Live
Hipótese da Floresta
Escura
Canal
Filosofia da Astronáutica e Ficção Científica
202307282359P6 – 24.030 D.V.
“Somos o Show de Truman da Via Láctea.” (J.
Alexandre Freitas, da plateia).
“Era uma vez uma criança perdida na mata, chorando alto,
questionando-se por que ninguém a socorria e atraindo os lobos com seu choro. Um dos personagens explica: ‘Empoleirados em
nossa árvore, piamos como passarinhos tolos por mais de um século nos perguntando
por que outros pássaros não respondem aos nossos pios. É que os céus galácticos estão repletos de
falcões. Culturas planetárias pouco sábias
para se manterem caladas, são devoradas.’ ”. [The Forge of God, Greg
Bear]
A partir de
um convite feito pelo amigo Edgar Smaniotto duas semanas atrás, participei hoje
à noite de uma live sobre a Hipótese da Floresta Escura, tese popularizada
na trilogia Lembrança do Passado da Terra[1],
do autor chinês Cixin Liu, como pretensa solução para o Paradoxo de Fermi.
No início, julguei
que a live só ocorreria na última sexta-feira de agosto. Porém, anteontem, descobri que o evento se
daria hoje.
À guisa de esquentar
os tamborins para o evento, li pela manhã desta sexta-feira as resenhas do
amigo Newton “Nitro” Rocha sobre os romances da trilogia, com direito a uma crítica
para lá de perspicaz sobre as limitações da hipótese referida.[2]
Enfim, poucos
minutos antes das 21h00, cliquei no linque enviado e me reuni com os amigos Edgar,
Carlos Relva, Paulo Elache e Marcus Valério XR.
Enquanto nosso anfitrião confirmava a estabilidade das conexões via
StreamYard, discutimos a terminologia “Floresta Escura”, comparando-a com “Floresta
Sombria” (título em português do segundo romance da trilogia de Cixin Liu) e “Floresta
Negra” (que rejeitamos de pronto, por sua associação gastronômica inescapável). Verificações concluídas, abrimos a sessão ao
público, ecoando-a do StreamYard praticamente ao vivo (com um retardo de poucos
segundos) até o canal Filosofia da Astronáutica
e Ficção Científica, que Edgar mantém no YouTube.
Chamada para a live Hipótese da Floresta Escura no
canal Filosofia da Astronáutica e da Ficção
Científica.
Toda a sessão
de quase três horas de duração transcorreu num clima de bate-papo informal e não
de mesa-redonda, aliás, bem ao estilo ameno e tranquilo dos eventos anteriores
de que participei com o trio Smaniotto, Relva e Elache.
O evento se
encontra disponível no YouTube, acessível através do link:
https://www.youtube.com/watch?v=XuaCLB9BogI
Embora não tenha
superado a marca de quinze espectadores em momento alguns das duas horas e
quarenta e nove minutos da transmissão, o evento contou com uma plateia participante
e ativa durante esses quase cento e oitenta minutos. A versão disponível da live esteve com
mais de cem visualizações no momento em que concluí esta crônica.
Entre os
amigos participantes, compareceram Clinton Davisson; Flávio Medeiros; Hidemberg
Alves da Frota; e Sidemar Castro.
* * *
Capa original do romance O Problema dos Três Corpos.
Edgar abriu o
bate-papo indagando se a Hipótese da Floresta Escura solucionaria ou não o Paradoxo
de Fermi, questão falsamente atribuída ao físico italiano Enrico Fermi, “Onde está
todo mundo?”, apresentada diante das alegações expressas em estimativas otimistas
sobre a probabilidade da existência de uma miríade de civilizações tecnológicas
alienígenas e a ausência de provas concretas da presença dessas civilizações tanto
na Terra quanto “lá fora”. Portanto, o suposto
paradoxo expressaria a contradição aparente entre essas estimativas elevadas e
a falta de evidências da existência das civilizações alienígenas.
