritora de fantasia é filha do professor Policarpo, que lecionou português e literatura para a 1104, minha velha turma na antiga primeira série do segundo grau no Externato São José. Mundinho pequeno...

Deixamos a Ana no Congonhas e rumamos em direção à rodoviária. Como meu embarque se daria às 00:20h de domingo e ainda era 20:30h de sábado, o casal me convidou para jantar. Convite aceito, fomos para o Shopping Center Norte, situado em frente ao Terminal Rodoviário.


No todo, a missão dupla SteampunkImaginários à Sampa rendeu bons dividendos: conheci pessoalmente o casal de editores da Draco, estabeleci contatos produtivos com o pessoal do Conselho Steampunk, revi a Giseli Ramos e a Renata e ainda recebi dois convites para participar de projetos de divulgação do gênero fantástico no país.

Jardim Botânico, Rio de Janeiro, sábado, 28 de novembro de 2009.


Galera da Imaginários

2 comentários:

  1. Fico feliz que as coisas estejam mudando e que os esforço de tantos está fazendo a diferença. Aliás, e esta foto aí embaixo? Não consigo ler, mas está relacionada a Outros Brasis?

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  2. Cirilo,
    a foto aí embaixo foi tirada durante uma apresentação sobre história alternativa brasileira no simpósio LATIN AMERICA WRITES BACK, na Universidade de Gainesville, na Flórida.

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