Comecei conceituando
o suposto paradoxo – apesar de, aqui entre nós, eu preferir o termo “Questão de
Fermi”[3]. Para tanto, foi necessário dar umas poucas
pinceladas iniciais sobre a Equação de Drake, destrinchando os termos mais
críticos dessa tentativa preliminar de estimar a quantidade de civilizações tecnológicas
existente na Via Láctea. Em seguida,
falei da questão em si e das soluções propostas por diferentes astrobiólogos,
citando o livro do Stephen Webb, Where is Everybody?: Seventy-Five Solutions
to the Fermi Paradox and the Problem of Extraterrestrial Life (Springer,
2015)[4]. Uma das soluções propostas por Webb é a Hipótese
Berserker, na qual civilizações tecnológicas avançadas lançariam sondas
estelares genocidas para aniquilar outras civilizações florescentes, ainda em
seus nascedouros, por assim dizer. Pois
bem, a Hipótese da Floresta Escura constitui uma subvariante da Berserker,
diferindo dela ao admitir que
muitas civilizações alienígenas poderiam sobreviver desde que se mantivessem em
silêncio. A Floresta Escura pode ser enxergada
então como um caso especial da Hipótese Berserker, em que as sondas berserkers
assassinas (devido à otimização ou à escassez e recursos) só seriam enviadas a
sistemas estelares que exibissem sinais de vida inteligente. [5]
Daí, advoguei
a gênese provável da Hipótese da Floresta Escura no romance The Forge of God
(1987) de Greg Bear, cujo trecho crucial tomo a liberdade de colocar na citação
em epígrafe desta crônica.
Infelizmente,
nessa fala inicial, esqueci de citar aquela que considero simplesmente a melhor
apresentação da Hipótese da Floresta Escura no âmbito da ficção científica, que
é o romance The Killing Star (Avon Books, 1995), de Charles Pellegrino &
George Zebrowski, que mostra uma civilização humana utópica espalhada pelo
Sistema Solar na segunda metade do nosso século sendo aniquilada por um
bombardeio relativístico alienígena. Mais
tarde, os alienígenas explicam sua motivação biosfericida aos últimos sobreviventes
humanos: “no instante em que vocês desenvolveram técnicas para viajar a
velocidades relativísticas, nós os classificamos como vizinhos cósmicos perigosos. Porque nós assistimos aos seus seriados de ficção
científica e concluímos o que vocês fariam conosco se nós lhes déssemos oportunidade.”
* *
*
Em seguida,
Marcus Valério condenou o termo “Floresta Escura”, advogando uma analogia da situação
das civilizações tecnológicas na Via Láctea com vasos perdidos um oceano
infinito e vazio em vez de uma floresta.
Em seguida, falou sobre as dificuldades de se detectar indícios de civilizações
alienígenas remotas por meio de transmissões radiofônicas ou congêneres. Daí, criticou as premissas da trilogia de Liu
em si. Também nos recordou dos temores
exalados pelo Stephen Hawking no que tange a transmissão de mensagens a civilizações
alienígenas hipotéticas. Enfim, afirmou
defender uma versão atenuada da estratégia da Floresta Escura.
Quando Marcus
encerrou a fala inicial de sua participação, da plateia, Flávio Medeiros provocou-nos,
indagando se a humanidade não estaria involuntariamente encenando uma espécie de
reality show para deleite das civilizações de um consórcio galáctico hipotético. Questão que me fez lembrar da situação exatamente
oposta, ou seja, da humanidade de um futuro remoto se regozijando com as
agruras cotidianas de uma cultura alienígena mais primitiva, de âmbito planetário,
conforme Brian Aldiss bem retratou em sua trilogia Helliconia.[6]
* *
*
Paulo Elache afirmou
crer que a ausência de contatos radiofônicos com civilizações alienígenas se deve
ao grave problema da atenuação do sinal ao longo de distâncias estelares e galácticas.
Nesse ponto, não
resisti e, a título de piada, indaguei sobre os nudes gravados numa
placa de ouro enviado pelas sondas Pioneer para fora do Sistema Solar e
à possibilidade de sofrermos um cancelamento galáctico. Voltando a falar sério, mencionei a celeuma
recente na Astrobiologia sobre se devemos transmitir mensagens Via Láctea afora
ou apenas tentar captá-las, sem chamar atenção para nós próprios.
Clinton Davisson
indagou sobre a possibilidade da solução do Paradoxo de Fermi passar por algo
do gênero da Primeira Diretiva proposto na franquia Jornada nas Estrelas. Indagação que deu margem a discorrermos sobre
os riscos – tanto no esforço SETI quanto na elaboração de enredos de ficção científica
– do excesso de antropomorfização. No quesito
dificuldades intransponíveis de comunicações com alienígenas, subquesito
mentalidades mutuamente insondáveis, Elache citou o exemplo notável que o autor
polonês Stanislaw Lem nos mostra em seu romance Fiasco.
Nesse instante,
da plateia, J. Alexandre Freitas levantou a indagação filosoficamente profunda sobre
o que seria pior: a certeza de estarmos sozinhos ou de não estarmos sozinhos na
vastidão do universo? A indagação lembrou
o argumento expresso por Peter D. Ward & Donald Brownlee no livro Rare
Earth: Why Complex Life is Uncommon in the Universe (Copernicus Books, 2000)[7] e me levou a enunciar a solução do merecimento: “a solução
é antropológica. Os alienígenas estão aqui
nos observando, mas chegaram à conclusão de que a humanidade ainda não está
madura o suficiente, pois julgam que um contato eventual nesta fase do nosso
desenvolvimento cultural seria prejudicial.
Ou, pior: eles ainda não fizeram contato conosco porque nós não merecemos. Os alienígenas olham para tudo o que está
acontecendo à nossa volta por nossa própria incúria e concluem que não merecemos
ingressar na confraria galáctica.” Ecos
distantes da noveleta magnífica de história alternativa e SETI, do Fredrik
Pohl, “Esperando os Olimpianos”, publicada entre nós na Issac Asimov
Magazine.
Marcus opinou
que o pior para a humanidade seria estar absolutamente sozinha no
universo. Argumentei que, se fôssemos a única
espécie inteligente do cosmos, após milênios de diáspora estelar, muitos dos nossos
descendentes remotos se tornariam alienígenas.
Daí falamos um pouquinho sobre as estratégias antagônicas de pantropia e
terraformização.
Em seguida,
discutimos a questão da forma humanoide.
Nas mídias audiovisuais, a questão é essencialmente de limites orçamentários. Nesse ponto, citei o artigo clássico de G.G.
Simpson, “The Nonprevalence of Humanoids”.[8] Edgar advoga a necessidade de órgãos de manipulação
minimamente similares às mãos humanas, os demais participantes o acusaram de
chauvinismo anticefalópode. Da plateia,
Flávio brada:
—
Tentaculofóbicos!
* *
*
The Killing Star, de Charles Pellegrino & George Zebrowski.
Na tentativa
de trazer o debate de volta à Hipótese da Floresta Escura, Edgar afirma que, dentro
da variante Ultimate do Universo Marvel,
Galactus seria uma inteligência artificial disposta a eliminar toda a vida orgânica
da Via Láctea. Elache defendeu a
natureza tradicional e canônica de Galactus como arquipredador, e seu direito de
consumir planetas e civilizações à medida das suas necessidades cosmofágicas. Carlos Relva lembrou que o velho Galactus
andava de saias e sem cuecas. Retruquei
que Galactus não tinha nada a esconder. Nesse
ponto, Edgar aventou a hipótese de editar a live para cortar nossos comentários
desabonadores à virilidade galáctica, por assim dizer.😊
Nesse ponto, Marcus
questionou os demais sobre nossas soluções favoritas para a Questão de Fermi. Elache insistiu na solução da atenuação das transmissões
eletromagnéticas, mas apresentou diversas maneiras de contornar a dificuldade,
tais como megaexplosões termonucleares, feixes de neutrinos ou taquiônicos e
ondas gravitacionais. Defendi a fusão das
soluções da Terra Rara, com a da quarentena e da atenuação. Aproveitei o ensejo para citar a crítica da Hipótese
da Floresta Escura que Newton Nitro apresentou em sua resenha da trilogia do
Cixin Liu. Carlos se alinhou à tese do
Newton. Comentei que, de umas décadas para
cá, com os avanços tecnológicos, a humanidade se tornou muito menos barulhenta
em relação à nossa vizinhança cósmica do que éramos sessenta anos atrás.
Da plateia, Clinton
e Sid Castro observaram que o limite da velocidade da luz impõe dificuldades às
diásporas estelares humana e alienígenas, o que nos levou a discutir estratégias
eventuais para viajar periferia galáctica afora num futuro remoto em
velocidades próximas à da luz. Esses argumentos,
por sua vez, levaram à consideração dos riscos de tentar imaginar aquilo que
nossos descendentes distantes, intelectualmente muito mais capazes do que nós,
cogitarão sensato empreender.
If the Universe is Teeming with Aliens... WHERE IS EVERYBODY ?
* *
*
Pouco antes de
alcançarmos os cem minutos da sessão, Edgar cita o enredo de A Longa Viagem
a um Pequeno Planeta Hostil (2014), da Becky Chambers, elogiando as discussões
astrobiológicas e a postura pacifista da autora. Paulo Elache lembra do Devoradores de
Estrelas (2021)[9],
do Andy Weir, uma das melhores descrições de alienígena não humanoide que li
nos últimos tempos.
Voltando à questão
da Floresta Escura, abordamos as intervenções e incursões dos trissolarianos ao
Sistema Solar, o que me levou a externar minha indignação represada contra a tibieza
moral da personagem Cheng Xin, astrofísica chinesa que em várias ocasiões age no
sentido de obliterar o destino da humanidade em nome de um amor equivocado pela
vida em geral e por nossa espécie em particular.
A partir de
uma pergunta do Clinton, expliquei o resultado inicialmente ambíguo de uma das
experiências das sondas Viking que amartissaram no planeta vermelho em
1976. O falso positivo desse resultado
inicial acabou sendo explicado por reações químicas não biológicas, para decepção
dos estudiosos responsáveis pela missão e do público em geral. Esse tópico nos levou a abordar as evoluções planetárias
(e eventualmente biológicas) passadas e futuras de Vênus e Marte, questões que
desembocaram na possível desativação futura da Corrente do Golfo, que resultaria
em invernos muitíssimos mais rigorosos ao hemisfério norte da Terra.
* *
*
Já na fase
final da sessão de bate-papo, quando nosso anfitrião indagou se tínhamos outras
colocações a expor à plateia, aproveitei o ensejo para citar en passant
a teoria das máquinas autorreplicantes de Von Neumann advogada por Frank J. Tipler
numa série de artigos publicados na década de 1980 como solução para a Questão de
Fermi.[10] Concluímos que a estratégia de construção desenfreada
de máquinas de Von Neumann não seria uma postura das mais inteligentes e que,
provavelmente, atrairia represálias energéticas de outras civilizações alienígenas
avançadas.
Também nessa
fase, de repente, na questão mais pedaçuda levantada pela plateia nesta live,
Dioberto Souza indagou se “descobrindo dados inequívocos de que houve vida
em Marte, não ocorrerá consequências de conflitos na Terra entre facções da ciência
e religião?”
Respondi que,
embora algumas consequências ruins possam eventualmente ocorrer a partir de uma
descoberta hipotética de vestígios de vida microbiana no passado paleontológico
marciano, captar a mensagem de uma cultura alienígena mais sábia do que a
humana e começar a entabular diálogo com essa cultura que nunca foi “salva” por
uma figura messiânica seria muito mais impactante e potencialmente mais danoso
às visões de mundo inspiradas nas propostas das grandes religiões.
Edgar opinou
que os sistemas religiosos são muito mais adaptáveis e resilientes às
descobertas científicas modernas do que alguns vãos filósofos agnósticos parecem
supor, citando as proposições de Teilhard de Chardin para corroborar seu ponto.
Marcus advogou
que a única descoberta que, a seu ver, constituiria um golpe de morte às religiões
organizadas seria a conquista da imortalidade.
Afirmação que me fez lembrar do enredo da novela clássica de Orígenes Lessa,
A Desintegração da Morte.
Edgar defendeu
que o futuro das religiões será similar à visão apresentada na série Babylon 5. A discussão acabou nos conduzindo naturalmente
ao tópico sensível das alegações de existência da alma humana. Marcus defendeu a tese de que o surgimento da
mente não pode ser explicado através de meios puramente materiais, afirmando
ser impossível reduzir a compreensão da mente humana à matéria. Apesar de discordar dessa visão, suspeito
fortemente de que avanços no desenvolvimento de inteligências e consciências artificiais
nas próximas décadas e séculos lançarão fachos poderosos de luz nessa discussão. Em tom de brincadeira, Carlos falou que iria
nos apresentar ao Chat GPT. Menos paciente
com questões filosóficas a seu ver irrelevantes, Elache afirmou que a ciência
moderna não deve perder tempo discussões não pertinentes como a da existência da
alma humana. À medida que a temperatura dos
argumentos se elevou, Carlos disparou:
— Dioberto,
Dioberto, viu o que você fez, né? Olha no
que você foi mexer. Eu achei que essa
live terminava antes da meia-noite, mas agora ela vai até às quatro da manhã...
Eventualmente,
graças a outra pergunta da plateia, conseguimos voltar se não à Hipótese da
Floresta Escura, ao menos à Questão de Fermi: qual seria a reação da humanidade
à recepção de uma mensagem de origem comprovadamente alienígena? Lembrei dos debates relativamente recentes
dos astrobiólogos sobre o assunto e opinei que, a depender do seu teor, a mensagem
poderia gerar um sentimento de inferioridade e depressão profunda na espécie humana. Marcus lembrou que sempre haverá gente que não
acreditará na origem alienígena da mensagem.
Elache opinou que o convencimento só seria universal caso se desse através
de uma experiência semelhante à retratada no filme clássico, O Dia em que a
Terra Parou (1951).
Em seguida, lembramos
das diferenças entre o clímax e a resolução do romance de Carl Sagan, Contato
(1985), e os do filme inspirado nesse livro.
Enfim, com quase
três horas de live, Edgar nos convidou a confirmar nossas soluções favoritas à Questão
de Fermi. Da minha parte, defendi uma fusão
de três soluções distintas: uma versão atenuada da Hipótese da Terra Rara
mesclada com as soluções da Quarentena e da Duração Efêmera da vasta maioria
das civilizações tecnológicas.
Em virtude da
temática extremamente instigante, da participação entusiástica da plateia e do
ritmo de bate-papo estabelecido entre nós cinco, essa foi uma das lives
mais interessantes de que já participei.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 28 de julho de 2023 (sexta-feira).
Participantes:
Carlos Relva
(participante).
Clinton Davisson.
Dioberto
Souza.
Edgar Smaniotto
(anfitrião).
Flávio Medeiros,
Jr.
Gerson Lodi-Ribeiro
(participante).
Hidemberg Alves
da Frota.
J. Alexandre
Freitas.
Marcus
Valério XR (participante).
Paulo Elache
Duarte (participante).
Rodrigo (Pais
& Filhos Games).
Rubens
Angelo.
Sidemar
Castro.
[1]. O Problema
dos Três Corpos (2006); A Floresta Sombria (2008); e O Fim da
Morte (2010). Essas são as datas das
publicações originais em mandarim. Li as
edições brasileiras dos três romances de enfiada em outubro de 2019.
[2]. https://newtonrocha.wordpress.com/2023/06/07/serie-lembranca-do-passado-da-terra-1-a-4-o-problema-dos-tres-corpos-the-three-body-problem-a-floresta-escura-the-dark-forest-o-fim-da-morte-deaths-end-cixin-liu-e-a-a-redencao-do-tem/
[3]. Aliás, “Questão
de Fermi” foi o título de um artigo de divulgação científica sobre o assunto,
que escrevi em parceria com o amigo Ronaldo Fernandes, publicado mais de três décadas
atrás na saudosa edição brasileira da Asimov’s: Isaac Asimov Magazine
nº 9 (Record, 1990).
[4]. Nanorresenha extraída
do meu bunker de dados: Where is Everybody? – Setenta e cinco soluções
para a Questão de Fermi. Análise lúcida
da problemática SETI direcionada ao leigo inteligente. Praticamente todas as soluções minimamente plausíveis
estão aqui. O autor apresenta
conhecimento mais do que razoável da literatura de ficção científica.
[5]. O conceito de
sondas berserkers se inspirou na saga Berserker,
criada pelo autor estadunidense Fred Saberhagen e iniciada com o romance Brother
Assassin (1969). É de todo provável que
esse universo ficcional tenha servido de fonte de inspiração aos criadores da
franquia Battlestar Galactica (1978). No âmbito dos debates da comunidade SETI (Search
for ExtraTerrestrial Intelligence) sobre soluções possíveis à Questão de Fermi,
o astrofísico e autor de ficção científica David Brin foi o primeiro a apresentar
a Solução Berserker em seu artigo “The Great Silence: the Controversy
Concerning Extraterrestrial Intelligent Life” (Setembro de 1983), in Quaterly
Journal of the Royal Astronomical Society, 24: 283-309.
[6]. Helliconia Spring (1982); Helliconia
Summer (1983); e Helliconia Winter (1985).
[7]. Defesa
brilhante da Teoria da Terra Rara, segundo a qual o surgimento de bactérias
seria muito mais comum do que se pensa universo afora. Porém, em contrapartida, o aparecimento de
vida animal seria um evento muito mais raro do que até então se supôs. Isto
porque a Terra – com sua Lua gigante, suas placas tectônicas e composição
privilegiada – seria um planeta muito mais especial do que supunha nossa vã
filosofia. Leitura instigante, para
mudar a cabeça dos propoentes mais otimistas do esforço SETI.
[8]. Science,
volume 143, nº 3608, 21 February, 769-775 (1964).
[9]. Nanorresenha: Devoradores
de Estrelas (Suma dos Livros, 2022) – A partir da descoberta dos “astrofágicos”,
microrganismos que estão consumindo a energia solar e ameaçando tornar a Terra
inabitável, humanidade congrega esforços para enviar uma expedição estelar até
Tau Ceti a fim de encontrar um predador hipotético dos astrofágicos, uma vez
que aquela estrela era a única aparentemente imune à praga dos monstrinhos. Weir intercala capítulos sobre o desenrolar
da missão em Tau Ceti com outros que mostram a preparação da Missão Hail Mary
na Terra. A missão só se torna factível com o emprego dos próprios astrofágicos
como fonte de energia. Uma vez em Tau
Ceti, Ryland Grace se descobre amnésico e o único sobrevivente dentre os três
tripulantes da Hail Mary. Logo
estabelece contato com Rocky, único sobrevivente de uma missão alienígena
proveniente de 40 Eridani que também se dirigiu a Tau Ceti em busca de uma
solução para a infecção dos astrofágicos.
Logo Grace e o aracnoide hiperbárico Rocky se tornam os melhores amigos de
infância e estabelecem uma parceria profícua para tentar descobrir e capturar
os predadores dos astrofágicos num planeta de Tau Ceti.
[10]. Essa série se
iniciou com a publicação do artigo de título bombástico “Extraterrestrial
Intelligent Beings Do Not Exist”, no prestigioso Quartely Journal of the Royal
Astronomical Society, 21, 267-281 (1980).
Artigo já citado trinta e três anos atrás no ensaio “Questão de Fermi”, publicado
na Isaac Asimov Magazine, referido anteriormente.
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